sábado, 4 de fevereiro de 2012

Romaria... por Elias Oliveira Ferreira da Silva

“Cada romaria a Juazeiro tem a sua preferência, mas em todas elas se reúnem os três sentidos do povo romeiro: - a Dor, a Festa e a Luz.” (Oswaldo Barroso)

A romaria de Juazeiro atravessa o caminho da dor, do pranto, da luz e da alegria, aleluia do Cristo ressuscitado. Vence o túnel, chega as Candeias espirituais que uma vez recebemos, para conservar acesa no dia do Nosso Batismo.
      Os romeiros de Juazeiro são homens e mulheres cheios de fé, pelo menos daquela mulher do povo que pensava e cria, a partir do toque na fímbria do manto de Jesus. Ressalta-se a Fé, mas, é, sobretudo de esperança que vive o romeiro, a respeito de tudo e de todos. A grandeza, o específico dos romeiros é esperar. Confiar que Deus é Pai, não os abandona. Que é providente, não os deixa órfãos. Que os ama e o quer felizes.
      A romaria é uma oração na esteira do caminho de, para um lugar. Só há romaria se você “deixa”, se você rompe, se você sai de. Não sair por sair, isto é fuga, mas sair para alcançar uma benção. A fé é um caminhar com Deus. O que vão ver estes romeiros em Juazeiro? A curiosidade é pouco pastoral, enciumada de apreensões. Esquecem-se muitos que, na Gênese do povo de Deus, está a marca da peregrinação.
   Hoje uma atenção demorada descobre a preocupação do romeiro, na travessia do Nordeste de estar sendo guiado, conduzido pela mão divina. As romarias podem e devem acontecer numa “ascese” no caminho. Jesus Cristo assumiu magistralmente, a condição de peregrino. Não quis ater-se o único espaço. Saiu. Partia sempre e o povo acompanhava, convida para segui-lo. E os convidados arriscam tudo para acompanhá-lo.
   A espiritualidade da estrada convida ao encontro da aventura, por isso agrada os jovens que experimentam o sabor da liberdade. Quanto jovens, hoje, num caminhão de romeiros a Juazeiro? Aceitam provar. Acha bom a comunhão, conhecer realidades diferentes que se distanciam do quotidiano deles.
  O romeiro celebra. Faz a Festa. Quando chora é choro mesclado. Juntam-se lágrimas e suor, emoção e dor. Pisam o lugar sagrado. Buscam em Juazeiro, o que um peregrino vai pedir no Santuário – o que a Igreja lhe deve dar. A palavra de Deus, os sacramentos de Cristo.
  O mais belo na vida do romeiro é sua condição de efêmero. Só Deus é Eterno.

Elias Oliveira Ferreira da Silva
Romeiro do Pe.Cícero e aluno do 4 ano de teologia ( Cesmac- Arquidiocese de Maceió)

Dados da Romaria de Nossa Senhora das Candeias. 02/02/2012.
Alagoas: 12.823 romeiros;
Pernambuco: 6.164;
Rio Grande do Norte: 3.736;
Paraíba: 1.431
Sergipe: 570;
Piauí: 448;
Ceará: 145;
Maranhão: 80;
Bahia: 62
São Paulo: 12
Rio Grande do Sul: 02 (Dom Zeno e Pe.Léo)
Total Geral: 25.471 Romeiros.
Fonte: Sala Informação Romeiro da Basílica Santuário de Nossa Senhora das Dores.

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