sábado, 16 de setembro de 2017

Procissão da Padroeira foi bonita!


Aos aplausos dos romeiros, a procissão segue nas ruas principais de Juazeiro do Norte com a imagem da Padroeira da cidade, Nossa Senhora das Dores, no encerramento da romaria mais festejada da cidade e a segunda maior em termos de participação. Foram mais de 80 mil pessoas no cortejo e bênção final, na Basílica de Nossa Senhora das Dores. O evento contou com o apoio da administração municipal, que realizou um trabalho conjunto para garantir melhor segurança, apoio social, limpeza, orientações educativas aos romeiros, e serviços inovadores, como o City Tour, sendo iniciativas bastante elogiadas pelos romeiros, além do treinamento de agentes para melhor recepcionar os visitantes.

O cortejo percorreu as ruas Padre Cícero, Alencar Peixoto e São Pedro, no final da tarde desta sexta-feira. Ao meio-dia, foi celebrada Missa do Chapéu, com a bênção dos objetos, que reuniu fiéis de várias regiões do Nordeste, com entrega de troféus para os vencedores da procissão dos carros, ocorrida na última quinta-feira, 14.

Cultura popular homenageia Nossa Senhora
Uma homenagem da Cultura Popular à Nossa Senhora das Dores foi realizada com o cortejo dos grupos, que seguiram à frente com as fanfarras. Integrando o cortejo, a Banda Municipal Padre Cícero, reisados, e outros integrantes, que também realizaram homenagens à 'Mãe das Dores', com apoio da Secretaria de Cultura. Cerca de 30 artistas cariocas que compõem o Bloco da Terreirada Cearense chamaram a atenção, com as pernas de pau. Eles estão realizando trabalho de residência artística em Juazeiro do Norte, através de articulação da Cia. Carroça de Mamulengos e renderam homenagens à santa. (ascom/pmjn e Portal de Juazeiro) 

Memória fotográfica




ROMARIA DA MÃE DE DEUS
Geová Sobreira

A festa da padroeira e protetora do Juazeiro, Nossa Senhora das Dores, é uma das romarias mais bonita e cheia de significados históricos do imaginário sertanejo porque é lá, naquela pequena capela, que em 1827 tudo começou e foi ganhando novos espaços e se alargando pelo mundo todo. Pode surpreender a qualquer observador desatento o fato de uma singela capela edificada num lugarejo que nem povoado era na época de sua construção fosse conquistando paulatinamente o coração dos sertanejos até tornar-se um dos maiores centros de romaria da América Latina.É preciso seguir a sua trajetória histórica para compreender o simbolismo e o significado daquela capela, como centro ou santuário do movimento religioso popular do Juazeiro. O padre Pedro Ribeiro, neto do coronel da cavalaria de milícias Leandro Bezerra Monteiro, recebeu como herança a fazenda joaseiro, localizada no antigo Tabuleiro Grande, então distrito da Vila do Crato. Por questão de saúde e para evitar os graves incômodos e mal-estar da viagem em montaria, pois sentia agudas dores quando cavalgava para as vilas do Crato ou Barbalha, o padre Pedro Ribeiro resolveu construir uma capela. Não mais precisou mais se deslocar para o Crato ou para Barbalha para cumprir seus deveres eclesiásticos de celebrar missas. No entanto, como não dispunha de capitais suficientes para financiar a construção da capela, o padre Pedro Ribeiro negociou com escravos comprometendo-se que daria carta de alforria a todos os que trabalhassem na construção da capela nas suas horas vagas e sem qualquer renumeração. Assim o fez. A carta de alforria foi a todos os escravos da fazenda joaseiro e assim o pequeno núcleo urbano foi nascendo sob o manto da liberdade. A pequena capela foi consagrada à devoção de Nossa Senhora das Dores. Na sua sagração foi posta no altar-mor a belíssima imagem da Mãe de Deus, entalhada em madeira por hábil santeiro estabelecido em Portugal. Poucos anos depois da construção da capela e de sua sagração, o padre Pedro Ribeiro em seu testamento fez a doação de todas as terras que compunham a fazenda joaseiro e seus demais bens à Nossa Senhora das Dores.Desta forma, o núcleo populacional do Tabuleiro Grande surgiu para a história com o glorioso título de Terra da Mãe de Deus e sob o manto diáfano da liberdade.A pequena capela foi o cenário do "sonho fantástico" do Padre Cícero. Ali, mesmo em sonho, viu Jesus Cristo acompanhado dos 12 Apóstolos na mesma figuração do painel "A Santa Ceia" de Leonardo da Vinci. No sonho, Cristo se dirigiu ao jovem sacerdote, Padre Cícero, e apontando para uma multidão de sertanejos maltrapilhos determinou: - "Cícero, tome conta desse povo"! Esse sonho mudou todos os planos de ,vida do Padre Cícero e viveu exclusivamente para tomar conta do povo sertanejo que buscasse a Terra da Mãe de Deus em busca de refúgio e salvação.A capela foi ficando cada dia pequena para receber os que vinham ouvir os conselhos e as palavras de salvação. E, então, em um grande mutirão de sertanejos, a capelinha foi transformada em grande igreja. Nela se deu os "fatos maravilhosos" relacionados com a Beata Maria de Araújo.A Romaria de Nossa Senhora das Dores é, portanto, a festa da gratidão por todas as copiosas bênçãos derramadas sobre o "povo romeiro" e sobre a Terra do Patriarca de Juazeiro. 
Fonte: www.juanorte.com.br


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