quarta-feira, 12 de maio de 2021

Mestre Gilmar de Carvalho deve ser homenageado e seu nome perpetuado sobretudo em Juazeiro

 GILMAR DE CARVALHO E JUAZEIRO DO NORTE

ilustração : xilo colorizada 

O cineasta Rosemberg Cariri, em artigo publicado n' O Povo, dia 6 ultimo, intitulado “Mestre Gilmar de Carvalho” ao lamentar a perda irreparável para a cultura cearense escreveu que ele, Gilmar, deve ser homenageado e seu nome “perpetuado, sobretudo, em Juazeiro do Padre Cícero, cidade que tanto o inspirou e onde viverá guardado em nossa memória”. O reforço em “sobretudo, em Juazeiro” chama a atenção para um fato que eu não tinha reparado. Realmente Juazeiro teve a sorte de encontrar alguém que, de fora, manejasse, com comprometimento e isenção, a pena de escritor para revelar suas tantas facetas existentes naquele universo caririense, onde a cultura popular desde muito faz seu ninho. E para não dizerem que estou falando bem do Gilmar pelo fato de termos sido amigos, vamos às provas.

Das dezenas de publicações de sua autoria, encontrei na minha biblioteca nada menos de 12 livros, onde a presença de Juazeiro se faz marcante. Não será enfadonho listar esses volumes considerando que este espaço é livre, gratuito e ainda poderá o material servir de base para algum levantamento bibliográfico inicial acerca de sua obra escrita cuja abrangência nos remete a literatura, teatro, música, artes plásticas, televisão, publicidade, além da cultura popular em seus diversos segmentos. O rol consta dos seguintes livros:

“Coleção Xilogravuras de Juazeiro – Acervo Mauc”. (Caixa com 4 volumes). (2012);
“Desenho Gráfico Popular – catálogo de matrizes xilográficas do Juazeiro do Norte-CE”(s/d)
“Lyra popular – O Cordel do Juazeiro” (2006)
“Manoel Caboclo”, Biblioteca do Cordel, coleção Hedra; (20l0)
“Memória da Xilogravura”(2010)
“Mestres Santeiros e Retábulos do Ceará” (2004)
“Onze vezes Joazeiro – Tributo a Ralph Della Cava”(2011);
“Publicidade em Cordel – o mote do consumo” (1994);
“Severino do Horto – O Cordel de Juazeiro” (2014);
'Xilógrafos do Juazeiro – coleção Geová Sobreira”. Catálogo. (2012);
“A Xilogravura de juazeiro do Norte”(2014)
“Xilogravura: Doze escritos na madeira”(2011).

Evidentemente esta coleção citada é apenas parte de sua obra que eu tenho ao alcance da mão e referente a arte e artistas de Juazeiro do Norte. Sabemos que Gilmar publicou muito mais e nem foram aqui mencionados os escritos publicados em jornais e revistas envolvendo a cultura da região e sobre a figura emblemática do Padre Cícero Romão Batista. Também não citei as publicações que foram editados sob a sua orientação, destacando a arte juazeirense como, por exemplo, o livro “Eu, O índio e a Floresta” de Manoel Caboclo e Silva, que se fez poeta editor influente em Juazeiro.

Vemos, assim, que o professor Gilmar de Carvalho, que era filho de Sobral, crescido em Fortaleza, apaixonou-se pela cultura popular e adotou o Juazeiro do Norte como centro de seus estudos a revelar, por todos os meios possíveis, a exuberância cultural de seu povo. Tem razão, pois, o Rosemberg Cariri ao sinalizar, naquele seu artigo, para que, de Juazeiro, tome-se a iniciativa de prestar a justa homenagem àquele que soube respeitar, fortalecer e difundir a cultura de seu povo.
Convocados para se pronunciarem a diretoria da Associação dos Filhos de Juazeiro do Norte, administração municipal de Juazeiro, instituições culturais e parlamentares representantes da região do Cariri.

publicação de Otavio Meneses em facebook em 11 de maio 2021

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