sexta-feira, 31 de maio de 2013

UFC Cariri vai realizar III Semana do Meio Ambiente

O Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional Sustentável – PRODER, da Universidade Federal do Ceará - Campus Cariri, está promovendo a III Semana do Meio Ambiente que acontecerá nos dias 03, 04 e 05 de Junho.
O tema central do evento será “Região Metropolitana do Cariri: Diálogos para a Sustentabilidade”. Serão realizadas Mesas-Redondas, Palestra, Visitas Guiadas, Apresentações Culturais e Oficinas.
PROGRAMAÇÃO
03/06
Credenciamento - A partir das 17 h
Local: Hall do Auditório da UFC- Campus Cariri (Bloco III)
18 h – Apresentação Cultural
19h – Mesa de Abertura
19h30min – Palestra de Abertura
TEMA: Região Metropolitana do Cariri: Diálogos para a Sustentabilidade
Local: Auditório da UFC – Campus Cariri (Bloco III)
04/06
8h – Visitas Guiadas (para alunos da rede pública de ensino)
- Sede do Geopark Araripe (Crato)
- Espaço Soldadinho do Araripe (Crato)
8h Oficina I - Design e tato: desconecte-se e sinta (12 Vagas)
Release: Saindo um pouco das telas dos computadores e utilizando o tato como ferramenta de criação para o design gráfico, valendo-se de texturas, cores e materiais diversos para montar composições. Esta oficina tem por objetivo promover a construção de cartazes que façam uma reutilização de materiais descartados e aparentemente sem utilidade.
Local: Hall da UFC – Campus Cariri
12h às 14 h – Intervalo para almoço
14h – Mesa-Redonda “Debatendo a Região Metropolitana do Cariri”
Local: Auditório do Geopark Araripe – Crato
05/06
8h – Mesa-Redonda “Desafios e muitas possibilidades para a Região Metropolitana do Cariri”
Local: Auditório da UFC – Campus Cariri (Bloco III)
10h – Oficina II – Pastas de papelão (15 Vagas)
Release: Todo congresso ou evento sempre distribui pastas para que os participantes guardem seu material com segurança e facilite no transporte dos papeis que utilizam nas palestras, oficinas etc. É comum desperdiçarmos estas pastas de papelão descartando-as no lixo, porém esse material é muito resistente e pode ser reutilizado fazendo com que aquele material que sempre é visto como lixo seja percebido como um produto útil.
Local: Hall da UFC – Campus Cariri
12h às 14 h – Intervalo para almoço
14h – Mesa-Redonda “Meu Cariri Sustentável (Vivências)”
Local: Auditório da UFC – Campus Cariri (Bloco III)
17h – Encerramento

Mais informações:   3semanadomeioambiente@gmail.com
(Escrito por Coordenação de Tecnologia da Informação)    

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Senado Federal aprova criação da Universidade Federal do Cariri

Campi da UFC na região Cariri passarão a ser da Federal do Cariri.
O Senado aprovou ontem 29,  em regime de urgência, a criação da Universidade Federal do Cariri, que será instalada no interior do Ceará. De acordo com a proposta, a UFCA será criada a partir de desmembramento da Universidade Federal do Ceará (UFC), que já possui campi nas três maiores cidades da região: Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha.
Ainda de acordo com a proposta do senador Inácio Arruda (PCdoB), outros dois campi serão construídos nas cidades de Icó e Brejo Santo. Segundo o senador, todos os alunos matriculados na UFC nas cidades do Cariri serão transferidos para UFCA, sem prejuízo acadêmico.

Os professores e servidores da Universidade Federal do Ceará também serão todos transferidos para a Federal do Cariri. Para a fundação da nova universidade, ainda é necessário sanção presidencial.
Para compor o quadro de servidores da UFCA, serão criados 727 cargos, sendo 197 cargos de professor do magistério, 212 cargos técnico-administrativos em educação de nível superior e 318 de nível intermediário. 

Recordando Seu Oliveira e sua casa das variedades


Quem, como eu, gostava de brincar de cauboi, quando criança, certamente ainda se lembra de seu Olivira e da sua inesquecível Casas da Variedades, localizada na Praça Padre Cícero. Era lá que a meninada da época, anos 50 e 60, comprava revólver e balas (espoletas)  de brinquedo para imitar os mocinhos dos filmes de cowboy (ou gênero western, bangue-bangue,  como se chamou depois) numa brincadeira que se iniciava com o famoso convite de: “Vamos brincar de camone boy? Seu Oliveira ou  José Lopes de Oliveira (foto à esquerda), paraibano da cidade de Souza,  veio para a nossa cidade em 1940, em busca de melhores oportunidades. Já casado com Maria do Socorro Moreira Oliveira e com três filhos – João Evangelista, Marli e Roldão. Seu Oliveira instalou-se inicialmente no bairro das Malvas, próximo à linha férrea, onde mantinha um misto de bodega e oficina. Quer dizer, vendia tudo que era produto de primeira necessidade e ainda fazia consertos em geral, como soldar panelas, amolar facas e tesouras e outras coisas do gênero. Depois mudou-se para a Rua São Pedro (Praça Padre Cícero), onde inaugurou a Casa das Variedades, na época uma referência no ramo. Os consertos continuaram, mas já envolviam relógios e armas de fogo. Fruto de muito trabalho e determinação melhorou de vida, angariou recursos e acabou comprando  dois prédios vizinhos para aumentar a loja. A partir daí, mudou o nome do estabelecimento para Casa Oliveira, denominação que perdurou após a sua morte, em 1983. Sua filha Irene assumiu o comando do negócio, conduzindo-o até 1996. Em Juazeiro nasceram seus outros filhos: Luiz, Creuza, Irene, Marlene, José Oliveira, Fátima, Inês, Célida, Wellington, Sávio, Cícero e Ana, dos quais faleceram Luiz e Wellington.

AGRADECIMENTO DA FAMÍLIA E MENSAGENS DE AMIGOS
Prezado  Sr Daniel
Fiquei surpresa e emocionada com a reportagem sobre o meu pai, o saudoso OLIVEIRA, que foi publicada no Portal Juazeiro do Norte em 30-05-2013. Muito obrigada por seu excelente trabalho. Meu agradecimento é também em nome de toda a família pelo resgate histórico,
Sou Marly Oliveira, filha de OLIVEIRA que fui naturalizada como cearense de Juazeiro do Norte. Hoje, sou.professora Universitária e escritora com oito livros publicados no domínio da Metodologia Cientifica e Formação de Professores. Ainda continuo na ativa ministrando aulas nos Cursos de Mestrado e Doutorado no Ensino das Ciências da UFRPE.
Apenas a titulo de informação para possível publicação em seu jornal,  objetivando levar ao conhecimento da população, que uma cearense naturalizada na querida cidade de Juazeiro do Norte está chegando no topo da  carreira acadêmica.
Sou PhD em Educação, título que obteve a custo de muito esforço e dedicação na Universidade de Sherbrooke-Quebec-Canadá. No próximo dia 17-07-2013 estarei proferindo a Conferência de Abertura de um Congresso Internacional na Europa, sobre Pesquisa Qualitativa, sendo um Convite Oficial para expor  duas construções teóricas de minha autoria. Trata-se de uma nova proposta de Metodologia de pesquisa que a denominei de Metodologia Interativa e de uma ferramenta para o contexto de sala de aula, que a denominei de Sequência Didática Interativa –SDI.
Mais precisamente, irei proferir a Conferencia de abertura do 2º Congresso Luso-Brasileiro de Investigação Qualitativa que será sediado na Universidade de Aveiro –Portugal. Nessa ocasião também será lançado o meu novo livro recém editado pela Editora VOZES que traz o título de Sequência Didática Interativa no processo de Formação de professores.
Para maiores informações: meu nome completo é Maria Marly de Oliveira
marly@academiadeprojetos.com.br  Celular: 81 9635 8398
Site do Congresso é:
2º Congresso Luso-Brasileiro em Análise Qualitativa,
http://blogs.ua.pt/clbiq2013/wp-content/uploads/2012/11/CLBIQ2013_Programa_Preliminar.pdf
Bom, acredito que essa minha trajetória acadêmica com certeza seria uma grande alegria para o meu velho pai Oliveira  e de minha querida mãe Maria do Socorro Moreira de Oliveira.
Mais uma vez o meu enorme agradecimento pela reportagem. Muito obrigada.

- Jevan Siqueira: Eu me lembro demais, eu ainda logrei alguma coisa de seu oliveira, ele guardava as moades dentro de uns potinhos, naquele tempo louco de troca de moeda, elle perdeu foi muito dinheiro, hoje eu tenho em minha coleção moedas de 20 centavos, 50, de um cruzeiro e de dois. Muitas vezes parei pra conversar com Irene que ficou tomando de conta ap´s a morte do pai. Gosto muito de ver as coisas da minha segunda e amada terra Juazeiro do norte...
- Eduardo José Pereira de Matos Daniel, os descendentes do Sr. Oliveira vivem ainda em Juazeiro do Norte?
- Alex Moreira Rebeca Lobo Sou neto de Oliveira... minha Mãe e algumas das irmãs mora sim aqui sr eduardo mais a maioria mora em recife....
- Alex Moreira Rebeca Lobo: Eu herdei algumas moedas do meu avô até hoje....
- Alex Moreira Rebeca Lobo: Bela homenagem, meu avô com certeza foi um dos pioneiros no ramo aqui na cidade de Juazeiro Do Norte-Cariri CA agradeço a Daniel Walker por essa lembrança...
- Alessandro Oliveira Silva: olha ai Alisson Oliveira!!! legal né
- Alex Moreira Rebeca Lobo: Olha essa homenagem de Daniel Walker para nosso avô.
- Cicinha Rocha Sousa: não conhecia o site portal do juazeiro. Gostei da homenagem, apesar de não ter vivenciado essa época...
- JP Emerson: primo! que boa notícia! Muito bom saber um pouco da história da família... uma família tradicional da cidade. Em, breve, estarei indo com minha mãe passar uns dias em Juazeiro e espero vê-lo, bem como os outros familiares.

Azul vai inaugurar novo voo em Juazeiro

A Azul recebeu autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para operar novos voos a partir de Viracopos, em Campinas, para Criciúma (SC), Bauru (SP), Juazeiro do Norte (CE) e Petrolina (PE). A cidade de Criciúma ganhará a segunda frequência diária a partir do aeroporto campineiro, que terá início em 4 de junho. Já no interior paulista, Bauru também terá sua segunda opção de horário de voo diário. Ainda, haverá o novo voo circular ligando Campinas, Juazeiro do Norte e Petrolina. O início deste voo é em 16 de junho e haverá uma opção diária de horário.
Fonte: http://www.mercadoeeventos.com.br/site/noticias/view/95576/azul-recebe-autorizacao-para-novos-voos-em-campinas

quarta-feira, 29 de maio de 2013

IV Simpósio Internacional sobre o Padre Cícero está em fase de organização

A Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da Universidade Regional do Cariri (URCA) está articulando junto a um grupo de estudiosos da Região do Cariri e em parceria com instituições, o IV Simpósio Internacional sobre o Padre Cícero. Na última terça-feira, foi realizada reunião no campus do Pimenta, na URCA, para tratar da organização e definição dos principais nomes que deverão compor esse importante evento, no Cariri.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Juazeiro do Norte compete no Dia do Desafio contra cidade da Guatemala

Praticar atividades físicas saudáveis e ainda competir com moradores de outra cidade, esse é o objetivo do Dia do Desafio a ser realizado nesta quarta-feira, dia 29, em todo o mundo. O Dia do Desafio foi criado no Canadá para incentivar a prática esportiva e hoje é difundida em quase todos os países. Esse ano, a cidade de Juazeiro do Norte concorre com a cidade de Momostenango, na Guatemala. Cada cidade vai mobilizar o maior número de pessoas para a prática de esportes e atividades físicas por uma hora.
Em Juazeiro do Norte, a Secretaria de Esportes e Juventude lembra que para entrar no clima é simples: basta qualquer morador praticar qualquer esporte ou atividade física, individualmente ou em grupo, entre zero hora e as 21 horas desta quarta-feira e  registrar sua participação através do telefone:  0800 285 3105. Será considerada vencedora a cidade que conseguir o maior percentual de participantes, em relação ao seu número de habitantes.
O resultado final será divulgado no site www.diadodesafio.com.br A competição é apenas estímulo à participação. Quem sai ganhando são os envolvidos, que exercitam a integração social, a criatividade, a liderança e o espírito comunitário. Ano passado, Juazeiro do Norte venceu a cidade de São José do Ribamar, no Maranhão. 189.800 pessoas participaram do Dia do Desafio. (ASCOM/PMJN)

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Prefeito está nos Estados Unidos

O prefeito Raimundo Macedo integra a comitiva de prefeitos do interior cearense, convidada pelo Governo do Estado, para participar de um Seminário Internacional  sobre Gestão de Resíduo Sólidos., em Washington, nos Estados Unidos. O evento acontece nesta semana e é realizado pelo Departamento de Gestão de Risco Urbano e Desastres, do Banco Mundial. O projeto é voltado para a construção do Aterro Consorciado, que está em processo de implantação na Região do Cariri, do qual Juazeiro do Norte faz parte. O Aterro Consorciado do Cariri será o primeiro do Nordeste Brasileiro e terá recursos do Banco Mundial.
O evento, de interesse do município, tem como objetivo, facilitar a troca de conhecimento sobre gestão de aterros sanitários regionais. O seminário reunirá especialistas internacionais, regionais e relevantes autoridades. O terceiro dia do evento será dedicado à discussão do projeto do aterro sanitário da região do Cariri.
A comitiva dos prefeitos é chefiada pelo secretário das Cidades, Camilo Santana. Raimundão viajou no domingo, mas antes de seguir para os Estados Unidos transferiu o cargo de chefe da municipalidade para o vice-prefeito Luiz Ivan Bezerra, que irá  assumir a Prefeitura pelos próximos cinco dias. No sábado, primeiro de junho, Raimundão retorna a Juazeiro do Norte para dar posse aos novos secretários de saúde e de Cultura. (ASCOM/PMJN)

domingo, 26 de maio de 2013

Faleceu Antônio de Alfeu

Morreu, ontem, uma pessoa muito conhecida em Juazeiro, principalmente por quem frequentava as imediações da Praça Padre Cícero, onde ela sempre estava: trata-se de Antônio de Alfeu, assim chamado por ser filho do falecido empresário juazeirense do ramo de ourivesaria, Alfeu Guimarães. Antônio era muito brincalhão, conversador e costumava fazer parte da famosa rodada de bate-papo que desde muitos anos existe na Praça Padre Cícero. Recentemente sofreu um AVC e desde então sua saúde ficou abalada, até leva-lo à morte. (Foto cedida por João Carlos Menezes)

Deu no Juanorte: CONDOMÍNIOS DA FLÓRIDA INSPIRAM NOVO EMPREENDIMENTO NO JUAZEIRO



Mais dinâmico mercado imobiliário do interior do Nordeste, Juazeiro do Norte está construindo agora o maior e mais completo condomínio fechado horizontal do Cariri. É o Kariris Residencial Club, no bairro nobre Lagoa Seca, com o mais alto padrão de moradia reunindo bom gosto, conforto e requinte em cada detalhe e muitas opções de lazer(foto). Com uma proposta inédita e exclusiva no Ceará, terá belas e charmosas ruas onde serão construídas casas nos mais variados, modernos e criativos estilos arquitetônicos. Um lugar superagradável, perfeito para se viver. É um empreendimento de R$ 55 milhões inspirado nos mais badalados condomínios da Flórida(EUA).
 Com localização privilegiada, no mais nobre e mais valorizado bairro de Juazeiro do Norte, o condomínio Kariris é o maior empreendimento imobiliário atual de todo o Cariri. Ocupando área total de 801.013,98 m2, terá 1050 unidades residenciais (lotes) que reunirão uma população de aproximadamente 4.200 habitantes. É um empreendimento do médico e empresário David Negrão, que aposta no acelerado desenvolvimento do Juazeiro, hoje Cidade 100 do Brasil e uma das que mais crescem no País. Satisfeito com o sucesso de vendas, ele revela detalhes das construções que já começaram: “Neste momento estamos construindo 03 casas (na verdade, duas delas já estão quase prontas) e dois outros condôminos também já estão construindo suas casas, de forma que hoje temos cinco casas em construção.As casas foram concebidas por arquitetos diferentes, com liberdade no processo criativo. O preço ao consumidor final destas duas casas é de R$ 650.000,00 e R$ 750.000,00. Além de um padrão de construção bastante elevado, ambas possuem aquecimento de água na cozinha e banheiro com energia solar, piscina individual e um sistema de geração de energia elétrica através da energia solar”. Com uma proposta inédita e exclusiva no Ceará, é um condomínio clube com toda a infraestrutura de segurança e lazer. Seus moradores, além de belas residências de variados padrões arquitetônicos, mas todas com bom gosto, conforto e requinte, num cenário paisagístico deslumbrante, diversas opções de esportes e lazer. Crianças, jovens e adultos vão desfrutar de uma estrutura comparável aos melhores clubes esportivos: clube social, salão de festas, salão de jogos, sala de cinema, salão de beleza, playground, churrasqueira, espaços gourmet, fitness center, quadras esportivas, pista de cooper, piscinas, sauna, hidromassagem, campos de futebol, lagos, ginásio, enfim, inúmeras alternativas para esportes durante o dia e também á noite. Para que os moradores do condomínio Kariris tenham toda essa qualidade de vida ainda mais valorizada, eles contarão com também com heliporto e muita segurança 24 horas por dia.Guarita de segurança com monitoramento 24 horas de entrada e saída de veículos e câmeras de segurança darão traquilidade aos moradores e visitantes para aproveitarem o que a vida oferecer de melhor. E tudo isso num ambiente ecologicamente agradável onde se destaca um paisagismo criado e mantido com imenso cuidado em ruas pavimentadas e bem organizadas com belas e charmosas residências. Provavelmente isso explica o sucesso de vendas do condomínio Kariris, que é horizontal, no Juazeiro que está apresentando acelerado crescimento imobiliário vertical com edifícios residenciais de até 28 andares, os mais altos do Ceará. Com perspicácia e sensibilidade, o empresário David Negrão esclarece: “Creio que a vida é vivida com mais felicidade, mais intensidade quando o ambiente externo propicia uma interação entre a natureza, entre as pessoas, quando temos ambientes que trazem paz, beleza e harmonia”. De acordo com o empreendedor, em dezembro deste ano será entregue a primeira etapa. A segunda e última etapa serão entregues em dezembro de 2016. Empreendimento com muitos atrativos e pagamento facilitado, o condomínio Kariris é uma excelente oportunidade de investimento com lucro na correção do valor do imóvel em médio prazo ou de aquisição definitiva num lugar perfeito para se viver no Juazeiro, inspirado, segundo David Negrão, nos mais badalados condomínios da Flórida, nos Estados Unidos. Uma oportunidade para quem quer morar no primeiro mundo sem sair do Juazeiro. Mais um empreendimento que confirma o admirável desenvolvimento da Metrópole e Capital do Cariri, cidade que mais cresce no Ceará. Mais informações: 88-8853.5587. (Veja mais no www.juanorte.com.br)

sábado, 25 de maio de 2013

As primeiras vereadoras de Juazeiro


As duas primeiras vereadoras da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte foram eleitas para o período legislativo 1948/1950, sendo elas Margarida Pereira de Lima, mais conhecida como Dona Guidinha, e Nely Sobreira que largou o mandato para se tornar freira. Isso aconteceu 20 anos após ter sido eleita a primeira vereadora do Brasil, Joana Cacilda Bessa, natural de Itaú, RN, eleita em 2 de setembro de 1928, no tempo em que  vereador era chamado de intendente.
Dona Guidinha foi uma das mais conhecidas parteiras desta cidade, no período de 1938 a 1963, quando deixou a cidade e passou a residir em São Paulo. Muitos juazeirenses que nasceram nesse período vieram ao mundo graças ao eficiente trabalho obstétrico da conhecida parteira, o editor deste portal foi um deles. Dona Guidinha foi depois reeleita para o período de 1951/1954.Ela nasceu na cidade de Triunfo, PE, tendo chegado a nossa cidade em 1915. Aqui casou-se, no ano de 1922, com o  militar Antônio Pereira do Nascimento, conhecido como Coronel Pereirinha, de cujo enlace matrimonial nasceu uma única filha, Teresinha de Jesus. Fez curso prático de obstetrícia em Fortaleza, concluindo-o em 1936. Depois, em 1938, retorna a Juazeiro onde passa a trabalhar como parteira. Mas também ensinou corte e costura. Era pessoa muito caridosa e benquista, fatores que contribuíram decisivamente para sua eleição à Câmara Municipal em dois sucessivos mandatos. 
Nely Sobreira pela  vontade do pai, seria política e por isso foi eleita vereadora, mas prevaleceu a vontade de Deus e ela tornou-se freira. Seu ingresso na vida religiosa ocorreu no dia 10 de janeiro de 1949, um ano após ter sido fundada em Juazeiro, sua terra natal, a Congregação das Irmãs de Jesus Crucificado. A partir daí começa uma nova etapa na vida dessa jovem juazeirense que tantos serviços tem prestado a Juazeiro, especialmente no atendimento às famílias carentes. Ela é diretora do Convento das irmãs e administra o Dispensário Nossa Senhora das Dores que mantém uma creche com atendimento a cerca de 600 crianças. O Dispensário  funcionou inicialmente na Rua São José, mas em 1972 foi transferido para o Sítio Limoeiro, que é a base de toda a sua benemérita ação assistencialista. Com a sua chegada, aquele aprazível local onde pontificou no passado o Padre Climério Macedo, experimentou sensível melhoramento. Ela criou a festa do Padroeiro São José, dinamizou as pastorais, construiu o Centro de Evangelização, a Casa Paroquial e o prédio onde funciona um posto policial. No Centro Social Madre Maria Vilac, no Bairro das Casas Populares, Irmã Nely desenvolve um extraordinário trabalho de ação social numa prova evidente de que está fazendo a vontade de Deus, pois ela nasceu mesmo foi para servir. 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Juazeiro se despede de outra grande educadora: morreu Dona Zuila Morais


Com o falecimento de Dona Maria Zuila e Silva Morais, ocorrido hoje, aos 92 anos de idade, o setor educacional de Juazeiro do Norte se despede de uma das suas mais importantes educadoras. Conforme dados colhidos pelo nosso colunista Renato Casimiro, Maria Zuila Saraiva e Silva nasceu nesta cidade de Juazeiro do Norte, em 24 de junho de 1921. Era a primogênita dos filhos do casal José Pereira e Silva (Zeca Marcolino) e Otília Saraiva e Silva, de família numerosa com os irmãos: Zaila, Neusa, Juraci, Zeneida, Audísio, Zuleide e Luiz. Fez seus estudos, inicialmente, numa escola particular sob a direção de Dona Adelaide Mendonça, onde foi alfabetizada, em 1930. Ingressou no Grupo Escolar Padre Cícero, onde cursou todo o primário da primeira à quarta série (de 1931 a 1934). Transferiu-se para a Escola Normal Rural, ali cumprindo os dois anos complementares ao segundo grau dos seus estudos (entre 1935 e 1936), para seqüenciar com o ingresso no Curso Normal Rural, em três anos (de 1937 a 1939). No dia 19 de novembro de 1939, Zuila se tornou professora ruralista em cerimônia acontecida no Auditorium da Escola Normal Rural, sendo participante de uma turma de 23 professores, em sessão solene presidida pelo Dr. Plácido Aderaldo Castelo. Foram seus colegas de turma, dentre outros, Elias Rodrigues Sobral, Ozir Moreira, Alzira Pereira, Maria Rodrigues, Stela Ribeiro, Geni Machado, Idelvisse Belém e Iracema Magalhães. Maria Zuila e Silva Moraes, com dezenove anos incompletos, casou com Alberto Bezerra Moraes em 21.06.1940. Entre os anos 40 e 50, Zuila e Alberto viveram a primeira fase da grande alegria com a família que constituíram: cinco “Marias” (Otília, Célia, Márcia, Sílvia e Angela) e um “José” (José Carlos). Depois o casal adotou dois filhos. 
Em 1952 fundou e passou a dirigir o Instituto Domingos Sávio. De outras iniciativas devemos mencionar: a fundação e a direção da Escola Parque Dr. Joaquim de Figueiredo Correia, em 1963, que era mais conhecida como Escola de Artes Industriais; a fundação e a direção do Instituto Psico-Pedagógico Eunice Damasceno, em 1967; a fundação e a direção da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais, APAE, em 1968, por cujo trabalho será eternamente lembrada; e também, pela direção do Centro de Reabilitação do Cariri “Luis Moraes Correia”, em 1980. Da lembrança de tantas ações meritórias de Zuila Moraes, não pode deixar de ser lembrada a existência do Clube de Mães, que funcionou anexo ao Instituto Maria Gorete, precursor do Domingos Sávio. Ali as futuras mamães recebiam acolhimento e eram capacitadas para habilitações domésticas de costura e bordado, voltadas para a confecção de roupinhas de bebê, ao tempo em que eram assistidas com noções de puericultura, especialmente sobre saúde, higiene e cuidados especiais com os filhos.
O Instituto Maria Gorete foi também importante como ponto de cultura dos adolescentes entre o final dos anos 50 e início dos anos 60, quando Zuila reunia a juventude para oferecer-lhe espaço acolhedor de convivência, clube de leitura e jogos educativos, na sua sede da Rua Pe. Cícero. Era como chamávamos o Clube do Sesinho, nome emprestado de um dos maiores sucessos editoriais de revista infantil no Brasil, entre 1947 e 1960. Dona Zuila assinava esta revista com muitos exemplares e disponibilizava na sala de leitura. Também fomentava a assinatura, pois era uma publicação de grande expressão educacional, a partir de um elenco notável de personagens que formavam uma turma muito admirada (Sesinho, Bocão, Nina, Ruivo, etc). O Clube do Sesinho se reunia três vezes por semana, entre 19 e 21 horas. A fórmula era simples e muito atraente: proporcionava leitura por uma hora, e a seguir tínhamos direito a escolher um dentre diversos jogos educativos.
Zuila participou de inúmeros eventos relacionados às instituições que criou e dirigiu, destacando-se os congressos de APAEs, Encontro Interamericano de Proteção ao Pré-Escolar, no Rio de Janeiro, em 1968; IV Encontro Interestadual da Federação Nacional das APAEs do Nordeste, acontecimento este que ela sediou em Juazeiro do Norte, em 1974. Foi domadora-fundadora do Lions Clube de Juazeiro do Norte, em 1956; e neste mesmo ano fundou o Instituto Brasil-Estados Unidos, bem como o primeiro curso de língua inglesa na cidade de Juazeiro do Norte, em 1959. Foi fundadora e Conselheira do Movimento Bandeirante em Juazeiro do Norte, a partir de 1959, no mesmo ano em que fundou e dirigiu o Ginásio Menezes Pimentel, mantido pelo Instituto Domingos Sávio, que abrigou o então primeiro curso científico da cidade. Zuila Moraes criou também o primeiro curso de Classes Especiais, com denominação de Lar-Escola Helena Antipoff, anexo ao Instituto Domingos Sávio, em 1970. Essa escola, pioneira em pedagogia moderna (educação especial) contou com uma clinica (Clínica Leão Sampaio), para atendimentos psicoemocionais, dispondo de médicos (pediatras, neurologistas, psiquiatras) além de assistentes sociais, psicólogas, orientadoras educacionais especializadas, e técnicos em educação física. Os trabalhos eram exercidos por pessoal cujas especializações eram bem cuidadas em estabelecimentos de formação de largo conceito em grandes centros de educação especial do país.
Toda esta vida dedicada à sua comunidade foi o fruto primordial de um desejo incomum que nasceu nela e que contou com o apoio imprescindível de seu marido, e dos filhos que geraram para o mundo. Depois de cinco lindas filhas, saudáveis, de “marcolina” beleza, veio José Carlos, acometido de Síndrome de Down. Nasceu com ele o grande desafio de Zuila e de sua família, a inspiração e a força, não só para superar o desígnio, mas para gerar todos os impulsos que os levaram juntos a realizar o que foi possível e o quase impossível na direção da promoção humana, a que tanto se dedicaram. Hoje, aos 63 anos de idade, José Carlos é a testemunha viva, silenciosa e admirada por esse exemplo coletivo de superação. O grande, o imenso troféu da vida de Maria Zuila e Silva Moraes.
O corpo está sendo velado no Anjo da Guarda, onde haverá missa às 16h e o sepultamento em seguida no mesmo local.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Dia "E" Nacional da Estácio


23/05 - DIA ‘E’ NACIONAL DA ESTÁCIO

Dia em que a Estácio realiza ações de integração,
Responsabilidade Social e
Foco no Aluno em todas as suas 72 Unidades.

PALESTRAS EM ESCOLAS/EMPRESAS E
DIVERSOS SERVIÇOS DE SAÚDE
 PARA A COMUNIDADE



SERVIÇOS ALUNOS/DOCENTES DA ESTÁCIO FMJ: AFERIÇÃO DE PRESSÃO,
TIPAGEM SANGUÍNEA, TESTE DE GLICEMIA,
CÁLCULO DO IMC, ETC.

SERVIÇOS DE PARCEIROS: GRUPO SÃO GERALDO (DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA E REFRIGERANTE), RUY CASTRO (CORTE DE CABELO), SINE/IDT (ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL PARA O MERCADO DE TRABALHO E ENCAMINHAMENTO PARA EMISSÃO DE CARTEIRA DE TRABALHO), SEST/SENAT (APLICAÇÃO DE FLÚOR), SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE (VACINAÇÃO – HEPATITE B, ANTI-TETÁNICA E GRIPE), CEREST (ORIENTAÇÕES: ASSESSORIA JURÍDICA/ MASSATORAPIA E SERVIÇOS DE ENFERMAGEM), SESC, MOBILIZAÇÃO SOCIAL (EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO COMBATE DO MOSQUITO DO DENGUE).

LOCAL: PRAÇA JOSÉ GERALDO DA CRUZ (ANTIGA PRAÇA DAS CACIMBAS – BAIRRO FRANCISCANOS)

HORÁRIO: 8H AS 12H

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Juazeiro de luto: faleceu Dona Assunção Gonçalves


Faleceu ontem, às 21h, em Juazeiro do Norte, aos 97 anos (completaria no próximo dia 1º de junho) a conhecida artista plástica e educadora juazeirense Maria Assunção Gonçalves. Com sua morte, o Juazeiro tradicional, aquele do Padre Cícero, de Monsenhor Murilo de Sá Barreto, dos romeiros, da Escola Normal, do Ginásio Municipal Dr. Antônio Xavier de Oliveira e das famílias tradicionais que a conheciam e a respeitavam está de luto, de luto fechado dado a importância da pranteada extinta. 
Seu corpo está sendo velado no Circulo Operário São José. Às 16h haverá missa na Basílica Santuário de Nossa Senhora das Dores e depois o sepultamento no Cemitério do Socorro.
Assunção conviveu com o Padre Cícero em sua fase de adolescente e dele guardou muitas recordações, algumas das quais chegou a publicar como colunista do nosso jornal eletrônico Juaonline. Era pessoa muito dedicada à Igreja, amiga dos antigos vigários de Juazeiro, especialmente do Padre Murilo que a chamava carinhosamente de “Nega”. A ela Padre Murilo confiava muitos serviços da igreja, principalmente a organização da festa do Mês de Maio, pois ela era uma das mais atuantes integrantes da irmandade das Filhas de Maria. Toda terça-feira Padre Murilo almoçava na casa de Assunção, local também de encontro de intelectuais da terra e de fora, todos amigos do Padre Murilo que fazia questão de apresentá-los à grande amiga, como foi o caso do conhecido historiador norte-americano Ralph Della Cava, autor de uma grande obra de referência sobre o Padre Cícero. 
Assunção será lembrada por conta da sua extensa biografia na qual figura como educadora, artista plástica, mestre na arte de confeitos de bolo, ornamentação de noivas (em sua casa ainda tem muitos vestidos de noivas). Era insuperável na arte de receber amigos em sua casa, onde todos que a visitavam eram recepcionados com mesa farta de guloseimas, principalmente bolos e sequilhos além de um café muito gostoso. Infelizmente, quando ficou prostrada numa cadeira, sem ânimo e disposição para conversa, sua casa, antes tão cheia de amigos (amigos?) as visitas foram rareando, restringindo-se aos poucos parentes ainda vivos e pessoas queridas, jovens que ela adotou em sua casa. Mas felizmente alguns verdadeiros amigos nunca a abandonaram e deles ela continuou recebendo o carinho da visita, do afago no rosto envelhecido pelo tempo, do aperto de mão e de uma conversa salutar nas raras vezes em que seu ânimo dava oportunidade. É uma pena, a gente ter de dizer isso, mas é que aqui nesta cidade, as pessoas têm o péssimo hábito de não exercitar a verdadeira solidariedade cristã de visitar os enfermos. Nas muitas vezes em que estive em seu leito de agonia, pude perceber o quanto ela sentia a falta dos amigos de outrora. Como editor do Portal de Juazeiro e durante a fase em que ela estava com a memória ativa, tive o prazer de entrevistá-la muitas vezes, oportunidade em que colhi um bom acervo de informações históricas sobre o Padre Cícero que ela conheceu e da vida do Juazeiro Antigo que ela viu de perto. Outras vezes, porém, e isto foi se ampliando paulatinamente, minhas conversas eram mais com sua fiel escudeira Francisquinha, uma pessoa presente em seu leito de dor diuturnamente, sempre muito solícita, afável, paciente, verdadeiro anjo cuidador. Quem quiser conhecer um pouco mais sobre a vida desta grande mulher temos um blog feito especialmente para ela, o qual pode ser acessado no seguinte link:

BIOGRAFIA
Maria Assunção Gonçalves - Nasceu em Juazeiro do Norte, no dia 1º de junho de 1916. É filha de Francisco Gonçalves de Menezes e Isabel Telles de Menezes. São seus irmãos: Pedro, Joaquim, João, José e Maria Gonçalves, todos falecidos.
Em 1923, Assunção Gonçalves fez seus primeiros estudos com a Profa. Argentina e aprendeu Tabuada com Pedro Vicente, um motorista muito conhecido que residia em sua (dela) casa, na época, localizada no Sítio Logradouro.
Em 1924, estudou com Dona Adelaide de Sousa Melo, e até 1928, no Externato Santa Terezinha, cujas mestras eram Stela Pita e Maria Gonçalves da Rocha Leal.
Em 1929, fez o 4º Ano Primário no Grupo Escolar Padre Cícero, com a Profa. Amália Xavier de Oliveira e o famoso Exame de Admissão no ano de 1930, no Colégio Santa Terezinha do Crato.
Concluiu o Curso Normal na Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte. Como professora - são palavras dela - recebi influência dos Professores que muito marcaram minha vida: Mozart Cardoso de Alencar (que lecionava Botânica) e Vicente Xavier de Oliveira (que lecionava Matemática).
Em 1954, substituiu a Profa. Amália Xavier de Oliveira na Direção da Escola Normal Rural, quando a mesma afastou-se por motivo de viagem.
Em 1970, assumiu a Direção do Ginásio Municipal Antônio Xavier de Oliveira, tendo sido fundadora e primeira diretora daquele conceituado estabelecimento de ensino.
Assunção Gronçalves é artista plástica, com estilo e temática, contudo, ê autodidata na arte de pintar. No início desta atividade, recebeu aulas de sua prima, a Professora Amália Xavier de Oliveira, com aquarela, depois passou a pintai a óleo sobre tela.
Foi professora de Pintura no Ginásio Santa Teresinha de Desenho no Ginásio Salesiano São João Bosco.
As telas mais expressivas da artista plástica Assunção Gonçalves são: "Juazeiro Primitivo - 1827", "Padre Cícero", "O Pacto dos Coroneis” e  “As Ceias Largas".
Em sua homenagem foram escritos os livros: "Assunção Gonçalves, uma Grande Educadora" de autoria de Maria do Socorro Lucena Lima e "Assunção Gonçalves, uma Vida Dedicada à Arte" de autoria de Íris Tavares. Foi também homenageada com o "Troféu Sesquicentenário do Padre Cicero" e uma creche e foi nomeada pelo governo do estado como Mestre da Cultura..
Outra homenagem lhe foi prestada pela Telemar que estampou uma das suas telas num cartão telefônico muito divulgado pelo Brasil. Assunção Gonçalves é uma das reservas morais da cidade de Juazeiro do Norte, é um exemplo de honradez, uma pessoa admirada, querida e respeitada por toda a comunidade juazeirense. Noutros termos: Assunção Gonçalves é um símbolo. (Texto de Raimundo Araújo, extraído do seu livro Mulheres de Juazeiro)

MENSAGENS

- Ralph Della Cava:  Queridos amigos,
        A morte da D. Assunção nos traz uma grande dor. Pessoa de bondade sem limites, a contamos como uma grande amiga desde os primeiros dias em que os Della Cavas pisaram na terra de Joaseiro.
        A D. Assunção, a D. Amalia Xavier de Oliveira (de saudosa memória), e a Madre Nely Sobreira se constituiram em nossas 'três Marias' - para assim dizer.
        Para com D. Olga e os nossos dois filhos (o Marco, então de 2 anos, e a Miriám, a Mirka, nascida o mês anterior em Fortaleza), elas não pouparam tempo, companhia e amor. O que foi de grande alívio para este jovem pai de família, engajado na pesquisa sobre o Padre Cícero. Assim, a família estava nas melhores das mãos!
        A D. Assunção teve um especial carinho para a Mirka. Ao partirmos de Joaseiro, rumo a Nova Iorque, no início da primavera de 1964, recebemos dela de presente uma colcha para a neném, com nome bordado nela. Guardámo-la até agora.
        E, com o mesmo carinho ela sempre nos recebia na casa dela. Em 2004 na ocasião da III Conferência Internacional sobre o Padre Cícero, nos festejou com um lauto jantar. Estavam presentes entre tantos amigos e amigas a D. Olga e a Mirka, além do Mons. Murilo. Foi, aliás, a última vez que estávamos junto com ele, ele que me ajudou tanto a compreender a sua pastoral para com os romeiros e a permanência da presença viva do Padre Cícero entre os mesmos durante decênios.
        Na minha última visita que fiz a D. Assunção em 2011 na companhia de D. Olga e o nosso grande amigo, Geová Sobreira, sabíamos que ela estava bastante doente; mesmo assim, ela não faltou em dar-nos um gentil sorriso, o que aceitávamos como símbolo do afeto mútuo que nos unia durante quase meio-século.
        Que seja ela guardada em eterna memória.
        E requiescat in pace.

- Renato Casimiro: O falecimento de Assunção Gonçalves foi muito doloroso. Há, em nós, um sentimento que ela era destas guardiãs que herdamos no afeto para com a história de nossa terra. Era uma referência, não honorária, mas um dom, um privilégio que se alicerçava nas suas origens e se estendia a estas novas
gerações, pelo que fizera em vida e pelo que guardava da memória do povo do
lugar. Pessoalmente, ainda pelos anos 50, eu me encontrava no caminho da
casa da Nêga (pois era assim que minha mãe tratava a querida amiga, desde os
tempos do Grupo Pe. Cícero, de Maria Gonçalves da Rocha Leal, a partir de
1930, e da Escola Normal, de Amália Xavier de Oliveira, entre 1934 e 1938).
Conto para vocês algumas destas impressões que fui anotando, coisas
modestas, mas reveladoras desta marca mais funda que ficou da nossa amizade,
pois cada um de nós, certamente, saberá dar um testemunho amoroso do que
estas relações sempre inspiraram. Peço-lhes desculpas pelo tamanho do texto.
(I)...Maria Assunção Gonçalves, nasceu em Juazeiro, em 01.06.1916. Da sua
origem de família, é o que se pode dizer, a herança vem de um dos troncos
mais fundos do velho Taboleiro: de Francisco Gonçalves de Menezes e de
Isabel Telles de Menezes. Portanto, da gente do Brigadeiro. A casa onde
mora - para mim, ainda o mais charmoso endereço do Juazeiro, já era morada
de sua avó, na chegada do Pe. Cícero ao Joaseiro, em 1872. Para o casamento
de Francisco e Isabel, a casa de taipa e telha foi reformada, mas ainda hoje
guarda o jeitão da velha casa dos patriarcas. Quem chega a esta casa vai
experimentar a sensação de se adentrar num pedaço de sertão, onde se senta
em banco de fazenda, se espicha, dolente, em cadeiras de balanço, se proseia
como se a vida demorasse a passar e se fica enamorado da senhora dona da
casa, eternamente.
(II)...A amizade de Assunção com Doralice Soares Casimiro, minha mãe,
remonta ao começo dos anos trinta, quando ingressaram na velha Escola
Normal. Concluíram ambas, na segunda turma, em 1938. Essa amizade ficou para
o resto da vida de minha mãe, como também a amizade de Maria Germano,
Zuleide Belém, Nelse Silva, Nerci Matos, Venúsia Cabral, Maria Menezes e
tantas outras professoras desta época. Daí, provavelmente, este tratamento
afetuoso (Nêga) que se expunha publicamente no conversar da rua, em casa, ou
quando íamos visitá-la, desde a minha meninice, na agradável casa da Rua
Grande. Na porta se gritava: - Nêga ! E de dentro vinha o convite afetuoso.
Era para se ir entrando e rolar conversa, sem tempo pra terminar. Até hoje,
não fora o meu sumiço do Juazeiro, aonde só vou vez por outra, infelizmente.
(III)...O meu entendimento sobre a grande festa do dia 19 de Março me veio
por um gesto fraterno de Assunção. O dia de São José – o padroeiro do Ceará,
por si só e as esperanças de uma quadra invernosa já bastariam. Mas, este
era também o dia da celebração do nascimento de minha mãe. E, às vezes,
antes de qualquer outra manifestação de parentes e amigos, chegava a
lembrança da Nêga, num requintado bolo de aniversário – presente de todos os
anos, sem faltar. Ela tem esta fama, de uma doceira-confeiteira
incomparável. Degustar aquele bolo era de um prazer imenso. Mais que os
sabores comuns dos ingredientes, ele vinha com o aroma e o doce de um afeto
que se revelava a cada encontro. Minha mãe guardava com muito carinho os
cartões que os acompanhavam. E a assinatura dizia tudo: “Nêga”.
(IV)...Houve tempo, e isto ainda é presente, que ter uma obra do
memorialístico fazer artístico de Assunção era chiquérrimo. Vinham
encomendas de tantos endereços destes Brasis e do exterior. Assunção fez
escola. Ensinou desenho e pintura a muita gente, como o Marcus Jussier, o
Eduardo Matos, Daniel Filho e tantos. Tardiamente, eu despertei para este
prazer de ter uma tela de Assunção na parede. Felizmente, nos meus
recolhimentos posso ficar frente a frente com duas telas suas - um retrato
de Inocêncio da Costa Nick, o Mestre Noza e um busto do nosso santo
padrinho, com os quais ela me presenteou. Depois disso, de uma obra
memorial, todos nós ficamos penalizados com a punição que os médicos lhe
impuseram, pela alergia que os pigmentos das tintas lhe causavam. E teve que
parar de pintar.
(V)...Eduardo Matos, Yony Rodrigues, Gastão Matos e eu tínhamos um encontro
casual na casa de Assunção. Viemos da Escola Normal e, por laços de amizades
entre nossas famílias, éramos ali acolhidos como “sobrinhos” amados. Depois
de 1965, Eduardo, Yony e eu já estávamos estudando em Fortaleza, depois São
Paulo. Então, nas férias nos reencontrávamos. Ela nos convidava para um
almoço e assim ficávamos por longas horas a conversar, contar as novidades,
nossas experiências de vida, sempre com a assistência discreta da Zifina,
fazendo seu tricô, pacientemente. Anos passados, os trabalhos, a vida
profissional de cada um, tudo conspirou e sumimos na voragem do tempo. Mas,
ficaram as lembranças da sua gargalhada gostosa, do seu afeto e da comida
generosa, feito baião de dois, em vaporentas e olorosas panelas.
(VI)...Doceira renomada, Assunção fez bolos e confeitos às centenas. De tudo
se fazia motivo: batizados, crismas, primeiras comunhões, aniversários,
casamentos, formaturas, bodas, tudo. O chique era entregar a tarefa a
Assunção, sempre com o auxílio eficiente de Francisquinha. Interessante é a
lembrança que tenho de que era hábito irmos à casa da Nêga para ter um
gostinho da festa, justo porque não éramos convidados. Ir ver o bolo da
noiva, ou de qualquer evento. Ela nos recebia com carinho e nos mostrava o
que tinha feito, e como tinha feito. Às vezes, uma provinha que ficara no
prato, lasquinhas do bolo, sobras de confeitos. Eram magníficos. O
carpinteiro fazia o esqueleto em taliscas e compensado de madeira e por
sobre o bolo crescia um verdadeiro monumento. No fim, ninguém sabia o que
seria maior, se a “boleira”, se a confeiteira, se a artista.
(VII)...Na organização do III Simpósio Internacional (2004), sob a
presidência de Mons. Murilo de Sá Barreto, Maria do Carmo Pagan Forti nos
apareceu com a idéia de incluir a presença de Maria Assunção Gonçalves como
conferencista de uma das datas. No início eu fiquei baratinado porque tinha
a lógica voltada para a presença dos convidados estrangeiros e de gente de
várias academias universitárias do país. Mas, a Maria percebeu, de longe e
muito mais adiante que nós, que era o momento de levar a Nêga para um grande
encontro com a memória do Juazeiro. E foi o que aconteceu. No dia, me
concederam o privilégio de coordenar a mesa e fiquei tão emocionado que não
soube fazer quase nada. O tempo, então, foi todo atropelado. Assunção deu um
show e aquele dia foi um dos grandes momentos do III Simpósio.
(VIII)...Das grandes tristezas que pude presenciar na vida de Assunção, a
mais marcante foi o cortejo fúnebre de Mons. Murilo, chegando ao Santuário
Diocesano, na manhã do dia 5 de dezembro de 2005, durante o longo velório. A
cidade inteira descia a Rua Pe. Cícero para recebê-lo na Matriz. Passando na
calçada da casa de Assunção, não resisti e entrei, indo encontrá-la,
desolada. Lembro de seu pranto angustiado, reverenciando o amigo, da janela
da casa, em foto que foi parar no jornal.  O dia seguinte, o do
sepultamento, foi uma terça. Certamente a mais triste de todas as terças
feiras de seus calendários. Naquele dia, como a longos anos, faltaria o seu
principal conviva do almoço tradicional. No dia 29.11.2005, a terça
anterior, havia um certo clima de apreensão pela cirurgia anunciada. Apesar
dos temores, ninguém acreditaria no que se veria, na terça seguinte.
(IX)...Quando o Memorial Padre Cícero estava para ser inaugurado, o então
prefeito municipal, Manoel Salviano Sobrinho, nomeou uma comissão da qual
faziam parte Assunção Gonçalves, e outras pessoas. Tínhamos que fazer
sugestões, trabalhar para obter doações de famílias, visitar pessoas, dentro
e fora do Juazeiro, e disciplinar uma organização para o acervo do museu do
Memorial. Numa oportunidade, Assunção veio a Fortaleza e, então,
acompanhei-a em duas visitas: a dona Edite Figueiredo, viúva de Odílio
Figueiredo, e a dona Stela Pita, viúva de Antonio Gonçalves Pita. Pela
mediação de Assunção estas famílias contribuíram com ótimos donativos:
preciosos objetos oriundos da casa do Pe. Cícero, e que hoje podem ser
encontrados em exposição no Memorial. Foi para lá também um conjunto
maravilhoso de seu ex-aluno, Marcus Jussier.
(X)...Daniel Walker e eu iniciávamos, nos anos 60, através da organização do
Arquivo Fotográfico de Juazeiro, um trabalho de resgate da memória histórica
da cidade e Assunção nos ajudava muito com informações. Nestas visitas,
aprendemos que, se havia alguém que pudesse ser denominada de Guardiã da
Memória do Juazeiro, esta seria Assunção. Mas, uma coisa sempre nos deixava
intrigado. Assunção nos falava muito da Escola Normal Rural, de coisas que
tinha entre os seus guardados e isso tudo não nos aparecia, a não ser
preciosas fotografias espalhadas pelas paredes da casa. Um dia, depois de um
daqueles almoços de férias, ela abriu um velho baú e eu pude me deliciar com
velharias de jornais, fotos, documentos, revistas, livros, objetos e tantas
coisas raras. Mas, o fundamental já tinha sido descoberto: Assunção era a
própria memória viva do Juazeiro.
(XI)...Por longos anos, a dedicação de Assunção à Paróquia Matriz de Nossa
Senhora das Dores foi coisa comovente. Nada de importante havia que a Nêga
não estivesse entre o entusiasmo e a realização, passando pelo angariar de
recursos que ela fazia e faz com a simpatia de quem, por ela, haveremos de
ter uma boa recompensa nos céus. Nos anos 50, a artista fez um painel
maravilhoso, retratando a nossa Mãe das Dores. No leilão tradicional da
festa da padroeira a peça foi arrematada por devotos de Atalaia, romeiros
alagoanos como metade do mundo do Juazeiro, com a promessa de trazê-lo, todo
ano. A cada novo Setembro, lá vinha o caminhão, com o painel à frente,
abrindo solenemente a romaria. Algumas vezes Assunção fez reparos e retoques
no painel. Até que um dia ela os liberou de trazê-lo. Mas, mesmo assim, eles
continuaram trazendo.
(XII)...Em 1963, no terceiro ano ginasial, Assunção foi nossa professora de
Desenho, apenas por um semestre. Acredito que tenha sido convidada pela
iniciativa dos padres Mário Balbi (secretário) e Gino Moratelli (diretor),
do Ginásio Salesiano. Era muito pouco, apenas uma aula por semana, e durava
uma hora. Eu achava aquela aula um espetáculo, à parte. Assunção chegava,
carregada de instrumentos (compasso, transferidor, réguas, escalas, etc) e
dava uma aula magistral. Havia nos seus procedimentos uma elegância de
artista. O quadro se enchia de traçados geométricos, multicoloridos que nos
atraia muito. Alguns da turma não engrenaram bem com a professora e por
várias vezes procuraram tumultuar a aula, dispersando a atenção. Mas, só sua
presença em sala já comunicava uma autoridade que se fazia respeitar.
(XIII)...Não seria admissível que personagem tão rica de valores humanos e
de tão grande significação no memorial de nosso desenvolvimento, como
moradores deste Juazeiro de sua maior emoção, não tivesse sua vida exposta
em livro, por mais modesto que fosse. Assim pensando, Íris Tavares e Socorro
Lucena tiveram a sensibilidade de escrever-lhe duas pequenas obras. Íris
privilegia sua narrativa sobre a artista plástica, de esmerada habilidade
nos pincéis. Socorro releva a grande educadora, a professora que já se
iniciara, vocacionada, aos 13 anos. As duas, penso e não manifesto aqui
nenhuma crítica, foram tímidas em suas produções. Contudo, deixaram as
pistas para uma grande obra. Quem sabe, um  estudo biográfico de prospecção
mais funda, ou até mesmo uma obra de ficção que percorra o itinerário de
seus personagens, amigos e familiares, das velhas raízes.
(XIV)...Na administração municipal de seu amigo José Mauro Castelo Branco
Sampaio, Assunção foi convidada e aceitou dirigir o primeiro ginásio
municipal da cidade, o Antonio Xavier de Oliveira. Foram quatro anos de uma
administração exemplar, entre 1970 e 1974. O seu largo tirocínio adquirido
em anos de vivência com a ENR, onde foi professora competente, secretária
eficiente e vice-diretora de grande lealdade, transformou esta experiência
numa tarefa prazerosa, como ela reconhece ao nos falar deste tempo. Os
professores que trabalharam ao seu lado neste período são unânimes em dizer
o quanto a liderança de Assunção os inspirou para que aquela primeira
iniciativa de uma gestão municipal fosse vitoriosa, legando a esta cidade
uma das mais promissoras casas a serviço de nossa educação.
(XV)...No aniversário de Assunção, por anos a fio, sua casa é invadida por
um grupo de senhoras de origem comum e de grande estima pela aniversariante.
São as confreiras de várias associações religiosas. São, principalmente, do
Apostolado da Oração, da Liga de Santa Terezinha e da Pia União das Filhas
de Maria. Elas não esquecem esta data. Chegam, presenteiam, se
confraternizam, deixam que a conversa role ao sabor das últimas novidades,
as perdas e danos e se deliciam com os bolos, biscoitos e refrigerantes. Aí
refazem o que mais agrada à nataliciante: renovam toda a grande estima que
há com estas pessoas que vem da cidade e dos sítios. Depois disto, já estão
de volta às suas origens. Nos outros meses do ano, encontros casuais, aqui e
acolá. Muitas se cobram e fazem uma visitinha à Dona Assunção. No ano
seguinte, novo cortejo. Elas não faltam, nunca.
(XVI)...Uma galeria de afeto ! É assim que posso traduzir as paredes da casa
de Assunção. Por elas estão espalhadas fotografias e telas que consagram o
grande amor de sua existência por entre pessoas da família ou fora dela,
gente de saudade como Zifina, o Pe. Frederico, Marcus Jussier, Dedé (José
Xavier de Oliveira), Bibi (Umbelina Xavier de Oliveira), a prima “Amada”
(Amália Xavier de Oliveira), Nilde, Pe. Jésu Flor. E também aquelas
queridíssimas criaturas, hoje mais raras como Rici e Jussier, e Neli
Sobreira. Logo na entrada, pelo corredor, uma peça de museu – o quadro
comemorativo da segunda turma de professoras formadas pela Escola Normal.
Uma bela alegoria, em forma de uma árvore que deu bons frutos e deixou para
o velho Juazeiro uma seleção de nomes que seria reconhecida pelos tempos e
que teve em Assunção a mais feliz das representantes.
(XVII)...Com requinte, como lhe era devido – individual, bom espaço,
catálogo, temporada e tudo mais, Assunção só teve mesmo uma grande
exposição, realizada no Memorial Pe. Cícero, a que se deu o nome de Óleos
Eternos, com apresentações de Marquinhos (Marcus Jussier Maia de
Figueiredo), Sávio Leite Pereira e Íris Tavares. Jean Nogueira concebeu o
projeto e fez a produção, numa realização da Secretaria de Cultura e
Desporto, na administração de Manoel Salviano Sobrinho. No catálogo, Sávio
Pereira relevava que “a exposição de Assunção Gonçalves era o resgate de um
sentimento de dívida de toda a comunidade juazeirense, unânime em reconhecer
os méritos artísticos da notável conterrânea, única em proclamar a beleza
das cores e dos traços que resultam do trabalho inspirado do talento de mãos
e pincéis que expressam o universos introspectivo da artista.”
(XVIII)...A Criadora e a Criatura. De Assunção para Marcus Jussier, e
vice-versa, só nos lembraremos de palavras, se ouvidas, de queridos
enamorados. Foi assim: primeiro foi a imensa amizade, até hoje, entre
Assunção e Rici Maia, que casou com Jussier Figueiredo, que foram os pais de
Marcus Jussier, que morou bons anos em frente à casa da Nêga, com quem
aprendeu a pintar. Mesmo nas horas em que tinha de dizer alguma coisa sobre
a arte de Assunção, falava o coração: “Sobre você, Assunção, tenho obrigação
de dizer que falo em primeiro lugar com a linguagem do amor e essa não tem
palavras, mas sentimentos. Lembro-me quando criança, que do espaço branco de
uma tela você fazia mágicas e milagres”. Quando o Marquinhos morreu, tão
jovem, rolaram lágrimas doloridas pelo rosto de Assunção, num sofrimento de
quem perdia um filho.
(XIX)...“Era uma vez uma professora que pintava e bordava.” Assim, Socorro
Lucena se refere a Assunção em seu ensaio biográfico, com expressão de
grande felicidade. Os títulos, ah!, os títulos. Mais um para se recordar a
Nêga, ligada também a uma almofada, eternizada também em foto clássica para
a posteridade, com um fundo que lembra a herança de Bibi, e das matriarcas
da família. O fato é que Assunção é também uma grande artista nos bilros.
Não raras vezes, entrando em sua casa apressadamente se podia flagrar a sua
agilidade no manejo das peças, um balé sonorizado por entre ágeis mãos de
uma rendeira deste sertão do Ceará. Peças lindas, presentes encantadores,
como o que Olga della Cava levou para New York, ou o que foi parar em
detalhes de roupas finas de gente amada. Sei lá, por aí: Europa, França e
Bahia.
(XX)...“Era só o que faltava !” disse a mim mesmo quando soube que Maria
Assunção Gonçalves se envolvera com o grupo do elenco de figurantes da
produção cinematográfica de Hélder Martins – O Patriarca de Juazeiro, em
1974. O filme começou a ser rodado aqui em Fortaleza e depois a equipe
migrou para Juazeiro e Milagres. Assunção vestiu-se de preto, lenço na
cabeça, maquiagem de estrela, para um personagem popular, misto de romeira e
beata – e lá estava nas cenas que víamos aqui, em prévias exibições do
“copião”. Fez muita coisa para ajudar à produção, grande amiga do elenco,
especialmente do fotógrafo José Medeiros, e não deixou de dar um pouco do
seu próprio suor e sangue. Tanto que contraiu uma pneumonia, pois não se
esquivou de, literalmente, carregar pedras em procissão, em cena noturna de
grande comoção no set de filmagem.
Talvez, um dia eu volte a completar tantos apontamentos que fiz ao longo
destas inesquecíveis viagens à casa alegre e festiva da Rua Grande.
Por uma gentileza de Camilo Sobreira, neto de uma das melhores amigas de
Assunção, Neli Sobreira, me foi possível ir ao seu funeral. Estava cercando
seu caixão uma gente que sofria naquela despedida a perda de uma amiga, como
poucas. No cemitério, quando fecharam a lápide, eu senti um cheiro forte de
flores silvestres que tomou por uns minutos a atmosfera do campo. Já era
noite. Para quem for um dia visitar e fazer uma oração por seu repouso
eterno, será muito fácil localizar seu jazigo: fica entre os do beato José
Lourenço e do prof. José Marrocos. Companhias maravilhosas para quem também
viveu o milagre do Joaseiro.
Com grande afeto, por todos,

- Assunção Gonçalves e sua grande arte de se fazer amada
Passou por esta vida terrena Assunção Gonçalves, como se fosse um rastro de luz. Mas que tanto ensinou Assunção Gonçalves, na sua simplicidade de menina, criada por Zifina, acompanhada pela família Xavier de Oliveira e o Padre Cícero?

Ema cada parte da vida uma mediação entre a artista e a educadora viabilizam uma obra de arte, pintada com as cores da amizade e saboreadas na alegria do pão partilhado.

Criança, com autonomia de gente grande, nesse tempo já dava aulas para ajudar em casa. Pintando bordando, cantando e fazendo amigos enfrentou os desafios que lha chegavam, estudando e ensinando que a vida é uma arte tecida de lutas e de sonhos de desafios e esperanças. Aprendemos com ela, desse tempo, o cuidado, não apenas com a caligrafia desenhada em perfeição, mas o cuidado com uma arte maior chamada respeito pelas pessoas.

A jovem Assunção se torna uma trabalhadora da educação, prestando serviço na Escola Normal de Juazeiro do Norte. Mas ela não lecionava apenas o que tinha nos livros, ela ensinava a arte da convivência, da gentileza, da ética humana. Na a Igreja católica sua atuação sempre foi marcante como devota e colaboradora nas Associações e devocionários.

Em sua maturidade, Dona Assunção se destaca como a formadora de novos professores, a Diretora do Ginásio Municipal Antônio Xavier de Oliveira, na coordenação dos movimentos da Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores. Aqui aprendemos com ela a arte da liderança da valorização do trabalho das pessoas.

Na velhice, Assunção, senhora guardiã da história do Juazeiro, da luta pelo reconhecimento da santidade do Padre Cícero pela Santa Sé, tinha as portas da sua casa sempre abertas para receber representantes do clero, historiadores,  pesquisadores, alunos, romeiros e tantos que demonstrassem interesse de saber sobre esta terra e sua gente. Tornou-se contadora das histórias de Juazeiro, em sua cadeira de palhinha, cercada dos cuidados de Francisquinha e das memórias estampadas nos quadros da parede da sua casa. Assim ensinava a arte do acolhimento e da amizade.

Assunção hoje se despede de nós, com suas mãos de luz, que pintou, bordou, confeitou, liderou, serviu à Igreja, ensinando principalmente a arte de amar a Deus, às pessoas, ao trabalho, à vida. Deixa um legado de lições cada vez mais raros no mundo de hoje. Que sejamos aprendizes dessas lições e que saibamos contar esta história.

Sem mais poder andar, cantar, pintar, nem rendas de birros, confeitar, nem contar histórias, em sua solidão ensinou mais uma vez a arte da espera e da gratidão. Na última vez que estive em sua casa, quase inaudível, Assunção balbuciou: OBRIGADA! Penso que é isso que ela está nos dizendo neste  momento.
A amiga e sempre aprendiz da sua sabedoria:
Maria Socorro Lucena Lima

Juazeiro de luto
- Cícero Braz: Morre dona Assunção Gonçalves, artista plástica que pintou Juazeiro na época do Tabuleiro Grande. Nossa singela homenagem a ela, pois todos os anos nosso grupo "folia de reis", sempre era esperado com carinho na sua casa. Então cantemos: Silene Ratts Maria Barbosa, Rodrigo Menezes, Aline Menezes, Rafael Menezes, Ruanna Menezes, Celia Morais, Cicero Braz de Almeida, Eduardo Allan Callou, José Hugo Rodrigues, Kelly Menezes," ó senhor, dono da casa, abra a porta e ascenda a luz, abra a porta e ascenda a luz, pelo nosso de Jesus. aqui estamos em vossa casa, em figuras de raposa, em figuras de raposa, nós queremos qualquer coisa". .............fica com Deus e o Padre Cícero aí no céu minha amiga.














- Iderval Reginaldo Tenório: Amigos do Juazeiro do Norte, mais uma página desta cidade foi encaminhada para o seu valioso arquivo, arquivo este indispensável para a vida de uma comunidade.
A professora Assunção Gonçalves continuará viva nas suas palestras, nas suas aulas, nos seus ensinamentos, nas suas telas, nos seus escritos, nas suas palavras, nas suas organizações, na sua paciência e no seu exemplo de vida.
Assunção Gonçalves não morreu e jamais morrerá, Assunção Gonçalves tal qual os grandes pensadores deste mundo , hoje é uma imortal, partiu sem pedir para partir, partiu deixando órfãos uma plêiade de admiradores por todos os recantos do mundo. Neste momento estou de frente a uma de suas artes, uma tela em veludo, na qual retrata o rosto de Jesus .
O Brasil está de luto, nós Juazeirenses estamos de luto.
Amigos Daniel Walker e Renato Casimiro, Deus sabe o que faz, Assunção fará muita falta, Juazeiro perdeu parte de sua vida. Assunção neste momento para o Município, era a sua maior expressão viva cultural , era o maior símbolo cultural, era o maior troféu do Juazeiro do Norte e uma pessoa com esta importância não pode simplesmente morrer por morrer, Assunção ficará para a eternidade. Espero que a nossa geração, a geração atual e a geração do futuro saiba qual o real valor desta professora , que durante 60 anos pregou o que existe de mais sublime para uma sociedade- A CIDADANIA.
Eu sou muito grato à minha amiga, mestra, orientadora, incentivadora e Professora Assunção Gonçalves. Juazeiro do Norte saberá reconhecer o seu valor e lhe será eternamente grato.
- Maria Neide Pereira: D.ASSUNÇÃO LINDO CORAÇÃO DE DEDICAÇÃO AO PADRE CICERO E A CIDADE DO PADRE CICERO!!!!! LEBRE-SE DE TODOS NÓS DO JUAZEIRO QUANDO SE ENCONCONTRAR COM JESUS E NOSSA SENHORA DAS DORES.
- Ana Gonçalves: Grande cidadã juazeirense ! Lamentamos sua perda .
- Francisco Sampaio: Mulher que pintou o Juazeiro.
- Elias Romeiro: Abalado e triste com a Romaria Eterna de Assunção que Mons. Murilo chamava carinhosamente de 'Nêga". Até o Céu artista de Deus!
- Josmacelio Geraldo da Silva: Deus a tenha! Grande baluarte da cultura juazeirense, contadora da história de Juazeiro, grande mulher.
- Fátima Feitosa: O Juazeiro perde uma grande mulher.
- Maria Araujo de Barros: As pessoas de bem que muito fizeram por Juazeiro só passam a ter valor depois de morta,sei que perdemos duas grandes mulheres.
- Lucíola Anselmo: D. Assunção Gonçalves, uma pessoa muito importante da história de n/ Juazeiro ... Que Deus dê o descanso eterno..
- Cicera Lobo: QUANDO FAZIA O NORMAL FIZEMOS UMA ENTREVISTA COM ELA,UMAS DAS PESSOAS MAIS INTELIGENTES E MEIGAS QUE JÁ CONHECI.EU LEMBRO ATÉ HOJE QUANDO CHEGAMOS NA CASA DELA ELA TAVA PINTANDO UM QUADRO EU FIQUEI ENCANTADA COM SUA PINTURA.
- Savia Maria Ferraz: Grande educadora, artista plastica, figura humana que costumava apaziguar os ânimos ,amiga , grande conhecedora´e divulgadora da história do Pe. Cicero!Que Deus a tenha.Meus sentimentos de pesar ao povo de Juazeiro e toda a sua família.
- Itamar Aguiar: Grande mulher e educadora. Foi minha professora de pintura na minha adolescência... que Deus a guarde.

-Eduardo José Pereira de Matos: Partiu para eternidade mais um grande ícone da história ciceropolitana. Será bem acolhida pelo Pai.
-Elizete Marques ELi Marques: DESCANSARÁ EM PAZ UMA GRADE MESTRA DA TERRA DO PADRE CÍCERO.aria Eliane de Almeida Mulher, cidadã, artista, D.Assução será sempre um orgulho para o Juazeiro.
- Maria Do Socorro Romão Descanse em paz D.assunçaõ.me deleitava ouvindo suas histórias sobre o juazeiro ,sobre Padre Cícero.
- Vasques Landim: QUE DEUS A TENHA EM BOM LUGAR. ARTISTA E GRANDE EDUCADORA. FORMADORA DE OPINÃO E INCANSÁVEL DIVULGADORA DA HISTÓRIA DO PADIM CIÇO. NOSSOS SENTIMENTOS DE PESAR A FAMÍLIA.
- Socorro Farias: Que Deus a tenha em bom lugar.
- José Erivaldo Teles: Mais uma pessoa ilustre vai morar com DEUS, mas fica conosco muitas páginas de sua HISTÓRIA, dedicada a vida artística e eligiosa
- Carmen Lúcia Tomás Bezerra: também tive o prazer de entrevistar Dona Assunção algumas vezes. Contou-me certa vez sobre as suas brincadeiras de criança. Sorriu muito se balançando numa rede e contando do que gostava de brincar.
- Ana Lucia Granja Souza: Poxa, Daniel, estou muito sentida com a morte de dona Assunção Gonçalves, tinha um imenso desejo de conhecê-la e ouvir suas histórias. Mas Deus a chamou e Ele sabe o que faz. Fique bem, meu amigo, eu sei que ela é e foi uma pessoa muito importante.
-  Pe. João Carlos Perini: Fiquei muito triste pela morte de Dona Assunção. Esperava pudesse ver a Reabilitação de Padre Cícero. Pra mim foi uma verdadeira mãe. Varias vezes almocei com ela e depois me preparava uma rede no último quarto para descansar... uma grande mulher, livre, bonita dealma e simpática e acolhedora. Quando você me levou a sua casa a última vez ela ficou tanto contente de me ver!
Fotos do Sepultamento
 VEJA VIDEO SOBRE A MORTE DE ASSUNÇÃO GONÇALVES NO LINK ABAIXO:
http://globotv.globo.com/tv-verdes-mares/cetv-1a-edicao-juazeiro-do-norte/v/artista-plastica-assuncao-goncalves-e-sepultada-no-cariri/2586976/

MISSA DE 7º DIA DE DONA ASSUNÇÃO GONÇALVES
25 de maio de 2013

Homilia

Queridos familiares e amigos, distintas autoridades aqui presentes, professores, educadores, meus irmãos no sacerdócio que concelebram esta santa missa (...), diletos irmãos e irmãs!
Com pesar e confiança, estamos reunidos nesta celebração da Páscoa definitiva de nossa querida irmã Dona Assunção Gonçalves.
Inicialmente recordamos o sentido de celebrar o sétimo dia. Foram sete os dias precisos para que Deus considerasse finda a obra amorosa da criação do mundo. De fato, a criação não estava completa ao sexto dia, quando Deus criou o gênero humano, pois, na verdade a criação encontra a sua finalidade ao sétimo dia, com a glorificação de Deus.
Irmãos e irmãs! Não é neste mundo que reside o sentido mais profundo de nossa vida. A criação de Deus, só pode encontrar a sua referência final em Deus. É na glória d’Ele, o Pai que tendo amado tanto o mundo enviou o seu filho unigênito, que todos os projetos e todos os sonhos se realizam plenamente.
A morte não é uma realidade de desesperança, mas é um impulso final em direção a Deus. É a porta misteriosa pela qual todos passaremos rumo àquela luz inacessível onde habita Deus. É a morte, um breve episódio para que possamos encontrar a certeza da vida eterna, almejada por todos nós e assegurada pelo nosso Deus. Apeguemo-nos às palavras de Santo Agostinho, que diz: “Minha alma não está em paz enquanto não Vos encontra Ó Deus!”.
Olhando com outros olhos, caros irmãos e irmãs, a reflexão que esta celebração nos apresenta é a reflexão acerca da esperança. Somos chamados à esperança. Nossa fé cotidianamente nos convida a uma esperança que não aliena. Não estamos nos referindo a qualquer esperança, mas à esperança em Deus. A espera do Reino de Deus de forma definitiva, em plenitude.
Só precisamos rezar e aguardar a vida eterna. Caminhamos em busca de mais vida. É esta esperança que nos invade quando hoje fazemos memória de nossa irmã, Dona Assunção Gonçalves. Uma criatura de Deus repleta de dons. Dons que ela não guardava unicamente para si, pois sabia o sentido da partilha, compartilhando seus talentos e virtudes com todas as pessoas que, assim como ela, souberam e sabem o que é ter um coração bom.
Irmãos e irmãs caríssimos, ouvimos a pouco no santo evangelho: “Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo!”. A nossa fé nos assegura que Deus chamou Dona Assunção para a eternidade, pois ela era uma mulher bendita, fiel e temente a Deus.
Como filha de Maria aqui mesmo nesta Paróquia, uma competente e brilhante artista plástica, educadora, mulher solidária e de inúmeras qualidades, uma pessoa que no passado também foi muito próxima ao querido Padre Cícero, soube carregar consigo tantos e bons adjetivos, e, como consequência, soube ser uma feliz resposta da boa notícia de Deus. Não há dúvidas de que as afirmações que escutamos com o evangelho desta santa eucaristia encontraram morada na pessoa de Dona Assunção Gonçalves.
A este respeito, recordemos as palavras de São Paulo aos Romanos, durante a primeira leitura para nós proclamada nesta liturgia: “Ninguém dentre nós vive para si mesmo ou morre para si mesmo. Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos. Portanto, vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor”. Dona Assunção Gonçalves, em sua vida quase centenária, nunca viveu unicamente para si. Suas palavras e exemplos, suas atitudes nos mais diversos de seus afazeres sempre retrataram a certeza de que a sua vida era de Deus e sendo de Deus, era colocada a disposição de quem precisasse.
Diletos irmãos e irmãs! Recorrendo aos dotes artísticos de Dona Assunção, diante de tantas de suas obras, assim como ela registrou para os anais de nossa história, a famosa e propagada imagem do Juazeiro antigo, hoje, Juazeiro registra em sua história a sua prestigiosa colaboração como cidadã que passou a vida contribuindo para o progresso e desenvolvimento de nossa terra e de nossa gente.
A nós, sobretudo aos seus familiares e amigos, fica a lembrança muito forte de seu testemunho de vida. Sua memória nunca será deixada de lado, pois os seus frutos sempre acompanharão a história de nossa querida Juazeiro do Norte. É incontestável a larga contribuição que Dona Assunção Gonçalves deixou na arte, na educação, na igreja e na própria história da nossa Juazeiro.
Resta-nos ainda apresentar a Deus uma prece: se, aqui na terra, no tempo e no espaço ainda somos morosos demais para autenticar a nossa fé com os sinais de santidade do nosso querido padrinho Padre Cícero Romão Batista, que ela, Dona Assunção Gonçalves, mulher guerreira, defensora dos romeiros e das nossas romarias, esteja agora no céu, com as cores da eterna vida, colorindo um bonito resplendor num chapéu de palha também bonito, para enfeitar a cabeça do nosso padrinho e patriarca, uma vez que a auréola da santidade que lhe falta aqui já se encontra pertinho de Deus. Eis a forte inspiração que tanto Dona Assunção Gonçalves almejou nesta vida, agora ela a encontra em profusão ao lado de Deus.
Antes, Dona Assunção Gonçalves era apenas uma guardiã da história do Juazeiro e da luta pela reabilitação do Padre Cícero. Hoje, nossa fé nos leva a crer que, lá no céu, o seu ideal de vida intercede por nós, pelo progresso de Juazeiro e pela felicidade dos seus familiares e amigos.
Na oração que antecede a oração eucarística desta santa missa, ouviremos que “para aqueles que creem a vida não é tirada, mas transformada e desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado um corpo imperecível”. Que a vida imperecível de Dona Assunção Gonçalves, inteiramente transformada, seja acolhida em sua nova morada, a morada celeste, com a presença amiga do Monsenhor Murilo, da Ir. Ana Teresa, do querido Padre Cícero e de tantos outros que fizeram parte de sua vida aqui neste mundo, em seu Juazeiro que era o seu universo.
Para a “Nega”, como ela era conhecida pelos mais íntimos, ficam ainda outras oportunas palavras de São Paulo, também aos Romanos e hoje a nós: “todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os seus eleitos, segundo os seus desígnios”. Em meio a esta verdade de fé, suplicamos: Dona Assunção Gonçalves, descanse em paz!
Não temos o seu talento, tampouco o mesmo pincel e tino para a arte, no entanto, mesmo assim ficaremos a pintar em nossos corações a grata lembrança de sua vida inteira neste mundo. Que Nossa Senhora das Dores, sua carinhosa auxiliadora junto de Deus e do Padre Cícero, continue a rogar a Deus por nós, amém!
Padre Aureliano de Sousa Gondim
Vigário Paroquial da
Basílica Santuário de Nossa Senhora das Dores

sábado, 18 de maio de 2013

Faleceu Irmã Ana Teresa


Faleceu hoje, aos 78 anos, pela manhã, às 07h30, na Clínica São José, onde se encontrava hospitalizada há algum tempo, Irmã Therezinha Stella Guimarães, diretora da congregação Cônegas de Santo Agostinho em Juazeiro do Norte. Irmã Ana Teresa ou ainda Irmã Teresinha, como era conhecida por todos, tem uma larga folha de bons serviços prestados a esta cidade, como religiosa e como pesquisadora da vida do padre Cícero e estudiosa das romarias sobre quem publicou vários trabalhos. Em 2011, por ocasião do Centenário da Independência de Juazeiro do Norte, foi publicado em forma de livro sua tese de doutorado defendida na Universidade de Louvain, Bélgica,  intitulada Padre Cícero e a nação romeira, um estudo psicológico da função de um “Santo” no catolicismo popular, a qual obteve excelente repercussão nos meios acadêmicos. Chegou a Juazeiro na década de 1970 como observadora anônima, juntamente com sua colega de congregação, Irmã Annette Dumoulin,  para conhecer o fenômeno religioso envolvendo Padre Cícero e as romarias e ficou tão fascinada com o que viu que decidiu  (decisão também tomada por Irmã Annette) morar aqui, fundando a Congregação das Cônegas de Santo Agostinho, tendo recebido do Padre Murilo de Sá Barreto, à época vigário da Matriz de Nossa Senhora das Dores, todo o apoio necessário para o desenvolvimento das atividades religiosas, sendo imediatamente engajada na pastoral das romarias. Para entender o fenômeno das romarias e penetrar mais fundo no universo cultural e religioso dos romeiros ela e sua inseparável amiga e colega Annette fundaram com o incentivo do padre Murilo o Centro de Psicologia da Religião, local onde foram produzidos e divulgados muitos trabalhos sobre o Padre Cícero, as romarias e a religiosidade popular. Mais tarde os trabalhos foram ampliados com a instalação de O Semeador, Poço de Jacó, Escola Madre Alix e Centro Catequético Francisca Inês, instituições ligadas à educação infantil e de adultos e assistência social. A vida de Irmã Teresinha em Juazeiro do Norte é recheada de bons serviços prestados à comunidade e às romarias, razão por que em reconhecimento lhe foi outorgado pela Câmara Municipal o título de cidadã juazeirense. No dia 26 de maio de 2012 foi inaugurado o Centro Paroquial de Assistência ao Romeiro, órgão da Basílica de Nossa Senhora das Dores,  o qual recebe o seu nome, sem dúvida uma justa e merecida homenagem. O CPAR é um grande centro de prestação de serviços e lazer que a Basílica oferece aos romeiros, tendo entre outros equipamentos bebedouros, banheiros e uma extensa e aprazível área de convivência onde os romeiros poderão descansar e conversar enquanto aguardam a celebração de atos religiosos. É uma área de lazer, exclusiva, onde todos ficarão muito bem acomodados e longe do barulho causado pelos vendedores ambulantes. 
Ela foi uma ardorosa defensora da reabilitação do Padre Cícero. E deu provas disso. Segundo escreveu o jornalista Demontier Tenório "Apesar de se encontrar doente e em uma cadeira de rodas,  topou o desafio de ir até a Europa na comitiva liderada pelo bispo dom Fernando Panico para entregar o pedido de reabilitação de Padre Cícero ao Vaticano. Os documentos foram deixados na Congregação para a Doutrina da Fé no dia 30 de maio de 2006. Durante missa na Praça de São Pedro, ela teve contato com o Papa Bento XVI quando este se dirigiu para cumprimentar um grupo de cadeirantes. Irmã Ana Teresa não perdeu a oportunidade de pedir por Padre Cícero".

QUEM É
Quem melhor pode contar a história de Irmã Therezinha é sua colega Irmã Annette. Por isso é dela o texto que se segue: 
"A trajetória de Irmã Therezinha é tão bonita, que eu não resisto a contar ao leitor alguns pormenores determinantes!
Nascida em Guaratinguetá, Therezinha Stella Guimarães (ir. Ana Teresa) é parente do primeiro Santo Brasileiro, Frei António de SantAna Galvão. Ela viveu seus primeiros anos à sombra da Matriz Basílica de Nossa Senhora Aparecida. Entrou na Congregação de Nossa Senhora, da ordem das Cônegas de Santo Agostinho, após seus estudos em Pedagogia na Faculdade Sedes Sapientiae, em São Paulo. Aos 39 anos, e com a experiência de alguns anos como diretora no Colégio Stella Maris, em Santos, ela se lançou na descoberta de um "outro Brasil": o Nordeste! Mas antes, fez dois anos de reciclagem em teologia e psicologia, na Bélgica. Na mesma época, a Universidade de Louvain me ofereceu um tempo de pesquisa no Brasil, na minha especialização em Psicologia da religião. Juntamos então nossos dois projetos e nos lançamos à descoberta do povo nordestino em Recife, no tempo da ditadura militar, sob o olhar profético de Dom Hélder Câmara. Durante doze meses, estudamos na escola dos pobres, nas CEBs, chamadas em Recife, "encontro de irmãos". Queríamos descobrir como nasciam as lideranças religiosas nessa área dinâmica da cultura popular, perseguida pelo regime militar da época. Alugamos uma casinha em Beberibe, na "Linha do Tiro" bairro pobre da Capital de Pernambuco, para nos aproximar o mais possível da realidade desse povo. Foi um ano muito proveitoso onde tivemos a chance de mergulhar no mundo das Comunidades Eclesiais de base.
Mas os planos de Deus eram diferentes para nós: Maninha, uma vizinha, tinha pendurado na sua sala, um grande póster de um homem, de batina, um padre... "Mas, quem é ele?" perguntava eu no meu português rudimentar da época. Maninha tentava explicar com gestos, palavras e emoções porque tinha tanta devoção nesse Padre... Ana Teresa se lembrava que se tratava do Padre Cícero, líder polêmico de um movimento religioso duvidoso do Nordeste mas que estava em fase de extinção! Era isso que se sabia do Padre Cícero e de seus devotos no Sudeste do País, nos anos 60!
Fomos convidadas pelos pais de Maninha, para conhecer Juazeiro. Mais do que curiosas, aceitamos sem hesitação. Passamos 10 dias na "terra da Mãe das Dores e do Padre Cícero", na casa de Seu Mocinho e Dona Tita, Rua Padre Cícero. Selvina, lavadeira da família, tinha se liberado de qualquer trabalho e compromisso para nos servir de cicerone. E que cicerone! Tinha passado algum tempo no Caldeirão, com o Beato José Lourenço. Era dessas mulheres sábias, descendente de índios, convicta de sua fé, e que nos oferecia, gota a gota, com prudência, o tesouro de seus conhecimentos em relação ao "mistério" do Juazeiro e do Padre Cícero. Ficamos "encantadas" a ponto de tomar a decisão de continuar nossas pesquisas não mais em Recife, mas nessa "mina a céu aberto" que é Juazeiro do Norte.
A oposição silenciosa mas determinada da Diocese de Crato, em relação às romarias a e ao Padre Cícero, nos questionava. Observamos ao mesmo tempo o isolamento e a coragem pastoral do Padre Murilo de Sá Barreto e de seu auxiliar, Padre José Alves, acolhendo com carinho e sabedoria os milhares de romeiros, ditos fanáticos, que acorriam na Matriz das Dores e na Capela do Socorro. Mais do que pesquisadoras, somos cristãs e religiosas consagradas na linha da opção preferencial pelos pobres. Essa situação não podia nos deixar indiferentes! E foi assim que, depois de semanas de reflexão e hesitações, numa noite de São João, na Serra do Catolé, a decisão foi tomada. Pegamos no chão uma cabaça ainda verde e gravamos nosso compromisso: "De todo jeito, voltaremos para o Juazeiro. Ana Teresa e Annette - 24 de junho de 1974". Foi nessa noite que Therezinha Stella Guimarães decidiu enfrentar anos de pesquisa para chegar, em 1983, a defender sua tese de doutorado, objeto desta publicação.
Por que um tal esforço? Porque os pobres merecem que a gente se forme para servi-los! Com o apoio de Padre Murilo, planejamos abrir na Matriz das Dores dois centros complementares: "Psicologia da religião", e "Acolhida aos romeiros", cada Centro se alimentando do outro, numa dinâmica muito produtiva.
A pesquisa feita  por Ir. Ana Teresa em 1983, escrita em francês, e defendida em Louvain, Bélgica, demorou para ser publicada. Entretanto, ela não ficou apenas na prateleira empoeirada de uma biblioteca de Universidade. Ela nos serviu de alicerce para construir e realizar, durante mais de 30 anos, um projeto de Pastoral de Romaria na Matriz de Nossa Senhora das Dores, em colaboração com o nosso saudoso Pastor e Mestre, Padre Murilo. O estudo dos arquivos e da correspondência do Padre Cícero nos revelou também o verdadeiro rosto e a personalidade deste Sacerdote .
Ir. Ana Teresa hesitou em publicar sua tese na sua apresentação árida, analítica, sistemática, segundo as exigências da Universidade de Louvain. Alguns amigos, entre outros, Antônio Renato Casimiro e Daniel Walker, a convenceram a não diluir ou simplificar a apresentação, pois o método semiprojetivo utilizado era, até agora, único no seu género no campo de pesquisa sobre os romeiros do Padre Cícero. Valia a pena uma apresentação sistemática das etapas estatísticas, mesmo fastidiosas, do caminho escolhido pela pesquisadora. Comunguei com essa opinião.
Quem sabe se, na leitura deste trabalho, um universitário não se entusiasmaria para reproduzir a pesquisa, com o mesmo método e rigor, hoje, 30 anos depois! Os estudos longitudinais são raros nesse domínio, mas ajudariam muito a verificar em que medida o papel do Padre Cícero junto ao Nordestino, está se modificando". 

SEPULTAMENTO
O corpo de Irmã Ana Teresa será velado na sede do Semeador, localizada na Av. Dona Leopoldina, 345, Bairro Aeroporto. Amanhã será transladado para a Basílica de Nossa Senhora das Dores para celebração da missa de corpo presente e depois o cortejo seguirá para o Anjo da Guarda onde haverá o sepultamento.
O céu vai receber uma santa! 


COMENTÁRIOS 
Lázaro Marques Lima: DEUS CHAMOU

Araújo Raimundo: tive o prazer de viajar com a irmã a Belgica uma grande mulher. Deus sabe escolher as melhores pessoas.

Cildo Menezes: Uma Religiosa que fez de sua vida um exemplo de dedicação e amor a causa do Evangelho de Cristo entre as pessoas... Nossas orações!

Antonia Berenice Salviano Silva: Descanse em paz.

Cristiano Silva Felipe: UMA GRANDE PESQUISADORA DA CAUSA ROMEIRA E DO PADRE CÍCERO, UMA GRANDE RELIGIOSA QUE DEUS A TENHA E A TODAS AS IRMÃS QUE FAZEM A CONGREGAÇÃO DAS CÔNEGAS AGOSTINIANAS MEUS SENTIMENTOS!

Andre Herzog: Lamento profundamente saber. Abençoada seja sua Memória, pela virtude de seus atos, dedicação aos filhos da terra e grandeza de espirito

Maridalva Cabral: Que Deus a tenha no reino do Céu! Descanse em paz irmã Teresa.
Elizangela Santos: Uma grande perda. Uma senhora de dedicado amor a Deus e ao próximo. Paz.

Afonso Sampaio Junior: Está com DEUS!

James Allan: Grande exemplo de fé! Descanse em Paz! Tive o prazer de várias vezes conversar com ela... Saudades!

Elias Romeiro: Minha Querida Ana Teresa, Até o Céu! Estou triste com sua romaria para o Céu, mas será uma intercessora forte pela reabilitação de Meu Padrinho. Que alegria não deve ter sido sua chegada no Santuário Eterno! Mãe das Dores, Meu Padrinho e seu Primo Frei Galvão dando-lhe as boas vindas... Quantas SAUDADES! Força Annette.

Idelzuite Dias: Meu Deus que triste...gostava muito da delicadeza dela!!!!!!!!!!!Saudades...mulher muito inteligente!!!!!!!!!!

Maria Neide Pereira: ir. tereza DEUS reconheceu e como reconheceu o seu trabalho de doação missionária a terra do padre Cícero!!!!gostava muito de ouvir a força da sua voz determinada e coerente, sua vida de doação aos projetos de DEUS foi cumprida nesta terra; A IR ANNETE MiNHAS SINCERAS ORAÇOES,POIS, FOI A COMPANHEIRA ASSIDUA E DEDICADA A IR, TEREZA NOS MOMENTOS MAIS DIFICIEIS EM QUE SABEMOS O QUANTO É IMPORTANTE TERMOS ALGUÉM A FICAR PERTO DE NÓS !!!!IR. TEREZA NÃO A CONHECI PESSOALMENTE, MAS, CHEGUEI A OUVIR E VER A SENHORA DE LONGE; HOJE MORO EM FORTALEZA E VOU VISITÁ-LA ATRAVÉS DAS MINHAS ORAÇOES!! IR. TEREZA LEMBRE-SE DE MIM QUANDO SE ENCONTRAR COM JESUS E NOSSA SENHORA!!! AMÉM!!!!!

Anair Bernardino: O céu está mais feliz com a sua chegada.

Francislê Fernandes: Fiquei triste ela era uma pessoa muito boa.


Ana Gonçalves: Meus sentimentos .

Irene Santos Santos: Juazeiro perdeu uma joia rara... uma grande mulher, educadora por excelência... uma mente prodigiosa.

Francisco Rubens Filgueira: Uma pessoa maravilhosa. Nossas condolências
há 2 horas · Curtir

Déborah Callou: Pessoa muito agradável, juazeirense de coração. Lamentável

MENSAGEM DA DIOCESE DE MACEIÓ

Maceió, 18 de maio de 2013.

“Na caminhada da vida encontrei-me contigo sem, no entanto, prever o que havia comigo. Hoje, enfim, Senhor Jesus, Já sei que profundamente marcaste meu ser.
Com tuas mãos entre as minhas e Teus pés nos meus passos, com teu sorriso, teu olhar, e teus gestos sagrados. Eu irei até o fim onde estarás compassivo, esperando por mim. Quero Jesus, Te servir na pessoa do outro, ser os teus pés, tuas mãos, teu Perdão, teu consolo. Nada te recusarei, e de Ti eu ouvirei: Vem bendito do Pai. Sem Ti, não vivo, sem Ti, não sou aquilo que eu desejo ser!”
          Ir. Ana Teresa, sua Romaria para o Céu, se deu na véspera da solenidade do Espírito Santo. Aquele que a iluminou e a deu força na defesa do Padre Cícero, o Padrinho dos Pobres. Os pobres a quem a Sra. tanto serviu dedicando durante toda a sua Vida religiosa. Como os romeiros se alegravam com sua presença, a sala informação romeiro era uma festa! Como era bonito ver o seu encontro e reencontro com os romeiros na Sala de Informações. Agora Eles estão órfãos, sem a sua presença consoladora e animadora. Ouvimos de Ir. Annette “Ela nem me esperou”. Seja uma intercessora, e, diga-se de passagem, “Forte” ai do Céu, para a nação Romeira aqui da terra.
          Obrigado! Pela sua disponibilidade em nos servir. Somos eternamente gratos a Senhora. A Nação romeira da Arquidiocese de Maceió agradece pelas inúmeras visitas junto com sua fiel companheira, Ir. Annette. Coragem Ir. Annette! Força para caminhamos juntos com irmãos na defesa de Juazeiro e de seus romeiros. Seja para encontros com os romeiros, seja para encontro com o clero da arquidiocese, para falar-lhes sobre a figura simpática de Padre Cícero. Desde Dom Miguel, Dom Edvaldo e agora com Dom Antônio Muniz.
          Ficamos a imaginar como foi sua chegada no Santuário Eterno: Mons. Murilo, como anfitrião, de chapéu de palha na mão acolhendo-a e apresentando-a a Padre Cícero, que a conduz orgulhosamente para o encontro com a Mãe das Dores e seu bendito Filho. Depois foi apresentada aos demais. Quanta alegria no reencontro com a nação romeira gloriosa!
          Ir. Ana Teresa, no “agora já”, quando o tempo não tiver mais razão de “ser” para “ti”, estás participando das delícias do “banquete sem fim” do Reino do Pai, onde a “fé e a esperança” já são “Eclosão de Amor”.
          Receba o carinho e reconhecimento de toda Nação Romeira das Alagoas que chora tua partida na Esperança da Ressurreição.
Requiescat In Pace!

           Dom Antônio Muniz, Padre José Aloísio, Elias Romeiro e teus Irmãos Romeiros das Alagoas.

P.S : Texto de Dom Fernando Iório, Bispo de Palmeira dos Índios. (Já na visão beatífica)

          Espero estar no grupo dos assinalados porque vivo, ainda me encontro, esperando o partir para a outra vida. Sei que vou partir que vou fechar os olhos para este mundo. Sei que vou morrer. A morte é esperança para mim. Quero ver o que espero não mais como num espelho, senão face a face. Desejo que minha vida faça em Deus a experiência do que deve ser em plenitude. Quero a posse tranqüila do que está sendo para mim, agora, objeto fim da minha peregrinação na terra. Quero, logo mais, a posse serena daquilo que, ansiosamente, procurei na fé. Para mim, de nada valem as sirenes do nada: – de Sartre ou de Camus. A ânsia de viver me traz felicidade: sinto distante, mas fiel a voz da vida, como quem, no búzio vazio, ouve o canto-chão solene do mar. O céu que minha fé assinala, o meu céu teológico não possui geografia, nem se encontra no périplo dos cosmonautas. O céu de felicidade porque espera meu ser não é prolongamento do tão decantado céu astronômico. Meu céu é posse de todos os santos; é maravilha e descoberta de todos os mortos; é mergulho interminável na riqueza do mistério para os que ainda vivem nos braços do tempo.
          Espero que meu desejo torne-se harpa de amor, quando, após minha partida, eu possuir – serenamente – o que desejei na vida, o que plantei na semente da fé e no alicerce consolador da esperança. No final de contas, a morte é o verde do meu céu.
Ainda que me arraste – pobre verme –; ainda que me quebre – pobre barro –; ainda que eu naufrague – pobre nauta: eu Te verei – eterno Amor, face a face: um dia, eternamente dia – eu Te verei; sim, naquele dia, sem noite, sem sombra, nem nuvens. Sim, eu Te verei, na eternidade sem tempo.          Fica bem para este dia o que diz a Escritura: “Bem-aventurados os pobres de espírito, que dizer os desapegados das coisas do mundo, porque deles é o Reino dos Céus”.
        Isto é, daquele céu que não pertence à geografia dos homens, mas, o esplendor de Deus. Trata-se de um estado de espírito em que sentimos a felicidade do paraíso. E se alguém me perguntasse: como está você? E eu responderia: ESTOU NUM PARAÍSO!