sábado, 15 de janeiro de 2011


ELETRIFICAÇÃO DO CARIRI - Final
Como de costume, tanto o evento anterior – a festa do poste, como esta dita festa do século, elas teriam sido perpetuadas através de placas comemorativas, em bronze. E aqui uma outra coincidência desagradável para nossa memória: a segunda placa, referente a Festa do Século, também sumiu. Por uns anos ainda a víamos na parede frontal do pavilhão da Praça do Cinqüentenário (onde funcionou o Tiro de Guerra 210, a Lira Nordestina, etc). Quando a praça foi destruída, para a construção do Memorial Padre Cícero, ela foi retirada e não mais se teve notícia de seu destino. Seria desejável que tanto uma como outra fossem repostas para continuar assinalando este grande marco de nosso desenvolvimento. No caso da placa da Festa do Século, não temos idéia sobre seus dizeres. Mas, fica a idéia para que, em se tratando de uma justa homenagem para perpetuar o trabalho de tantos homens, a sua redação bem poderia ser, assemelhada a anterior, com homenagens às seguintes personalidades:

“Marco Comemorativo da Inauguração da Energia Elétrica de Paulo Afonso”
Juazeiro do Norte, 28 de Dezembro de 1961.
Presidente da República: Dr. João Belchior Marques Goulart;
Homenagem: Dr. Getúlio Dorneles Vargas (In memoriam);
Ministro da Viação e Obras Públicas: Virgilio de Moraes Fernandes Távora;
Governador do Estado: Dr. José Parsifal Barroso;
Vice-Governador do Estado: Wilson Gonçalves;
Superintendente da SUDENE: Celso Monteiro Furtado;
Presidente da CHESF (1948/1961): Engo. Antonio José Alves de Sousa (In memoriam);
Presidente da CHESF (1961): Engo. Amaury Alves de Menezes;
Diretores da CHESF: Engo. Apolônio Jorge de Farias Sales;
Engo. Octávio Marcondes Ferraz;
Engo. Carlos Berenhauser Junior;
Superintendente da CELCA: Nicodemus Lopes Pereira;
Chefe da Div. Técnica da CELCA: Walter Gomes de Matos;
Chefe da Div. Administrativa da CELCA: Gileno Ferreira Gomes;
Chefe da Div. Comercial da CELCA: José Izidro Gomes;
Executor do Plano de Eletrificação: Engo. Bernardo Bichucher;
Deputado Federal José Colombo de Sousa;
Deputado Estadual Wilson Roriz;
Prefeito Municipal de Juazeiro do Norte: Dr. Antonio Conserva Feitosa;
Prefeito Municipal de Crato: Dr. José Horácio Pequeno;
Prefeito Municipal de Barbalha: Dr. João Filgueiras Teles;
Comitê Pró Eletrificação do Cariri:
Hildegardo Belém de Figueiredo
Antonio Corrêa Celestino
Antonio Costa Sampaio
Ernani Silva
Felipe Néri da Silva
Geraldo Menezes Barbosa
Gregório Callou de Sá Barreto
João Lindemberg de Aquino
José Maria de Figueiredo
Neroly Filgueiras
Odílio Figueiredo
Raimundo de Oliveira Borges
Tomaz Osterne de Alencar

O governador e o seu líder na Assembléia evocaram as figuras dos que eles chamaram de "grandes ausentes mais presentes do que nunca", que foram o presidente da CHESF, engenheiro Antonio José Alves de Sou¬za, (Obs.: O Eng. Alves de Souza foi o primeiro presidente da CHESF, de 1948 a 1961. Era engenheiro de minas e civil, formado pela Escola de Minas e Metalurgia de Ouro Preto, MG), o “General” Carlos Berenhauser Júnior e o Deputado Colombo de Sousa. Sobre a placa, uma coroa de flores, em homenagem póstuma ao presidente da CHESF, fale¬cido 10 dias antes de ver concretizado o sonho por que tanto batalhou, que foi a eletrificação do Cariri. Em seguida, o Ministro Virgílio Távora, o Governa¬dor Parsifal Barroso e os demais membros de suas res¬pectivas comitivas, inauguraram o pavilhão da Exposição Permanente dos produtos da indústria artesanal de Cariri. (Obs.: Este Pavilhão fazia parte do complexo construído sobre a Praça do Cinqüentenário, que também estava sendo inaugurada nesta data). Eles admiraram particularmente o funcionamento de um gigantesco relógio, construído em Juazeiro e que domina o panorama da exposição. Logo após deixarem o recinto da Exposição, as auto¬ridades, com exceção do Ministro Virgílio Távora, diri¬giram-se ao palanque armado defronte à Praça Padre Cícero e apreciaram o desfile de carros alegóricos com motivos ligados à eletrificação e à vida de Juazeiro. Des¬pertaram particular atenção os carros da CELCA (Com¬panhia de Eletricidade do Cariri) e a alegoria ao Padre Cícero."
Nesta mesma noite, em festa no Treze Atlético Juazeirense, foi feita a escolha da Miss Cinqüentenário de Juazeiro, sendo vencedora a senhorita Neir Sobreira Melo.


Ao finalizar este breve relato de alguns momentos marcantes sobre a eletrificação de Juazeiro do Norte e de todo o Cariri, desejo consignar algumas desculpas antecipadas. A primeira delas é que seria justo nomear tantas pessoas importantes que se envolverem com estes fatos. Certamente cometi omissões involuntárias neste particular. Em segundo lugar pode haver imprecisões com respeito ao relato no tocante a datas e outras circunstâncias. Um outro motivo para estas considerações finais se deve ao relato parcial, referente a Juazeiro do Norte.
Depois da Festa do Século há um sem número de obras e gestões que se prolongaram por vários anos até à energização de todas as cidades, distritos e demais localidades, o que já foi acontecer até ao final da gestão de Espedito Cornélio, à frente da CELCA e a sua conseqüente encampação pela COELCE. Sou sabedor de que um dos primeiros funcionários da CELCA, o sr. José Alcy Pinheiro, está escrevendo densa obra com respeito ao aprofundamento deste importante capítulo da história do Cariri. Para os mais curiosos, recomendamos a leitura de alguns textos, em livros, como os apresentados abaixo, fontes imprescindíveis para uma verdadeira História da Eletrificação do Cariri:

Por último, convém notar que, por uma coincidência muito feliz, a eletrificação de Juazeiro do Norte aconteceu em meio às festas do Cinqüentenário, em 1961, portanto, o divisor de dois períodos de cinco décadas, para 1911 (Criação do Município) e para cá, 2011 (Centenário do Município). Viva!
(Este modesto levantamento dos fatos, datas e personagens que contribuíram para a eletrificação de nossa cidade, eu o dedico à memória de meus pais, Doralice Soares Casimiro (Juazeiro do Norte: *19.03.1917 / +22.07.1989) e Luiz Gonçalves Casimiro (Sousa,PB: *06.12.1916 / + Juazeiro do Norte: 28.08.1989), proprietários da firma Centro Elétrico, instalada na Rua São Pedro, em Julho de 1954, e daqueles que acreditaram, sete anos antes, que a energia de Paulo Afonso mudaria a feição de nossa região. Heróis anônimos desta saga.)

2 comentários:

Armando Rafael disse...

Caro Renato:
Após ler – neste Blog – a segunda (e última parte) – do seu trabalho “Eletrificação do Cariri” senti-me na obrigação de:

1 – Parabenizar-lhe pela sua oportuna produção e divulgação de um resgate de importante e recente capítulo da nossa história regional;

2 – Sugerir-lhe que imprima este seu trabalho a fim de preservá-lo às futuras gerações. Bom seria que instituições caririenses o possuíssem, a exemplo das bibliotecas públicas, do Departamento Histórico Diocesano Padre Gomes, acervo dos Institutos Culturais (do Cariri e do Vale Caririense) bibliotecas das nossas instituições universitárias, etc.
Atrevo-me até a sugerir que este seu trabalho poderia vir a lume no formato e dimensões dos Cadernos do Ipesc-Urca, iniciativa de Daniel Walker, cujos poucos número editados preservaram temáticas importantes para a memória do Vale do Cariri.

Com o apreço de sempre,
Armando Lopes Rafael

iderval.blogspot.com disse...

Amigo Renato Casimiro,esperei atento o final de sua intensa pesquisa, o seu arduo trabalho e de sua importante palestra(eu considero uma palestra)que trouxe à baila o ponta pé inicial para o deseenvolvimento da Região do Cariri.Parabens por estes momentos que trouxe conhecimentos para os que viveram na época e para os mais novos. A eletrificação em 1961 foi o maior marco da modernidade para Juazseiro d]o Norte. Outro fato importante foi relembrar nomes importantesw como o Dr Expedito Cornélio nosso vizinho,a Praça do cinquinetenário onde me criei e o Dona Doralice e seu Luiz do querido Centro Elétrico. Fou uma aula imperdível e que deverá ser degustada,guardada e servir de material para pesq. nos estudos sobre o progresso do Juazeiro. Parabens, acho inclusive que a própria Empresa que assumiu a Celca dveria publicar este seu estudo na íntegra ,pois a mídia internet tudo evapora muito rápido e no papel é para semepre. Um abraço amigo do amigo Iderval Reginaldo Tenório