domingo, 22 de agosto de 2010

METROPOLIZAÇÃO - Por Renato Casimiro

Repitamos, para começar esta modesta reflexão, a definição batida de região metropolitana que
considera o conjunto de municípios contíguos e integrados socioeconomicamente a uma cidade
central, com serviços públicos e infra-estrutura comuns. Como bons sucupiranos, não vamos nos
perder com o “detalhe” que nos fala de uma cidade central. Vamos insistir na aceitação de alguns
pressupostos implícitos nos serviços públicos e infra-estrutura. Encarar este desafio, o de tirar bom
proveito para que à sombra do governo – e muito mais, para cobrar-lhe a atenção devida, à margem
da demagogia, é o papel que se reserva às comunidades para que avancem um pouco mais, na
direção de conquistas por uma melhor qualidade de vida. A metropolização de Juazeiro do Norte,
por exemplo, nos chega no exato momento em que nos consagramos gente de uma orfandade
política, gritante, de lideranças e de homens capazes para liderar as empreitadas desta batalha. Claro
que muita gente só pensa na inutilidade total deste discurso, pois na contra mão de suas aspirações,
caminham lépidos e fagueiros os boa vidas do parasitismo parlamentarista descarado. Renovados
pela desfaçatez, na falação destes dias, de que cumpriram o prometido, e como tal merecem ser
perpetuados na sua sinecura às custas da viúva e do contribuinte espoliado. Se considerarmos o
crescimento da urbanização, não só da vila de meu Padrinho, mas das cidades que integram a
proposta de metropolização caririense, veremos que as cidades, despreparadas, incharam a mais do
dobro do contingente populacional urbano nos últimos cinqüenta anos. A rigor, fomos todos
apanhados de surpresa, e não houve tempo para melhor preparação, nem para estabelecer serviços
públicos, e de infra-estrutura que respondesse à altura da demanda. Agora, nas promessas de
campanha, por aqueles que vão continuar prometendo verbas estaduais e federais, os planos
tangenciam o necessário. Fala-se de um tudo. Promessa é coisa boa pra político fazer em véspera de
quermesse. Evidente que queremos do ungido, todo poderoso, a honra a um compromisso com a
cidadania, com o cidadão e com as cidades. Evidentemente, não se mora na união. As cidades estão
esmolando nos gabinetes das administrações centralizadas do Estado e da União. Essa é uma
situação muito cômoda para quem tem chaves de cofre. Por qual propósito, senão eleitoreiro, se
abriria mão disto? Pelo cidadão, quem olhará melhor para a vergonha de uma tributação
escorchante, de mais de sessenta facadas? Pouco temos reparado para as soluções que vem de
pactos solidários, coisa de que os governos pouco entendem. Desconfio que a nação teria uma
enorme solução, na auto regulação de seus problemas. Mas, a bem da verdade, quando se substitui
isto por palavrório fácil e balela de conselho comunitário, o resultado já se vê. À cidadania,
mistifica-se a causa, atribuindo escala de valores que acintosamente se ensaia na troca de escalas
injustificadas. A defesa de minorias, a legalização de drogas, as cotas raciais, etc. Tudo volta a uma
pauta demagogicamente articulada, travestida de modernidade no discurso de candidato de ocasião.
Esta metropolização do Joazeiro que é preocupante, passa ao largo. Este é o presente de uma cidade
de médio porte, que se afirma como núcleo de um centro regional, a exemplo do que vem
acontecendo em diversos estados brasileiros. Isso só foi possível porque a indústria se tornou o setor
que domina, e dá sustentação à cidade como economicamente produtiva. Não há novidade. É a
constatação de que se necessitava para daí apreender-se um pouco mais sobre os arranjos produtivos
que poderiam integrar mais as ações de desenvolvimento. Às vezes é decepcionante saber que esta
responsabilidade social que incide sobre o hegemônico, infelizmente, ainda não se cobra, não tem o
menor exercício na hora de se tentar reverter as coisas graves do Cariri. “Problema deles. Nós, nem
aí.” Lamentável. E o futuro desta metrópole, no botão do dia 4 de outubro? Aperte-o pra valer

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