sexta-feira, 17 de agosto de 2018

MinC apoia inclusão do cordel no currículo escolar

A literatura de cordel pode tornar-se parte do currículo obrigatório das escolas públicas brasileiras. O pleito, que tem apoio do Ministério da Cultura (MinC), foi apresentado pela Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC) ao Ministério da Educação (MEC) nesta quinta-feira (16).

No encontro, na sede do MEC, em Brasília, a secretária-executiva do MinC, Claudia Pedrozo, manifestou o apoio do órgão para que o gênero literário seja apresentado e debatido nas salas de aula de todo o país. A secretária também anunciou que o MinC fará investimentos da ordem de R$ 100 mil para digitalização do acervo da ABLC, no Rio de Janeiro, que tem mais de 15 mil cordéis.

"A literatura lúdica é uma atividade que vai além da educação. Nós acreditamos que, dentro da sala de aula ou em atividades fora dela, o ensino do cordel é um reforço importante da identidade brasileira e de nossa matriz cultural", declara Cláudia Pedrozo.
  
Na reunião no Ministério da Educação, a ABLC formalizou o pedido de inclusão do cordel na grade de ensino aos secretários executivo, Henrique Sartori Prado, e de Educação Básica do , Kátia Cristina Stocco. Prado e Stocco reagiram positivamente e informaram que providenciarão um levantamento sobre a atual presença da literatura de cordel nas escolas do ensino básico.

Patrimônio

O pedido da academia acontece em um ano especial para a literatura de cordel no Brasil. Em 2018, ano em que é lembrado o centenário da morte de Leandro Gomes de Barros, pai da literatura de cordel e autor de mil títulos do gênero, o estilo pode se tornar Patrimônio Imaterial do Brasil. 

A intenção da ABLC, que vive a expectativa de o bem cultural ser registrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no próximo mês, é que a inserção do estilo nas escolas não apenas o divulgue em todo o Brasil, mas também o preserve como bem protegido.

Também estiveram presentes à reunião desta quinta-feira o diretor da Casa do Cantador do Distrito Federal, Francisco das Chagas, o pesquisador da ABLC e presidente da Academia Taguatinguense de Letras, Gustavo Dourado, o repentista e cordelista da Associação dos Cantadores, Repentistas e Escritores Populares do Distrito Federal e Entorno (Acrespo), Joel Santana, e a jornalista e escritora Maria Fontele.
História
As origens do cordel remontam aos trovadores medievais, cujo estilo foi trazido pelos portugueses ao Brasil na segunda metade do século XIX. Os folhetos, vendidos nas feiras, tornaram-se a principal fonte de divertimento e informação para a população. O marco inicial do gênero é a obra do Leandro Gomes de Barros (1865-1918), homenageado do Prêmio Culturas Populares 2017, lançado pelo MinC em junho do ano passado.

Em 1893, o paraibano de Pombal publicou os seus primeiros poemas. Elevado a patrono da Literatura Popular em Verso, Leandro foi o primeiro a publicar, editar e vender seus poemas – embora não haja registros da totalidade desse volume, seu legado é de aproximadamente mil folhetos escritos.
 Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura

O jornalista Marcelo Fraga, em matéria enviada à Redação do Portal de Juazeiro, informou que como Assessor da ABLC vai se reunir com  os membros da instituição para definir  as estratégias junto aos Ministérios, pois a Câmera do IPHAN apresentará os resultados de todo o trabalho no dia 19 de setembro. Disse ainda que a “ABLC vai pedir a criação de Núcleos de Estudos, Pesquisa e Extensão  da Cultura Nordestina, nas Universidades Federais em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro - (Universidade do Nordeste). A ideia é reunir nestes núcleos, os acervos digitalizados das Universidades do Nordeste, aqui e nas capitais com grandes concentrações de Nordestinos”. E conclui Marcelo:”Conseguimos 100.000,00 reais do Minc para apoio à ABLC - para digitalização de todo acervo e outras e modernização da Academia”.


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