sábado, 2 de julho de 2011

Renovação do Sagrado Coração de Jesus

Esta prática tão difundida em nossa cidade, foi trazida pelo Padre Cícero logo que se instalou em Juazeiro, no ano de 1871. Como os habitantes da cidade gostavam de desordens e de bebedeiras o Padre Cícero muito sabiamente através de suas pregações foi incentivando cada paroquiano a colocar em local de destaque em seu lar a imagem  do Sagrado Coração de Jesus, fazendo a entronização que consistia em benzer as imagens e fazer a entrega da família para que fossem agraciadas com as bênçãos divinas. Para que seguisse todo ato orientado pelo Padre Cícero os donos da casa preparavam um altar que era uma pequena mesa forrada com uma toalha de cetim, bordada ou de renda, abaixo das imagens e em cima colocavam-se flores e castiçais com velas. Por preceito é o sacerdote que faz a entronização, por ser a primeira vez. O ato consiste em benzer as imagens, e a partir daí todos os anos a família renova o compromisso firmado com a fé, homenageando o Sagrado Coração de Jesus como seu protetor e benfeitor maior, celebrando com muita alegria e festejos a renovação ou consagração, reunindo familiares, amigos e vizinhos que participam das leituras e dos cânticos. No final é oferecido o “Café do Santo”, que antigamente era muito simples e consistia apenas em café com bolachas ou sequilhos. Hoje os costumes mudaram muito, e o antigo Café do Santo ficou bem sofisticado, sendo oferecidos vários tipos de bolos, salgadinhos, refrigerantes e até estão participando cantores para cantar os hinos e louvores. O modernismo chegou, mas acho até muito louvável porque é uma demonstração de muito respeito e amor ao Sagrado Coração de Jesus. A pessoa que oficializa a renovação é chamada de rezador ou rezadeira. Tenho no meu arquivo fotográfico vários tipos de imagens que fui clicando, em algumas residências de pessoas amigas  e aproveito para mostrar aos leitores. 


E-mails recebidos:
Oi prima!!
 Lembro do seu Chico Paladar e de d. Cesarina, eles moravam a poucas casas lá de casa, Seu Chico Paladar tinha uns ônibus que ficavam estacionados na rua, quando era à noite enchíamos os ônibus de tijolos, só para enfezá-lo. É tão bom lembrar esse tempo que vivemos.
 Beijão,
Francisco Marcelo Macêdo Leitão, Fortaleza-CE

Olá Prima,
Adorei as lembranças de Seu Chico Paladar e de Dona Cesarina. Morávamos quase vizinho e era assim mesmo, nossa aventura era olhar aquele monte de dinheiro, e imaginar o quanto ele era rico....
Os meninos à noite faziam guerra de baladeira com mamona, atirando nos ônibus que ele estacionava na rua... aprontávamos muito...quanta lembrança boa...continue prima, com esta coluna de recordações, pois ela nos faz muito bem...
 Beijos
Lúcia Macêdo, Fortaleza-CE

    


Um comentário:

Rosângela Tenório disse...

Querida Neuma,

De fato, a renovação tem se adequado a mudanças que a globalização nos obriga. Semana passada fui a uma em que foi cantada músicas de Paula Fernandes, Lulu Santos e Jane e Herondy.
Fiquei com saudades do tempo que as músicas originais eram:
A nós descei divina luz, Queremos Deus, Mais puro que as estrelas e finalizava com o hino salve meu padinho cicero. Sinto falta dos aluás, bolachas Lídia e o bôlo com erva doce.
Lembro que só usava vestido de bolso e adivinhe pra quê?
Como é bom recordar as coisas daqueles tempos.
Rosângela Tenório.