terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O Adeus de Assis Ferreira

Foi sepultado hoje, 15, no Cemitério Anjo da Guarda, em Juazeiro do Norte, o corpo de Assis Ferreira, o mais assíduo articulista do jornal Folha da Manhã, editado por Demontier Fernandes. Muita gente pensa que ele começou sua atividade jornalística neste jornal, pois nele estava há mais de 17 anos com texto invariavelmente publicado na última página. Mas a atividade jornalística de Assis Ferreira vem de mais longe. Em 1º de setembro de 1967 ele iniciava sua colaboração no jornal Tribuna de Juazeiro, editado por Aldemir Sobreira e já a partir daí registrava sua marca registrada na imprensa que era o de articulista mordaz. No começo de sua atividade jornalística assinava os textos com o nome de F. de A. F. dos Santos, sendo F de Francisco, A de Assis e F de Ferreira. Quem estava acostumado a ler seus artigos no Folha da Manhã de vez em quando encontrava uma crítica dele dirigida ao seu editor, reclamando entre outras coisas o deslize da Revisão nos seus textos. Isso não era novidade, pois na sua estreia no Tribuna de Juazeiro ele também não poupou uma crítica ao jornal, cuja distribuição dos assuntos não era de seu agrado. Assis era um crítico na verdadeira acepção da palavra. Nunca bajulava. Raramente elogiava, mas quando o fazia não economizava palavras. Seus textos no Folha da Manhã não compreendiam propriamente o formato literário de crônica (embora ele fosse um cronista). Dificilmente ele abordava apenas um assunto. Na verdade, era uma espécie de miscelânea na qual ele mesclava assuntos religiosos, familiares e políticos, mas sempre recheados de críticas e sugestões. Foi desse jeito que se tornou conhecido na cidade e sua morte causou profundo pesar. Seus amigos e admiradores compareceram em massa ao seu sepultamento. Assis era advogado, bancário aposentado do Banco do Brasil, casado com Maria Oliveira Santos, pai de quatro filhos e faleceu aos 71 anos de idade (completaria em 25 de junho próximo). Quarta-feira passada, 9, ele viajava de avião a São Paulo acompanhado do filho Lucas, a fim de assistir à colação de grau do filho André, em Química pela Universidade Federal de São Carlos. No percurso entre Brasília e São Paulo, alegre pelo sucesso do filho, mas nervoso pois temia viajar de avião (já dissera isso numa de suas crônicas), sentiu-se mal. Quando o avião pousou, ele já saiu numa ambulância direto para o hospital onde veio a falecer, na madrugada do dia 13, vitimado por infarto. Assis era leitor assíduo deste blog e aqui deixamos registrado o nosso voto de pesar pelo seu falecimento precoce. Sua ausência será preenchida pelo legado que deixou.

Um comentário:

José de Arimatéa dos Santos disse...

Daniel,
Acompanhava as crônicas de Assis pelo Blog do Juazeiro. Na sua postagem você disse tudo a respeito dele. Que agora ele esteja ao lado do Deus Pai!
Abraço!
Santa Luzia do Oeste, Rondônia