terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

De Analuce de Macedo e Silva Caneca 
A: Seu Arnóbio Barcelar Caneca

Homenagem de uma nora ao sogro não conhecido.

Vocês sabem quem foi Arnóbio Barcelar Caneca?
O prédio da Agência do BNB em Juazeiro do Norte recebe o seu nome. Homenagem merecida, pois seu Caneca, como era conhecido, dedicou sua vida ao banco. Ingressou no ano de 1954 e encerrou suas atividades ao falecer, no ano de 1975.
Eu, Analuce de Macêdo e Silva Caneca, não o conheci. Vou falar um pouco sobre ele através de relatos que escutei ao longo desses quase 40 anos. Sim, já se passaram 37 anos desde que ele nos deixou.
Sua honestidade e seu senso de humor, além do gosto de ajudar bastante às pessoas, eram suas marcas registradas.
Conta-se que em um belo dia, numa dessas cidades na qual foi gerente, mandaram entregar-lhe um presente: uma mala cheia de dinheiro. Da forma que recebeu mandou devolver, intacta, não sem antes dormir sua tão famosa soneca após o almoço!
Ganhava garrotes e convidava todos os seus funcionários para o BNB Clube, fazia uma homenagem pra todos dizendo que a festa era deles!
O seu senso de humor retrata-se através de um comunicado de seus funcionários da agência do BNB em Petrolina nos idos de 1965:
 A agencia do BNB em Petrolina, em setembro de 1965 havia se transferido para novo prédio e apenas na gerência e parte do atendimento ao público havia iluminação fluorescente. No interior do prédio, no entanto, onde funcionavam a carteira rural, industrial e cadastro, a iluminação era a base de lâmpadas comuns e deficientes.
Os funcionários, após insistentes solicitações, alegando inclusive que a situação ia de encontro ao Capítulo V do Art. 160/167, da Lei do Trabalho, não logrando resultado, resolveram fazer novo pedido mas na base de respeitosa gozação:

“Ilustre chefe que estais na gerência
Exaltado seja o vosso nome,
Venha nós a vossa complacência, e
Seja feita a nossa vontade
Tanto aí fora como aqui dentro
A luz difusa como a do dia
Nos dai hoje e doravante.
Perdoai as nossas exigências
Assim como suportamos as lâmpadas cintilantes.
Não nos deixeis cair nas garras dos oculistas.
Livrai-nos de uma cegueira,
Amém”.

O então gerente Arnóbio Barcelar CANECA, de saudosa memória, deu o seguinte parecer:

“Ao Setor de Serviços, para providenciar, face parecer justo o pedido”.

Mas, ao invés de assinar o parecer, simplesmente rabiscou um desenho semelhante ao pedido:
 A capacidade de abnegação era notória: não se negava a acolher e ajudar as pessoas que o procuravam.
Seu Caneca: onde o senhor estiver, saiba que não deixará de permanecer na memória daqueles que o conheceram, bem como daqueles que, como eu, não o conheceram, mas ainda assim aprenderam a admirá-lo.
As fotos abaixo mostram Seu Arnóbio em vários momentos sociais.


A autora da homenagem é bióloga, professora do Colégio Militar de Fortaleza.

NOTA DA REDAÇÃO: Esta seção foi criada para que os leitores prestem sua homenagem a pessoas amigas, familiares ou figuras históricas. Quem quiser ocupar o espaço é só enviar texto e fotos através do e-mail de contato: danielwalker@oi.com.br que teremos prazer em publicar. E é de graça. 

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