terça-feira, 18 de junho de 2013

Um país em revolta - Paulo Leonardo Celestino

Certa vez li, numa revista de grande circulação nacional, sobre a pequena capacidade de mobilização na vida real através das redes sociais. Ou seja, neste ambiente virtual muitas pessoas protestavam contra os mais variados motivos, mas no momento de transformar estes protestos em manifestações de rua, pouca gente aderia. Para surpresa de todos, isto mudou!
Nos últimos dias, sob a organização das redes sociais, uma onda de manifestações populares tem sacudido o país de norte a sul. Tudo começou com protestos contra o aumento das passagens de ônibus nas grandes capitais, depois incluíram na lista os gastos públicos com a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. Foram somadas também as crises da educação e da saúde, além da votação da emenda PEC 37, aquela que tira o poder de investigação do Ministério Público. Pelo conjunto, milhares de brasileiros, na realidade, externaram seu descontentamento com a corrupção e a ineficiência de gestão dos nossos políticos.
Sabem aquela história da pessoa que é calma e quieta, mas quando é provocada ao extremo termina explodindo com a fúria de um vulcão? Parece que isto está acontecendo com o Brasil.
As denúncias de corrupção, superfaturamento e atraso em obras públicas são diárias. O caos no trânsito é crescente e reflete a falta de planejamento das cidades brasileiras, tal como ocorre em Juazeiro do Norte. O transporte público é totalmente ineficaz. Médicos e remédios faltam em vários postos de saúde pelo país. Professores são notícia nacional com o corte de parte de seus vencimentos. O vulcão do brasileiro juntou, juntou, não aguentou e explodiu!
Infelizmente, em meio a centenas de milhares de pessoas durante os atos nas ruas, alguns aproveitam para realizar atos de vandalismo e depredam as cidades, manchando a manifestação de caráter espontâneo e sem conotação partidária.
Esperamos que os políticos se sensibilizem e acordem de uma vez por todas, pois seus atos de corrupção e descaso para com a população podem até não resultar em prisão, mas são capazes de enfurecer o povo em proporções antes inimagináveis!

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