segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Vigilância proíbe remédio que leva nome de Padre Cícero, no CE



Para vigilância, nome do padre é usado para aumentar as vendas. Segundo especialistas em ervas medicinais, produto pode ser nocivo.

Técnicos da vigilância sanitária de Juazeiro do Norte, cidade no Sul do Ceará, fizeram inspeção nesta segunda-feira (24) para apreender remédios caseiros batizados com o nome de Padre Cícero e vendidos no comércio local. A vigilância recolheu também a chamada "pomada Padre Cícero''. Os fiscais afirmam que a imagem de Padre Cícero é usada para aumentar as vendas do produto, que pode causar efeitos colaterais. De acordo com o fiscal da vigilância sanitária Carlos Alberto de Azevedo, as substâncias são misturas de ervas embaladas em um frasco com rótulo e vendida como remédio. "A partir do momento em que você põe um rótulo e diz que serve para isso ou para aquilo, tem de haver uma responsabilidade técnica, que vai garantir que aquele produto tem qualidade", explica o fiscal. Juazeiro do Norte é o maior centro religioso do Ceará e um dos principais do Nordeste. A cada ano milhões de pessoas visitam o município em devoção a Padre Cícero Romão Batista, fundador da cidade e santo popular, mesmo sem ser canonizado pela Igreja Católica. De acordo com técnicos, os remédios Padre Cícero têm elementos como o amoníaco, que podem causar efeito colateral. Os comerciantes defendem que os produtos apontados como prejudiciais são usados apenas para conservar o remédio. "Nós usamos arueira, baço, ameixa, todos remédios para cicatriz. Depois é só cozinhar e fica pronto", diz o comerciante José Ramos, que afirma que o produto não causa efeito colateral. A proibição desagradou os comerciantes. Eles alegam que o remédio é vendido há décadas na região e que a satistação dos romeiros que visitam a cidade é prova da qualidade dos medicinais Padre Cícero. "Sempre que venho a Juazeiro do Norte compro o bálsamo Padre Cícero. Eu uso para passar mais as dores, e para mim serve", diz a romeira Gilerne Fernando, da Paraíba.
"Produto tradicional"
Devido à tradição dos produtos na região, a vigilância sanitária promoveu um encontro dos comerciantes com especialistas no assunto para convencê-los de que uso de remédios caseiros é perigoso. O encontro foi realizado por administradores do comércio da região do Horto e conduzido pelo coordenador do Centro Nordestino de Medicina Popular, Celerino Carrionde, que trabalha com ervas medicinais há 30 anos. "Não se pode usar esse remédio. Ele é perigoso e pode causar efeitos colaterais. A gente quer produtos que tenham maior eficácia e segurança. Ele pode até ser eficaz, mas não é seguro", diz Carrionde. O especialista em ervas medicinais esclarece que o uso de uma planta medicinal isoladamente é regular, mas a mistura de ervas e venda precisa da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Carrionde sugere aos comerciantes populares do Horto que se reunam em associação para fabricar o remédio com controle de qualidade e autorização da Anvisa.
Fonte: Do G1-CE, com informações da TV Verdes Mares Cariri

Um comentário:

Anônimo disse...

Caros amigos do meu municipio do Juazeiro do Norte, nós que conhecemos a natureza do homem puro do nordeste e a sua necessidade de se apegar a algo que venha carimbado com um simbolo de Fé Religioso e o maior ícone é o Pe.Cícero, nada mais lógico do que os comerciantes da cidade procurem explorar esta marca e isso tem sido feito ha décadas.Agora o que não pode e se arvorarem com unhas e dentes sobre os nossos Romeiros que são cidadãos que engradecem o municipio, como se estes não merececem o carinho,o cuidado e fossem desprovidos dos direitos constitucionais podendo ser vilipendiados pela usura financeira ao ponto de vender produtos que lhes são prejudiciais à saude. Tem sim como povo civilizado a Vigilancia Sanitária vigiar os vendedores de óculos de graus sem receitas medicas,os restaurantes, a origem da água,a venda de carnes,perfumes em vasilhames suspeitos, bebidas alcoolicas de uma maneira em geral,enfim, tem sim e está de parabens a vigilancia com esta conduta.

Juazeiro meus amigos não suporta mais o descaso para com os seus visitantes e alimentadores, cabe elogiar e apoiar os bons comerciantes e banir de uma vez por todas os ruins,os aproveitadores e exploradores da boa vontade dos visitantes fieis que anualmente lotam o município.

A Romaria precisa sim ser levada a sério,os Romeiros têm que ser respeitados, principalmente aqueles mais sofridos que juntam parte de suas economias e vem depositar nos cofres da terra do Meu Padim.Estes Romeiros merecem pelo menos o mesmo valor que dão ao municipio.
Cidadania neles pois eles merecem.
Juazeiro do Norte hoje faz parte do Turismo Religioso do Mundo e deve honrar esta posição.

Eu sou um Romeiro e ai estarei para viver mais uma romaria na Meca do Cariri.

Iderval Reginaldo Tenório
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