domingo, 16 de outubro de 2011



(CII) Na tarde do dia 09.06.1971, uma quarta feira, bem registrado por fotografia, Pe. Murilo e a Casa Paroquial receberam para uma visita, embalados por generoso café, bolo e biscoitos de dona Olindina, o bicampeão do mundo (1958/1962) Edvaldo Izídio Neto, o pernambucano Vavá, levado por vascaínos de nomeada, dentre os quais Luiz Carlos de Lima, Francisco Silva - o Foguinho e Wellington Amorim. À noite, Murilo foi ao Romeirão e assistiu o jogo Guarani (2) e Madureira (2), partida que ele gostou muito como espetáculo, mas sem muito atrativo técnico. A estrela maior era a presença do Vavá, técnico do Madureira, onde até a camisa do Leão vestiu para posar para a posteridade. Nesse mesmo dia, voltando para casa, Murilo trazia uma contrariedade: no Rio de Janeiro, o Vasco perdeu para o Flamengo, e o vigário não assistiu tudo pela Embratel, como era seu costume.
(C) Já referi nestas Histórias que a tarde de sábado era sagrada. Eu, certamente, tinha um impedimento sério: residia em Fortaleza. Mas, como visitava mensalmente a cidade e a família, poderia me dar ao luxo de não perder todas. Pelas cartas de Daniel Walker ia sabendo o que acontecia. No dia 06.03.1971 estiveram presentes Daniel Walker, José Carlos Pimentel e Wellington Amorim. Nessa época o vigário denominava o fato como Reunião do Clube da Boa Conversa. Tratou-se da perspectiva política para nossa terra, e como se via Juazeiro diante do contexto atual de desenvolvimento do Cariri, com preocupações pela administração atual do município e o que viria a seguir com as eleições próximas. Depois o grupo pegou uma carona no carro do vigário e foi “inspecionar” a Unidade de Cultura Popular do Cariri, coisa que o danado do Abraão Batista havia batizado como UNCUPOCA. Na volta nos dizia: esse meu compadre faz cada uma... 

(CI) Quantas vezes Pe. Murilo terá faltado a um compromisso como pastor? Raras oportunidades. Eu só lembraria que ele havia feito uma referência a isto aí pelo ano de 1971. E isto depois de 13 anos de trabalho ininterrupto na Paróquia. Na verdade, a ocorrência não prejudicou seus paroquianos, pois havia acertado com o seu colega padre Frederico Nierhoff, para substituí-lo. É que naquele dia uma reunião muito importante na Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte o levara a permanecer por longo período com o então Diretor de Ensino do Segundo Grau, da Secretaria de Educação do Estado do Ceará, prof. Oscar Rodrigues, discutindo temas sobre a administração da velha escola. E assim, dividido entre Paróquia e Escola, houve também algumas raras ausências na sala de aula, coisa que ele procurava sanar com aulas extras, com a compreensão das alunas que o adoravam como mestre.


(CIII) Como se identificava o cidadão Francisco Murilo de Sá Barreto? Como qualquer brasileiro, sua identificação civil exigia a recitação de uma boa dose de números. Ele até podia sabê-los de cor. Contudo, ele sempre recorria a uma súmula, onde lá estavam anotados todos estes dados. E só a título de curiosidade: Identificação: RG 131.034-SSP,CE (29.12.1969); Passaporte: CG 536404; CPF 005.079.113-34; Carteira de Motorista: 138.218 (Prontuário 20.268), depois, CNH 159.974.65-8, depois 013927691-B; Serviço Militar: 104.253-D, 3ª cat.., 10ª. RM ; TRE: 16.468, 28ª. Zona, depois 104.253-D, depois 105169907/95, Zona 028, seção 0030; IPEC: 14.341, depois 14.381; Sec. Faz. CE: 50.040, depois 48.333; INPS: 78033768-9; PASEP: 10027881897; APUC: 031 (Remido); Registro de Magistério: F-56879 e D-39317; Aposentadoria Proc. 3.477/87; Sem falar nos números das contas bancárias (a sua e as da paróquia) e suas senhas, telefones mais importantes, CNPJ da Paróquia, etc.  


(CIV) Em 08.05.1971, não desejando faltar a minha mãe (era véspera do dia das Mães) eu estava em Juazeiro e compareci à reunião do grupo, que tratou especialmente da IIa. Exposição Fotográfica do Juazeiro Antigo. Eu continuava, juntamente com Daniel Walker a reunir novas imagens de nossa memória histórica e já estávamos organizando o material para que a exposição fosse a nossa homenagem ao dia do município. A primeira tinha sido um tão grande sucesso que estávamos preparando tudo com muito cuidado. Com o mesmo assunto a reunião seria retomada em 29.05.1971. Aí já tinha havido um entendimento com a prefeitura e a programação passou a fazer parte do dia do Município. A pedido de Pe. Murilo e a mediação de José Carlos Pimentel, o pref. Orlando Bezerra financiou parte das despesas e o material depois ficou incorporado ao patrimônio da PMJN. Ainda hoje, muitas daquelas imagens podem ser vistas na exposição do Memorial Padre Cícero. 

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