domingo, 14 de maio de 2017

No 13 de Maio, jovens artistas recontam a história da escravidão e da abolição. Um deles é juazeirense

Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
No dia 13 de maio de 1888 foi sancionada a Lei Áurea, que aboliu oficialmente a escravidão no Brasil. A lei, ao contrário do que resumem muitos livros de história, não é mérito exclusivo da princesa Isabel, mas resultado de um movimento liderado por abolicionistas e pelos então escravos, fugidos e libertos, e que envolve grandes nomes como o de Zumbi dos Palmares e sua companheira Dandara. A abolição se deu oficialmente naquela data, mas nenhuma estrutura foi oferecida aos recém-libertos, que se viram sem terras ou recursos. A herança deste momento histórico se perpetua até hoje: é entre a população negra que se verificam os maiores índices de pobreza e violência, além dos entraves para o acesso à educação.
As condições em que vive a maior parte da população negra ao longo da vida afetam todo o processo de escolarização. Em 2015, apesar de o número de negros no ensino superior ter dobrado, influenciado por políticas de ações afirmativas, somente 12,8% dessa população chegou ao nível superior, enquanto entre os brancos o índice era de 26,5%. A dificuldade dos estudantes negros em ingressar em uma faculdade é reflexo também das altas taxas de evasão escolar ainda no ensino fundamental e dos índices de repetência ao longo da vida.
Neste 13 de Maio, a Agência Brasil conversou com dois jovens artistas que abordam em suas obras a questão da escravidão: Jarid Arraes e Wallace Cardozo.
Jarid Arraes (Arquivo Pessoal)
Jarid Arraes é autora do livro As Lendas de Dandara e de mais de 60 títulos em literatura de cordelArquivo Pessoal
Jarid tem 26 anos, é escritora, cordelista, autora do livro As Lendas de Dandara e de mais de 60 títulos em literatura de cordel. Nasceu em Juazeiro do Norte, na região do Cariri (CE). As Lendas de Dandara mistura ficção e história para narrar dez contos sobre a guerreira quilombola Dandara dos Palmares, companheira de Zumbi dos Palmares. No novo livro, que será lançado em junho, Heroínas Negras Brasileiras em 15 Cordéis, Jarid conta mais histórias de líderes quilombolas e de batalhas no período da escravidão.

Já Wall Cardozo, 19 anos, é MC do WWL RAP, grupo de Salvador. Em 2016, eles lançaram o EP Tinha que ser Preto e têm no repertório cançõees que tratam da temática racial. Além de Cardozo, integram o WWL RAP Lucas Santiago e Wesley Correia. O grupo surgiu em 2013, quando os três tiveram que fazer um trabalho da escola para apresentar no evento do Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro. O rap agradou e os colegas pediram mais músicas: uma delas chama-se Ainda existe escravidão. O trabalho do grupo também está disponível em plataformas digitais como Spotfy e Youtube. Leia mais no link abaixo:

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