sábado, 2 de abril de 2011



O HOMEM: JOAQUIM BEZERRA DE MENEZES

O major Joaquim Bezerra de Menezes, descendende de tradicional família caririense, foi o pioneiro do movimento em prol da emancipação política de Juazeiro.  Foi em sua residência, no sítio Salgadinho, que se realizou a primeira reunião para tratar da independência do povoado de Juazeiro, em 1907. Em 1910, ele fez outra tentativa, mas segundo noticiou o jornal O Rebate em  sua edição de 25 de setembro de 1910, o prefeito do Crato, Cel. Antônio Luís, “enviou um grupo de cangaceiros armados para terminarem a reunião”.  Depois a liderança do movimento passou para o Padre Cícero e teve o êxito esperado. O major Joaquim tinha grande interesse em se tornar o primeiro prefeito de Juazeiro, mas como não conseguiu seu intento saiu contrariado do povoado e foi morar no Crato. Seu sítio foi depois adquirido por um primo, José Bezerra de Menezes, e hoje pertence a filha deste, professora Maria Alacoque Bezerra de Menezes. Pelo que fez pela independência de Juazeiro o major Joaquim Bezerra de Menezes merece a gratidão da municipalidade, mas até hoje não recebeu nenhuma homenagem por parte do Poder Público Municipal. Esta ingratidão poderia ser  reparada agora quando o município comemora seu centenário. Afinal, a homenagem é justa e merecida, pois foi ele quem teve a idéia de convocar a população juazeirense para lutar em prol da sua independência.

O FATO
16 DE AGOSTO DE 1907.  Circula um boletim conclamando a população do povoado de Juazeiro para “uma reunião cívica, sem cor política” em prol da independência do povoado de Juazeiro (ou Joaseiro como era grafado naquela época) desmembrando-se da tutela da cidade do Crato. O boletim, na verdade, o primeiro documento histórico daquele vitorioso movimento, apresentava o seguinte teor:  

BOLETIM. Ao povo de Juazeiro. Domingo próximo, 18 de agosto de 1907, ao meio-dia, realizar-se-á uma reunião cívica, sem cor política, em casa do prestimoso cavalheiro major Joaquim Bezerra de Menezes, devendo tratar-se do engrandecimento desta florescente povoação. É absolutamente desnecessário declarar que a reunião, visando somente um fim patriótico, deve contar com o vosso franco e decidido apoio, pois em falando-se de melhoramento a este torrão abençoado, tão querido, fostes sempre animado pela chama de um acrisolado patriotismo. É chegado o momento de pugnarmos com alta energia e valor pela nossa elevação social, elevando Juazeiro à categoria de Município, aumentando assim a importância de toda zona do Cariri que bem merece os vossos serviços para chegar ao grau de prosperidade de que é digno. Tenhamos confiança no futuro e podemos aguardar os louros de uma esplendente vitória. À reunião. Juazeiro, 16 de agosto de 1907.

Observação: Há fortes indícios de que o autor do boletim acima foi mesmo o padre Alencar Peixoto, que havia chegado ao povoado há poucos dias. Assim, isto já pode ser considerado como sua primeira contribuição à causa da independência de Juazeiro. A segunda foi a fundação do jornal O Rebate.(Fonte: História da Independência de Juazeiro do Norte, de Daniel Walker)

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