domingo, 29 de maio de 2011

É preciso cuidado na nomenclatura dos logradouros

Vez por outra falamos aqui sobre esta questão da nomenclatura de ruas, praças e outros logradouros públicos de Juazeiro do Norte. Em princípio, seria desejável que o critério da designação fosse, primordialmente, o do merecimento - não só pessoal, mas por seu envolvimento com o desenvolvimento da cidade, como agora escutamos a informação de que o nome de Francisco de Assis Ferreira dos Santos – o sempre lembrado cronista Assis Ferreira, será dado a uma das nossas novas ruas, homenagem justa e merecida. Um outro fato que se verifica é a confusão que se faz com estas atribuições, devido à falta de arquivos organizados, o que muitas vezes ocasiona as duplicidades ou mesmo as supressões de homenagens já concedidas, não bastasse a nossa curta memória. Vejamos um caso bem simples verificado desde há uns 50 anos. A Rua São Cândido mereceu este nome, conforme se lê no livro de Mário Bem (casualmente é o endereço residencial do próprio autor) pela Lei 134, de 02.03.1961, aprovada pela Câmara Municipal de Juazeiro do Norte, então dirigida por Antonio Fernandes Coimbra (Mascote) e sancionada pelo então prefeito Dr. Antônio Conserva Feitosa. No catálogo telefônico de Juazeiro do Norte, de 1966, esta rua já está denominada como Pelúsio Correia de Macedo (antiga rua São Cândido), por outra lei (não sabemos o número), assinada pelo presidente do legislativo, o mesmo Antônio Fernandes Coimbra (Mascote), e sancionada pelo então vice-prefeito Edward Teixeira Férrer, na interinidade (pela licença do titular, cap. Francisco Humberto Bezerra). Na prática, que nos lembremos, esta rua nunca foi efetivamente denominada como homenagem a Mestre Pelúsio. Enfim, Pelúsio Correia de Macedo só é, realmente, designado como patrono de uma rua, através da Lei 2322, de 09.11.1998, sendo, conforme anota Mário Bem, “A 4ª. rua paralela leste à Av. Humberto Bezerra, com início na rua vaqueiro Raimundo Jacó, sentido Sul/Norte, conjunto Almino Loiola de Alencar (Bairro Leandro Bezerra).” E a Rua São Cândido, legalmente, teria voltado a ser assim denominada nesta data. Mas, realmente, acreditamos, seus residentes nunca deixaram de ter seu domicilio na tão conhecida Rua São Cândido. Também existe o caso concreto do beato José Lourenço que está homenageado com três ruas. E o pior é quando a Câmara homenageia uma pessoa com nome de rua e mais tarde a mesma rua recebe outro nome, sem que uma lei tenha anulado a homenagem anterior. Felizmente, a Câmara atual está tendo o cuidado de deixar arquivado para consulta dos pósteros todas as leis aprovadas com denominações de ruas, pois assim se evitará que algum nome seja "cassado" injustamente, como já aconteceu justamente com a rua  que foi batizada com o nome do sogro do editor deste blog, sendo preciso se criar outra lei refazendo a homenagem, mas noutra rua. E como a prefeitura nunca colocou placa com o nome da rua, a família (agora mais prevenida)  resolveu fazê-lo por conta própria. Como diria Assis Ferreira: coisas da Terra dos Milagres.

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