quarta-feira, 12 de outubro de 2011










 PROF. BENEVIDES
O prof. Benevides (Aldenor Jayme Alencar Benevides: (* Pacatuba, CE: 02.09.1909; + Juazeiro do Norte: 31.01.2007) viveu seus últimos anos em Juazeiro do Norte como um membro de minha família, sob a guarda dedicada de minha irmã Ana Célia e de seu marido, Francisco Fechine Macedo, na Rua São José, 455. Já era amigo da família desde os anos 40. Um dia, em Fortaleza, ainda em 1985, veio me visitar e foi categórico: - estou com um câncer de próstata e vou me operar. Mas não vou morrer disto. E assim foi. Depois da cirurgia recuperou-se bem, foi morar em Juazeiro do Norte, depois teve uma breve passagem por Caririaçú e finalmente passou a residir em Juazeiro. Quase viveu cem anos. Era um trabalhador incansável, dedicado, determinado, rigoroso e metódico. Nos últimos anos produziu muito, intelectualmente, tendo publicado dezenas de livros, a maioria sobre temas regionais, inclusive sobre a vida de Padre Cícero e Lampião. Pertenceu ao Instituto Cultural do Vale Caririense, tendo ocupado vários cargos naquela instituição, entre os quais o de  vice-presidente e tesoureiro. Para relembrá-lo, tomei estas imagens do seu arquivo: 1. A foto que lhe era mais fiel, com o vestuário que o tornou inconfundível (paletó claro e gravatinha borboleta – uma marca registrada; 2. Tinha uma antipatia pelos Estados Unidos da América, e até lhe parecia que nada do que existia por lá prestava. Mas, antes, esteve lá para ver de perto. Era empregado da Marinha Mercante do Brasil e num inverno rigoroso sobre New York, nos anos 40, se deixou fotografar, esquiando na neve; a capa de seu livro mais importante sobre o Padre Cícero, editado em Brasília, em 1969. 3. Foi cidadão Juazeirense em 07.12.1984, recebendo seu título na Câmara, das mãos do então juiz Dr. Edmilson Cruz; 4. Sua maior paixão: a Maçonaria, onde era membro atuante no Grande Oriente Brasil, em Fortaleza e depois, em Juazeiro do Norte. Ele e as amigas professora Generosa Alencar e Sila, uma das mulheres do bando de Lampião. 







Um comentário:

odiliofig disse...

Com esse seu texto, Renato, você me fez voltar ao início da década de cinquenta. Não me recordo o ano. Lembro-me, vagamente, a figura austera mas amiga do meu pai, à mesa, a dizer-me:" a partir de amanhã, você terá duas horas de aula de inglês, por semana, com um professor que acabo de contratar". Chama-se Professor Benevides. No dia seguinte, britanicamente às 16 horas, estava o ilustre professor chegando à nossa casa, à Rua da Matriz, 227, em Juazeiro, para minha primeira aula. Seguiram-se seis meses de estudo agradável com o venerando mestre. Ainda hoje não sou fluente nessa imprescindível língua, na vida contemporânea, mas com ele aprendi os ensinamentos básicos da mesma, os quais, a partir de então, me foram extremamente úteis ao longo de minha existência. Ele era afável e levava jeito para ensinar. Com seis meses de ensinamento, para deleite meu, passei a falar e escrever em inglês, ainda que de forma primária. Com o conhecimento básico adquirido, cheguei a trocar idéias com algumas pessoas que nela eram fluentes e me foram apresentadas. Alegra-me saber que ele foi atuante no mundo social em que transitou e teve uma vida longeva, falecendo com 97 anos, legando-nos alguns livros de sua lavra. Parabéns pelo texto!