terça-feira, 15 de agosto de 2017

Juazeiro do Norte dá o último adeus ao brincante Mestre Bigode

A despedida a um dos mais antigos mestres da cultura popular de Juazeiro do Norte foi marcada por um clima de comoção e, ao mesmo tempo, de beleza e reconhecimento ao legado de Manoel Antônio da Silva. Mestre Bigode, como era mais conhecido, foi o precursor da arte do bacamarte em Juazeiro do Norte ao fundar, há quase de 50 anos, o Grupo de Bacamarteiros Padre Cícero.

Com diversas homenagens, o corpo do mestre da Cultura Popular, reconhecido pelo seu notório saber, foi sepultado por volta do meio-dia, no Cemitério São João Batista.

0 cortejo fúnebre de Mestre Bigode, que faleceu no último sábado, dia 12 de agosto, foi acompanhado por grupos e brincantes da cultura popular, muitos deles, seus discípulos na arte do bacamarte e do maneiro pau, outro folguedo a que o Mestre Bigode dedicava. Por todo o percurso os estampidos dos bacamartes homenageavam o brincante que fez escola e dezenas de discípulos.

O cortejo saiu de sua residência, no bairro Cidade de Deus, acompanhado por automóveis e motocicletas até o cruzamento das avenidas Castelo Branco e Humberto Bezerra, no bairro Novo Juazeiro. A partir daí, o restante do trajeto foi realizado a pé até o cemitério São João Batista, com grupos da tradição (reisados, banda cabaçal e os bacamarteiros da paz), representantes da Secretaria de Cultura do Estado, Secretaria de Cultura de Juazeiro do Norte e outras autoridades municipais, Serviço Social do Comércio SESC, unidade Juazeiro do Norte, além de familiares, amigos e admiradores do Mestre Bigode. 

Secretário de Cultura destaca expressividade

O Secretário de Cultura de Juazeiro do Norte, Alemberg Quindins, afirma que o Mestre Bigode é um dos grandes representantes da Cultura Popular do Cariri. “As flores mais coloridas desse Cariri são os grupos das tradições e, dentro desse contexto, está o Mestre Bigode que se tornou uma pessoa expressiva pela sua performance e estética. Ele passou a ser um símbolo da cultura popular e uma das estrelas mais expressivas do Cariri, uma figura que representava o colorido e toda a expressividade dessa Região”, destaca.

A coordenadora do escritório regional da Secult Ceará no Cariri, Dane de Jade, considera que o Mestre Bigode carregava consigo um saber muito importante a respeito das tradições populares. Ela destaca que ele foi o primeiro bacamarteiro do Brasil, exímio embolador e um grande brincante de Maneiro Pau. “Ele leva um saber de três manifestações da nossa cultura, um saber que fica na nossa memória. Acredito que o Mestre Bigode deixa um legado importante na tradição popular de Juazeiro do Norte e do Cariri”, destaca a coordenadora. 

Segundo Dane de Jade, a esposa do Mestre Bigode, conhecida como Maria Bonita, fez vários registros de suas atividades artísticas que servirão como fonte de pesquisa para outras gerações. “Essa memória precisa ser salvaguardada para que novas gerações possam ter acesso a esse acervo”, reforça Dane de Jade. Francisco Gomes Novais, conhecido como Mestre Nena, líder do grupo Bacamarteiros da Paz, amigo e discípulo do Mestre Bigode, lembra que ele também fundou o primeiro grupo de Maneiro Pau de Juazeiro do Norte. “Ele foi uma pessoa muito importante e vai fazer muita falta para a cultura de Juazeiro do Norte”, diz Mestre Nena. (ASCOM/PMJN E EDITORIA DO PORTAL DE JUAZEIRO)
As fotos abaixo são do Portal de Juazeiro (Tereza Neuma)

 


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