terça-feira, 1 de novembro de 2011

MURTA...
 Este era o pseudônimo da profa. Amália Xavier de Oliveira que segundo bacurejei, teve alguns de seus poemas inseridos em edições do jornal O Lavrador (1934-1974), da Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte, em curto período (1942 - 1946). Quando começou a produzi-los, Amália tinha os seus 38 anos, com uma fisionomia aproximada a esta da foto (esq.), tirada no Horto de Dois Irmãos, Recife, em 1937. O pseudônimo de Murta (que nem sabemos a sua origem) logo caiu em grande curiosidade por parte da Escola Normal Rural. Abaixo, inclusive, apresentamos matérias fac-similares da correspondência de admiradoras trocadas com a redação do jornal O Lavrador a esse respeito. Para tratar de alguém de quem não se sabia a origem, proliferaram os pseudônimos (Seres, Orquídea, Asfi, Hortência, A.B.C.) que utilizaram o jornal para externar considerações sobre a temática e a poética de Murta, ao mesmo tempo que algumas aproveitaram para também apresentar suas composições. Em Outubro de 1943 parecia ter sido a última presença de Murta. Ela some das páginas de O Lavrador, sem explicação. Em março de 1946, na primeira edição daquele ano, abrindo o ano letivo, uma carta anônima pede, “implora”, pelo reaparecimento de Murta, ainda envolta nas perguntas que não queriam calar: Quem é Murta? Que é de Murta? E, eis que ela reaparece, na edição de junho daquele ano, para novamente sumir em setembro, na última edição de O Lavrador que reproduziria um poema seu. Nunca mais se ouviu falar de Murta. Nem no Lavrador, nem em lugar nenhum. Nesta época, 1942, aconteceu em Crato um Congresso Sem Poesia, organizado pelo jornalista Quixadá Felício. Hoje, desvendado o mistério que escondia a identidade de Murta, vamos encontrar Amália Xavier de Oliveira às voltas com uma discussão pública sobre os caminhos da poesia nos anos 40. Exatamente pelo tempo em que seus escritos externavam o espírito irrequieto, amoroso e terno desta poetisa quase bissexta em nossas letras.
Congresso Sem Poesia. De Juazeiro participaram (e são vistas na foto): Assunção Gonçalves, Iza Figueiredo, Amália Xavier de Oliveira e Generosa Ferreira Alencar. (Cine Cassino, 15.08.1942).

Cronologia de Murta:
Edição de março, 1942: A Alguém, por Murta
Edição de maio, 1942: O Sonho que Sonhei, por Murta
Edição de junho, 1942: Encontro, por Murta
Edição de agosto, 1942: Primeiro Encontro, por Murta
                                       Carta Aberta à Murta, por Seres (pseudônimo)
                                       Murta participa no Crato, 15.08.1942, do Congresso Sem Poesia.
Edição de setembro, 1942: Respondendo à Carta de Seres, por Murta
                                           Carta Aberta: Minha Amiga, por Orquídea (pseudônimo)
Edição de outubro, 1942: Segunda carta à Murta, por Seres
                                         À Minha Escola Querida, por Seres
                                         Carta à Murta, por ASFI (pseudônimo)
Edição de fevereiro, 1943: 19 de Março de 1943, por Murta
Edição de junho, 1943: Confidência, por Murta
   Carta a Murta, por Hortênsia (pseudônimo)
   Carta a Seres, por A.B.C. (pseudônimo)
Edição de agosto, 1943: Queixa, por Murta
Edição de setembro, 1943: Mal Incurável, por Murta
Edição de outubro, 1943: Minha Oração, por Murta
Edição de março, 1946: Anônima pede (“implora”) pelo retorno de Murta
Edição de junho, 1946: Perfil, por Murta
Edição de setembro, 1946: Desarmonia, por Murta








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