quarta-feira, 22 de março de 2017

Peregrinações pelo mundo motivaram debate sobre romarias e turismo religioso no Simpósio de Padre Cícero

     Pela primeira vez no Brasil, que ouvia falar apenas por conta do futebol e do carnaval, o Antropólogo John Eade da Universidade de Roehampton em Londres foi o conferencista da noite desta terça-feira no V Simpósio Internacional sobre o Padre Cícero: "Reconciliação... e agora?". O evento é promovido pela Universidade Regional do Cariri (Urca) e ele falou sobre o tema: “Novos caminhos em estudos de peregrinação: desenvolvendo uma abordagem global”

     Como disse, a Igreja quer promover peregrinações mesmo reunindo grupos de pessoas de diversas crenças fazendo menções a locais de devoção como, por exemplo, o Santuário de Nossa Senhora de Lourdes na França e os caminhos de Santiago de Compostela no noroeste da Espanha. De acordo com John Eade, muito promovidos pelo conselho europeu e apresentando uma diversidade de peregrinação onde o que interessa é a energia do caminho.

      Para o conferencista, são vários os motivos e interpretações na jornada desde suas residências aos locais de devoção. Ele já escreveu um livro sobre peregrinações na Europa e observou a necessidade de todas serem bem vistas no Cristianismo que está mudando no contexto mundial. A palestra do Antropólogo causou uma provocação do bispo emérito da Diocese de Crato e presidente de honra do simpósio, dom Fernando Panico. Para ele, o desafio dos próximos eventos é procurar distinguir sobre romarias e turismo religioso.

      O mesmo confessou que se questiona muito quando vê a realidade no Nordeste com muita gente pobre nos caminhos até com penitencia corporal enfrentando viagens longas e desconfortáveis, porém sempre com alegria: rezando e cantando nas estradas. Ele disse que esteve em Brasília para tentar compreender melhor esse contexto, mas percebeu que o Ministério do Turismo não detém interesse por romarias e sim o turismo que pressupõe o capital.

      Nessa vertente, John Eade destacou os diferentes tipos de peregrinações e até questionou se uma local poderia se tornar global. Já o Antropólogo Carlos Steil, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, observou que as peregrinações tem um efeito transversal e se faz presente nas romarias tradicionais como em Juazeiro diante de características comuns. O conferencista historiou sobre a origem das peregrinações em que os teólogos eram hostis e questionavam se a pessoa não poderia fazer tudo no seu local de origem.

       Para esta quarta-feira, dia 22, o palestrante da Mesa Redonda das 08h30min, no Memorial Padre Cícero, será o Arcebispo de Maceió (AL), dom Antonio Muniz Fernandes que falará sobre "Romeiras e Romeiros: Juventude e Gênero". Já às 16 horas a conferência será da professora Candace Slater, da Universidade de Berkeley (USA), a qual falará sobre: "Algumas respostas dos romeiros à reconciliação". No período da noite haverá a cerimônia de entrega de títulos de cidadão juazeirense ao Bispo Dom Gilberto Pastana e mais oito sacerdotes.

ASSESSORIA DE IMPRENSA

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