segunda-feira, 25 de julho de 2022

Teste Trucheck novo exame de sangue para diagnóstico de cancer de mama

 Um novo exame de sangue foi desenvolvido por pesquisadores britânicos para diagnóstico do câncer de mama. Chamado de teste Trucheck, a técnica apresentou 92% de eficácia em detectar a doença, cerca de 5% a mais que o exame tradicional de imagem. Além disso, foi capaz de reconhecer o tumor mesmo em estágios iniciais da doença, com um acerto de 70% na fase mais precoce – o estágio 0. Os resultados são parte de um estudo publicado na revista científica Cancers.


O trabalho envolveu amostras de sangue de dois grupos, um de 9.632 mulheres sem diagnóstico de câncer de mama e outras 548 com a doença.

O teste identificou o tumor de forma correta em 92% dos casos, mas a eficácia foi de 100% em pacientes com estágio 3 e 4, os mais avançados do quadro. Entre os com estágio 2 e 1, o percentual também foi alto, de 96% e 89%, respectivamente. E, no chamado estágio 0, conseguiu identificar o câncer em 70% dos casos.

“Caso esse teste se mostre de fato eficaz em detectar todos os tipos, eu poderia, por exemplo, dizer a mulheres que, se o exame deu negativo, que não precisam realizar a mamografia naquele ano. Poderia também aumentar o espaçamento dos exames de imagem”, diz a patologista do Grupo Fleury Mônica Stiepcich, doutora em Oncologia.

O exame funciona a partir da coleta de 5 ml de sangue e a procura de células tumorais circulantes (CTC) na amostra. No entanto, Mônica o método, embora se mostre eficiente, não consegue mostrar onde o tumor está localizado, e por isso não pode substituir por completo as mamografias.

— Essas técnicas são muito sensíveis e conseguem identificar moléculas liberadas pelo câncer no sangue. O problema é que esses exames não apontam onde está localizado exatamente o tumor, então eles têm sido aplicados mais para pacientes que já tiveram a doença e já se recuperaram a fim de monitorar se o câncer reapareceu — explica a especialista.

Em relação aos exames chegarem ao Brasil, ainda é preciso mais testes e posterior aval da Anvisa. Shcolnik, da Abramed, afirma que o país tem capacidade técnica para incorporar novos métodos, porém o maior desafio será relacionado ao valor do exame, que pode não oferecer um bom custo-benefício.

Fonte: O Globo

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