domingo, 22 de março de 2020

No mes da mulher nossa homenagem na vanguarda do tempo a Dra. Rosiane Limaverde ( in memorian )

Estudando o passado , nos levando ao futuro  a arqueóloga ROSEANE LIMAVERDE 

A arqueóloga Rosiane Limaverde, 51, criadora e fundadora com seu esposo Alemberg Quindins da Fundação Casa Grande - Memorial do Homem Kariri, de Nova Olinda, na Região do Cariri. 
dia 20 de março de 2017 Rosiane fez sua passagem. Com seus estudos e musicalidade transformou não só a realidade dos meninos da Casa Grande. Hoje referencia  estudos da arqueologia social e segue guiando ...



 Palavras de Rosiane Limaverde Vilar Mendonça (2004)
(19/12/1964 - 20/03/2017)
"Foi ainda quando criança, com três anos, a primeira vez que fitei demoradamente a Chapada do Araripe. Ela estava intensamente azul sob um denso nevoeiro numa fria manhã do mês Julho.
[...] pois quem nasce no Cariri, tem o privilégio de viver à sombra da Chapada do Araripe e a imensidão de um verde vale para vislumbrar e alcançar o infinito. [...]
No ano de 1983 [...] Por ocasião de um festival de música no Colégio Municipal do Crato, Alemberg Quindins me convidou para participar com ele do evento e acabamos namorando. Descobrimos algumas coincidências e afinidades, além do gosto musical, nós dois tínhamos a mesma idade, nascemos no mesmo dia, em 19 de dezembro de 1964, no Crato, tratava-se talvez de um reencontro.
Em 1983, meu eterno companheiro de aventuras e venturas, Alemberg Quindins, iniciou o decifrar dos sons da Lenda da Pedra da Batateira. Não sabia ele que a força das águas do lago encantado dos Kariri inundaria o sertão de encantamento, revelando em cada pedra encantada, a identidade de um povo.
[...] Música e etnografia fez nossa existência e sem que soubéssemos como nem o que, a arqueologia entrou em nossas vidas, como um fenômeno a ser explicado resultante de um universo mítico.
De 1992, um pouco mais de duas décadas se passaram e a maioridade de uma história singular de um casal de músicos sonhadores se fez real através de uma casa azul e do mergulho no espírito do lugar. O sonho se tornou coletivo na medida em que as primeiras crianças foram chegando e entrando na casa: Miguel, Luciano, Neto, Marciano, Samara, Meires, Beto, João Paulo, Aécio, Samuel, Helinho, Alexandre, Elizangêla, Rávina, Jévina, Kuta, Tamires, Tontonho, Valéria, Valesca, Aureliano, Naninha, Iêdo, Momô, Felipinho, Cicinho Abacate, Samuel Painha, Demontiê, Huguinho, Luizinho, Fabiana, Iasmim, Tiago, Ana Sewi e Pedro Yã (meus dois filhos)...e tantos outros que aqui não caberia enumerar.
[...] Em 2004 a Fundação Casa Grande recebeu das mãos do Presidente Luís Inácio Lula da Silva e do Ministro Gilberto Gil, a maior honraria do Governo Federal, a Medalha da Honra do Mérito Cultural, outorga concedida pelos relevantes serviços prestado a cultura e o patrimônio brasileiro.
Em 2012 tive que enfrentar um luta pela saúde e pela vida, o que retardou por um ano, a minha perspectiva de conclusão desse trabalho. Foi um ano difícil, mas venho vencendo com a Luz do Sol a me alumiar, com o amor da minha família e do meu companheiro, com o carinho dos amigos a quem sou eternamente grata.
[...] podemos compreender que a filosofia da Casa Grande é a imaginação, o sonho, a utopia.
A arqueóloga defendendo sua tese de doutorado pela Universidade de Coimbra (Portugal)
Essa é uma história que não tem fim. Assim como não tem fim a utopia, o amor, o sonho. Nova Olinda tornou-se a cidade das crianças. A Casa Grande tornou-se a Casa do Patrimônio da Chapada do Araripe.
Ao meu companheiro de sonho direi sempre: “DA VIDA NUNCA VOU ME ARREPENDER!”"

Sua obra continua 



Lançamento do livro ICASA no SESC Juazeiro

Pesquisado por: David van den Brule
fotos de internet e do acervo pessoal 

Nenhum comentário: