quinta-feira, 13 de outubro de 2011








AS OURIVESARIAS
 Noutro dia li com atenção a matéria postada neste Blog por Tereza Neuma (Passeio pelo tempo no comércio juazeirense de outrora). E, como todos que leram aquela matéria, não deixei de me encantar com sua memória privilegiada e a riqueza das citações, permitindo que nos transportássemos para a cena de tantas e inesquecíveis lembranças. Já havia pensado em realçar nesta coluna a maneira de fazer publicidade impressa, uma mídia ainda em voga, hoje com requinte, através das propagandas em tantos veículos (revistas, jornais, catálogos, guias, boletins, etc). E dedico a Neuma esta abertura que faço com estes “Reclames”, endossando e agradecendo a felicidade de ter-nos relembrado tantos estabelecimentos, especialmente existentes entre os anos 50 e 70, pelas principais ruas de nosso centro comercial, no tempo em que não tínhamos, senão, isto ou o velho mercado central e seus armarinhos. Ainda nem sonhávamos que a cidade sairia até que rapidamente, da bodega para o shopping center. E agora, mais aceleradamente. Portanto, aí estão inseridas algumas das publicidades, à moda antiga, de diversas destas empresas que tanto nos serviram. E para começar, elegi as Ourivesarias. Dizem que já tivemos perto de 500 destas oficinas e lojas espelhadas pela cidade. Ouvi certa vez a referência de que no Juazeiro já se usava alguns quilos de ouro por dia. Exagero ou não, entre os anos 50 e 60, até onde vai a nossa lembrança mais recente, passar pela Rua São Pedro e algumas transversais, depois das 17 horas, era uma calamidade. Não se agüentava ficar em determinados trechos, como o que vi pessoalmente, entre a velha Rua São João e a Rua Sta. Luzia, de tantos fumos de gases emanados do tratamento de ouro por ácidos minerais. Era um inferno. O quanto aquilo nos irritava. Tossíamos até ficarmos vermelhos, enquanto corríamos rua abaixo para se recolher em casa. Havia, como ainda há, esta péssima lembrança. Ela somente se diluía quando contemplávamos, especialmente as senhoras e senhoritas, os mostruários riquíssimos de tantas jóias, cravejadas de pedras finas, multicoloridas, fruto da genialidade de nossos artesãos. Era coisa finíssima, disso temos certeza, pois o ouro do Juazeiro ditava presença nos mais requintados e exigentes mercados. Depois, com tanta bijouteria – não é que esteja creditando o fiasco a este tipo de produto, e “ouro” de outras fabricações, país afora, o ouro do Juazeiro perdeu em importância e passou a ser nivelado por baixo. Mas há quem diga que ainda somos os tais, e grande parte do que se fabrica por aí, ainda passa por Juazeiro para lhe dar uma chancela de qualidade que, efetivamente, não tem. Uma pena. Mas, espero que o leitor, ao reencontrar com os reclames destas velhas oficinas, ourivesarias e joalherias do Juazeiro, delicie-se com esta memória. E em homenagem aos ourives e joalheiros também publicamos uma galeria com fotos de alguns desses profissionais. 














A partir da esquerda: Cazuza Alves, Luiz Gonçalves, Anchieta, José Apolinário, Gilmar, José Vicente de Lima, Dioclécio (Dió) Ribeiro e Assis Machado











Sebastião Ribeiro Ramos (Seu Dudu), Zeca Marques, Sebastião Rodrigues da Silva (Cilon), Vicente Farias da Silva e Luiz Pereira e Silva (Lulu)
José Inácio, José Carneiro, Abel e Zé Leite, vendedores ambulantes de joias de Juazeiro. A foto acima foi clicada quando eles se encontravam na cidade de Bom Jesus da Lapa, BA. Viajando em estradas de barro esses destemidos profissionais saíam de Juazeiro com as maletas repletas de joias e a esperança de vender tudo, pois somente assim a viagem seria coberta de êxito.  

3 comentários:

Anônimo disse...

AMIGO RENATO. NÃO PODERIA FALTAR A OURIVESARIA DE SEU SE ALEXANDRE E NEM A DE NILO CORREIA,DEFRONTE A CASA DE DANIEL E A OUTRA ONDE FUNCIONA A OFICINA DE DUDU DAS BICICLETAS LA PRAÇA DO CINQUENTENÁRIO E DO SOCORRO..

UMA PERGUNTA:ESTE ZÉ LEITE É O QUE OFERECEU O BUSTO DO DR FLORO E QUE MORA EM ILHÉUS.?

IDERVAL TENÓRIO

Anônimo disse...

Professor RENATO CASIMIRO, Parabéns pela coluna "RECLAMES", ou seja, não só a essa coluna mas tudo o que o senhor escreve é importante. Obrigado por colocar a foto de meu tio ZÉ LEITE, um dos mais importantes viajante de ouro de Juazeiro do Norte. No começo da minha trajetória de vida como comerciante esse homem me ajudou muito. Um abraço do amigo José Leite de Souza. Ilhéus - Bahia.

Anônimo disse...

Renato,fico grata com sua lembrança aos inlustres ourives juazerenses.Incluindo o meu grande pai Cazuza e João Meneses.Deste tempo tenho grandes recordações.