quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A ROMARIA DE JUAZEIRO, INTERNACIONALIZADA ?

De Maria do Carmo Forti recebemos uma breve informação, reproduzindo nota da colunista Sônia Racy, publicada no jornal O Estado de S. Paulo (15.09.2010), segundo a qual “Aparecida, Juazeiro do Norte, Belém e Nova Trento - destinos religiosos brasileiros - devem entrar na pauta da Opera Romana. É o que tenta Luiz Barretto, Ministro do Turismo, em suas conversas em Roma esta semana, com Caesar Atuire - dirigente da operadora de turismo do Vaticano.” Esta iniciativa é muito louvável e pretende com isto internacionalizar estes destinos de peregrinação católica no nosso país. A propósito desta figura, o Pe. Cesare Atuire, encontra-se na Internet o seguinte texto sobre sua pessoa:
“Poucos ouviram falar dele, mas o padre Cesare Atuire é o homem forte do Vaticano. É ele quem garante que, todas as semanas, o Papa Bento XVI tenha público suficiente quando se dirige aos peregrinos na Praça de S. Pedro, em Roma. Atuire, nascido no Gana, dirige, desde 2005, a Opera Romana Pellegrinaggi (ORP) - a agência de viagens do Vaticano. A equipa que coordena freta aviões, comboios, autocarros e barcos para levar turistas a Roma. Além disso, é ele o responsável pela criação de voos low-cost de Roma para outros destinos católicos populares como Fátima, Lourdes ou Santiago de Compostela. Os voos incluem orações na descolagem, apoios de cabeça forrados com citações bíblicas e, em ocasiões especiais, garrafas de água benta. A estratégia está a resultar: só no último ano, a ORP levou mais de 60 mil visitantes ao Vaticano - um acréscimo de 40% em relação a 2007. Apesar de Bento XVI não ter o mesmo carisma do seu antecessor, João Paulo II, está a conseguir atrair mais fiéis à Praça de S. Pedro, conseguindo números que ultrapassam as multidões que João Paulo II reuniu nos últimos anos. E a verdade é que reservar pela ORP tem as suas vantagens: os visitantes podem furar a fila da Capela Sistina, estar presentes em sessões com o Papa e poupar dinheiro em conventos que funcionam como residenciais. "Nós resolvemos todos os problemas", garante o padre Atuire, 42 anos. "Se me telefonarem e disserem “Quero levar aí dez mil pessoas”, eu digo: “Muito bem. Amanhã respondo-lhe”."Logo em 2005, quando foi nomeado para o cargo, Atuire começou a regatear preços com hotéis e revendedores. Usou a influência do Vaticano para persuadir conventos e mosteiros de toda a Europa a abrir as portas aos peregrinos mais poupados. A ORP está até a reformar um convento nos arredores de Roma, onde os clientes tratam dos próprios quartos e arrumam os tabuleiros das refeições. O objetivo é transformar o mais pequeno Estado do mundo numa "plataforma logística de passageiros" - um sítio onde os turistas passem a caminho de um outro destino. "Eu negocio e negocio duramente", afirmou o padre, nascido nas planícies áridas do Nordeste ganês e educado em escolas britânicas, ao "The Wall Street Jounal". Para ajudar os turistas a circular pela cidade, o padre lançou uma linha de ônibus de dois andares com entrada e saída livre. Batizados de "Roma Cristã" e pintados de amarelo e branco - as cores oficiais da Santa Sé -, os autocarros transportam os turistas de basílica em basílica com uma narração pré-gravada. Atuire está de olhos postos nos 67 milhões de católicos americanos e planeia lançar, em breve, um site na internet, destinado a vender diretamente pacotes de viagens a clientes dos EUA. Apesar de tudo, o padre garante que a ORP não procura o lucro, embora reconheça que tem uma sólida abordagem empresarial. "Tenho de continuar a lembrar-me de que isto é uma missão pastoral e todos os dias preciso de me dedicar um pouco, para me certificar que me mantenho no bom caminho como padre", confessa.”

Vamos aguardar, torcendo, para que esta iniciativa resulte em bons frutos para a igreja no Brasil, especialmente para Juazeiro do Norte – com extensão para todo o Cariri, se inserido no roteiro obrigatório das grandes romarias no mundo. Mas, para isto, vai ser necessário resolver muita coisa pendente como: rede hoteleira, aeroporto, e a melhor atenção da igreja e do poder público com os peregrinos.

Por Renato Casimiro

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