segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Monsenhor José Alves comemorou Jubileu Sacerdotal

Numa bonita solenidade realizada ontem, 30.09.2012, Monsenhor José Alves de Oliveira comemorou a passagem do seu Jubileu de Ouro Sacerdotal.  O ponto alto da solenidade foi a concelebração da missa no Parque Ecológico à qual compareceu uma grande legião de amigos e admiradores do querido líder religioso do Bairro Novo Juazeiro, que no dia 5 de janeiro de 1990 foi nomeado Pároco da Paróquia Menino Jesus de Praga. Estiveram presentes à concelebração litúrgica o arcebispo de Natal (Dom Jaime Vieira Rocha), o bispo de Iguatu (Dom João Costa) e o bispo de Crato (Dom Fernando Panico) além de padres representantes das paróquias de Juazeiro e das cidades vizinhas. Após a missa houve jantar no Verde Vale Hotel. Monsenhor José Alves tem excelente folha de serviço prestado à cidade de Juazeiro como vigário paroquial da Paróquia de Nossa Senhora das Dores, desenvolvendo atividade na Capela do Socorro, de 19 de março de 1976 a 31 de janeiro de 1989 e como professor da antiga Escola Normal Rural. É pessoa bastante querida na comunidade católica juazeirense razão por que foi alvo das mais efusivas homenagens nesta data. 
Abaixo mostramos alguns flagrantes fotográficos da missa. 
 


CONHEÇA MELHOR O PADRE JOSÉ ALVES

Conheça melhor a vida do Padre José Alves de Oliveira. Os dados foram colhidos de uma entrevista publicada na edição do Informativo Paroquial BOAS NOVAS, editado pela Paróquia Menino Jesus de Praga

INFÂNCIA
Como as outras crianças o chamavam?
R-. José.
Como era a vida da criança José Alves de Oliveira, o que mais gostava de fazer durante esse período?
R-. Como qualquer criança, brincando em sítio, sempre em contato com a natureza, animais, brincava de pião, pescava, jogava bolinha de gude (bila).

Como era seu desempenho na escola?
R - Na escola, modéstia a parte foi muito bom, sempre eu fui um bom aluno, tirava notas boas, professora gostava muito de mim e eu dos colegas, era muito agradável o tempo de criança.

Qual a mais marcante recordação de tantas, do período de criança?
R-. Lembranças de quando olhava para o gado, da fazenda de meu pai.

ADOLESCÊNCIA
O período da adolescência é marcado por mudanças, embora os jovens de hoje tenham atitudes diferentes dos adolescentes da sua época, como foi a adolescência do senhor: O Senhor já fazia parte de algum grupo, pastoral?
R- Minha adolescência foi muito bonita, foi no seminário, eu me preparava para os estudos, foi muito agradável.

Já que morou um período na roça, enquanto adolescentes precisou trabalhar em roça?
R- Não, Nunca trabalhei na roça, tinha a roça de meu pai, mas eu ia mais como esporte.

De que forma ocupava a maior parte de seu tempo?Alem de estudar.
R-Meu pai tinha uma sapataria, me ocupava mais em ajudar os sapateiros, a organizar os sapatos.

Sentiu o interesse em namorar alguma jovem na época?
R- Sim, mas eu era direcionado pra minha vocação. Era só um namorinho, mas sempre quis ser padre.

Em qual a idade o senhor sentiu o despertar da vocação sacerdotal? Quem o inspirou?
R-12 anos, eu estava entrando para o seminário. Passou um padre lá em casa que sempre vinha pedir ajuda para o seminário, e ele me perguntou se eu queria ser padre, daí fui despertando o  interesse pela vocação. Padre Argemiro Rolim de Oliveira, um parente meu muito religioso, muito bom, um homem santo de Deus, me perguntou se eu queria ser padre, mas na hora eu fiquei com vergonha e respondi não, depois eu fui refletir o chamado e fiquei com aquilo na minha cabeça e depois disse a meu pai que queria ir para o seminário.

O senhor deve ter muitas recordações desse tempo, mas qual dessas o marcou?
R- Os passeios do seminário, e lá no Crato tinha a dificuldade de água no seminário, a gente ia tomar banho em uma fonte que tinha, chamada Granjeiro. Mas pra gente sair tinha que tirar notas boas, ser bom aluno.

Sabemos que boa parte dos pais ficam chocados, quando um filho ou uma filha se diz chamado para a vida sacerdotal ou religiosa, na época qual foi a atitude do pai e da mãe do senhor?
R- Foi de muita aceitação. Na época eu tinha umas vaquinhas, então eu disse a meu pai: - Pai eu quero para o seminário. Meu filho as a despesa lá é um conto de réis. Então eu disse: Pai o senhor, vende minhas vacas que eu quero ir para o seminário. Assim vendeu, cada uma custava aproximadamente cem reais, muito barato na época.Depois de vendido, fui para o seminário, ele pagou o primeiro ano do seminário, mil reais.

Como foi sua chegada ao seminário? Qual foi sua primeira impressão?
R- Tinha aquela expectativa de chegar em um lugar diferente. Quando eu cheguei lá, tinha um padrinho que cuidava de mim, que ia pra todo lugar que eu ia.

O que mais o chamou atenção no seminário?
R- De modo especial as orações, de manhã a gente ia acordar cedo, tirar a preguiça e ter coragem de ir pra reza. Mas o que mais chamou atenção foi meditação dos santos que acontecia todo dia.

Qual o professor que o senhor mais admirava?
R- Quase todos do seminário, mas monsenhor Pedro Rocha de Oliveira que era o meu reitor, professor que eu admirava muito, e o padre Ágio Moreira Dias que era professor de música. Padre Davi o irmão de padre Ágio Moreira que era professor de física e química, muito bom também, admirável.

Dos muitos colegas do seminário, qual o que o senhor tinha mais aproximação? Ele foi ordenado?
R- Muitos colegas, eu sempre tinha uma amizade geral com quase todo mundo. Mas eu tinha um amigo que era muito bom, João Rocha que é de Barbalha. Ele não se ordenou, em certa altura ele deixou o seminário e foi para o Rio de Janeiro. Também muito amigo assim de aproximação, Humberto Cabral, hoje ele é locutor na Rádio Educadora. Mas eram 250 seminaristas, e no final ficaram só 5 seminaristas

Como foi seu percurso cronológico no seminário? Qual a melhor lembrança desse período?
R- Um percurso normal de estudos tinha as férias. As festas de São José eram muito bonitas, e em Fortaleza a lembrança das praias. Quem se comportasse bem tinha direito a sair, a ir tomar banho no mar.

ADULTO:
Com quantos anos o senhor se ordenou? Qual o nome do Bispo que ministrou sua ordenação?
R- Com 26 anos e sete meses. Em setembro de 1962. Dom Vicente de Araújo Matos. Ordenou-me na minha terra mesmo, Quitaiús.

O que mais lhe emocionou no momento da ordenação?
R- Sempre o momento que falavam pra gente era a queda, o momento da prostração. Você nota que quando o padre cai vem várias lembranças. Minha mãe estava doente, mas se recuperou com a minha ordenação.

Desejou ir para alguma paróquia no início? Qual?
R- Não, eu estava sempre à disposição do Bispo. Substituí meu vigário porque ele estava muito cansado. E depois eu fui nomeado pra ser o chamado vigário cooperador.

Onde foi sua primeira celebração?
R- Em Quitaiús a minha terra.

Qual foi a primeira paróquia que o senhor administrou?
R- Santo Antônio de Araripe e tomava conta também de Potengí e Campo Sales.

Quais foram seus primeiros projetos como pároco?
R- Criar um aspecto de pastoral da família. Criar a paróquia como uma comunidade, um lugar de irmãos. Naquele tempo eu organizei a infância missionária, que naquela época era chamada a "cruzadinha".

O que o senhor guarda como marca concreta nessa paróquia (a primeira).
R- Aproximação do povo para igreja. Naquela época havia pouco distanciamento. A paróquia era um pouco fria pelo clima, o clima era muito frio.

Antes da Paróquia do Menino Jesus de Praga, qual foi sua trajetória na Diocese de Crato e quais as dificuldades em cada uma?
R- Eu nunca fui de encontrar dificuldades, sempre gostei do trabalho.

A paróquia do Menino Jesus de Praga, é a menina dos seus olhos, o senhor foi o primeiro e até hoje é o único pároco. Como foi sua vinda para cá?
R - Foi muito agradável, eu estava sendo pároco em Mauriti. Foi uma boa recepção foram muitos ônibus pra lá.

O senhor lembra qual foi sua reação quando soube?
R -Foi de emoção. Eu sou muito chorão.

Qual a expectativa sobre a comunidade?
R - Eu pensei que era como todas as outras comunidades. Pessoal muito bom.

Como foram os trabalhos pastorais no inicio?
R - Muito bom, sempre colocava os meninos para o seminário.

Hoje o senhor sente que a sua missão pastoral aqui na paróquia e na Diocese como um todo foi muito bem cumprida?
R - Realmente realizado com meu trabalho.

O senhor costuma dizer que tem três famílias: a Biológica, a Sacerdotal e a Comunidade. Na sua família biológica uma pessoa abdicou da vida dela para lhe servir, certamente que ela gostaria de estar conosco celebrando este grande momento, porém, é junto de Deus que ela assistirá alegremente a tudo. Falo da querida Toinha. Como foi quando ela teve a decisão de segui-lo para onde o senhor fosse?
R -  Desde o tempo que eu iniciei para o seminário ela me acompanhou.

 Como era seu convívio com ela?
R - Convívio de fraternidade, de irmão para irmão. Ela me respeitava muito e também a respeitava.

Ela o aconselhava?
R - Ela sempre foi mais madura, então de vez em quando dizia:  Seu caminho é por aqui. Sempre me orientou direitinho. Tudo pra mim é lembrança dela. Ela sempre marcava minhas roupas com um xis, ou então colocava meu nome.

Como era a vida de seus pais? Fale-nos um pouco de cada um deles.
R- Vida simples. Eram pessoas simples. Minha mãe era uma santa, ela nasceu no dia 8 de agosto 1880 e pouco.

Duas outras pessoas que são consideradas da sua família é o Raimundo e Ceiça. Conte-nos quando e como foi que eles também resolveram lhe seguir
R - Raimundo já está com 43 anos que ele mora comigo. Foi desde jovem. Ceiça mora comigo há 30 anos. Ela que sempre cuidou da casa.

Quantos e quais são seus irmãos? Fale um pouco de cada um deles.
R- R- Éramos oito irmãos mas já morreram 4. Têm minhas duas irmãs vivas, Tânia c Chiquinha, e eu e meu irmão mais velho.

Com relação à sua família Sacerdotal, o que o senhor destaca. Quem o marcou mais?
R- Todos me marcaram com um carinho especial. Mas eu posso destacar o Aureliano.
E os que se ordenaram pela paróquia do Menino Jesus de Praga? Quais foram? Fale-nos um pouco de cada um. Quantos aos leigos aqui da paróquia, o que o senhor diz com relação às atividades desenvolvidas e a participação de modo geral.
R-Eu digo que fui premiado com todos. Bons.

Sabemos de sua importância e de sua capacidade de cativar e acolher, a prova disso é o grande número de pessoas que mesmo morando em locais distantes da paróquia vêm participar das missas aqui. Fazendo jus a esse seu carisma que títulos já foram lhe outorgados e qual entidade?
R- Ultimamente eu recebi um titulo de gratidão.

O senhor passou um período afastado para tratamento médico. Como foi passar esse tempo longe da paróquia?
R- Foi muito doloroso pra mim. Primeiro tive que me preparar para a cirurgia no ponto de safena.

Para finalizar, o senhor é um homem feliz e realizado?
R- Graças a Deus muito feliz e realizado, um homem padre. 

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