segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O VELHO LOGRADOURO
No começo do mês passado, decidi sair do centro da cidade e ir a pé até o Logradouro. Há muitos anos não fazia este trajeto. Acho que todos sabem que este sítio era dos recantos mais aprazíveis do Joazeiro, já situado no mapa de Otávio Aires de Menezes, recuando-se o ano de 1875. Só me lembro mesmo do Logradouro sob a posse da família de Umbelina e José Xavier de Oliveira, a quem não conheci. Em verdade, nos anos 60 de minha juventude, ele já estava sob o zelo das filhas, especialmente da profa. Amália Xavier de Oliveira quando pisei lá pela primeira vez. Para se chegar ao Logradouro, o caminho é dos mais simples: do centro da cidade se toma a Av. Leandro Bezerra (Socorro) e se vai na direção do Salgadinho, atravessando a ponte, até chegar na confluência com a Av. José de Melo (a que vai para o Horto). Toma-se, à sua esquerda, a estrada vicinal agricultor Pedro Furtado de Menezes. E segue-se pelos sítios até lá. Talvez uns 2 km. No plano urbanístico da cidade, o Logradouro, hoje, está inserido como Vila e dispõe de diversas ruas. (Veja, como está assinalado no mapa e na imagem do Google Earth). Um fato absolutamente normal para a nossa cultura é não mais encontrar estes ambientes do passado. Temos uma ânsia pelo futuro e pouco gosto pela preservação. Assim encontrei o Logradouro. Diria, parcialmente destruído. Havia no local uma capelinha. Quando os novos donos decidiram destruí-la, Pe. Murilo foi buscar as imagens e as trouxe em procissão até à Matriz. Ali funcionavam, além da chácara da família, obras sociais de grande importância, como a Colônia Agrícola e a Escola Pública.



 


Nas fotos abaixo, flagrantes do encerramento do ano letivo na escola municipal que funcionava na Colônia Agrícola José Xavier de Oliveira, com as presenças dos professores Amália Xavier de Oliveira, Elias Rodrigues Sobral, Maria Antélvia Cândido, e alunos, entre os quais Ana Lúcia (a de cabelos pretos longos, entre duas alunas fardadas), Zenilda Chaves Marques (de preto, em frente a segunda coluna (a partir da esquerda da foto), ambas vistas primeira fotografia. 



 

Um comentário:

Anônimo disse...

Mui caro Renato:

Tenho sido assíduo leitor destas suas postagens, que se constituem num oportuno e verdadeiro “Projeto de Salvação da Memória de Juazeiro do Norte”.

Talvez nem você se dê conta – na plenitude – da importância dessas suas postagens.

Enalteço e louvo sua feliz iniciativa.

Pena que essas postagens se perderão com o passar dos dias (a não ser que faça permanente backup). E muitas dessas suas reminiscências merecem ser preservadas, já que a grande maioria dos juazeirenses dos dias atuais não se preocupa com a preservação da memória dessa urbe.

A mídia ( com profunda repercussão na mentalidade coletiva) colocou na ordem do dia o “crescimento e progresso” – a qualquer preço –, venha de onde vier.

Nem que para tanto seja preciso destruir o passado (aí incluídos o patrimônio arquitetônico e as tradições populares; relegar a defesa do meio ambiente; jogar na lata de lixo a política do desenvolvimento sustentável pregada em todo o mundo...

Um dia acordarão.
E verão que muitas coisas foram irremediavelmente destruídas...

Armando Lopes Rafael