sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Irmã Dulce é canonizada pelo papa Francisco e se torna a 1ª santa brasileira


Irmã Dulce é canonizada pelo papa e se torna a 1ª santa brasileira

Viver para a glória de Deus é manifestar a presença divina em todos os lugares por onde passamos; é ter características de Deus, que nos escolheu para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença (Efésios 1:4; 1 Pedro 1:14-16)

Conhecida como “anjo bom da Bahia “ irmã Dulce foi declarada oficialmente como a primeira santa brasileira em uma cerimônia presidida pelo Papa Francisco no dia 13 de outubro p.p, Santa Dulce dos Pobres assim serás conhecida e reconhecida pelos teus devotos e tua igreja.



Santa Dulce dos Pobres teve dois milagres reconhecidos



Para a canonização, a Constituição Apostólica exige a comprovação de um segundo milagre e semelhante ritual processual e comprobatório. A segunda graça, conforme publicado pela Arquidiocese de Salvador, foi a recuperação da visão do músico e maestro José Maurício Bragança Moreira, após 14 anos sem enxergar por causa do glaucoma.

“Eu fui paciente de glaucoma muito grave que me cegou durante 14 anos. No dia do milagre, 10 de dezembro de 2014, o meu coral ia cantar, mas a minha esposa nem me deixou sair de casa por causa do derrame que eu tive nos olhos devido a uma conjuntivite viral. Eu passei a noite sem conseguir dormir e por volta das 4h eu peguei a imagem de Irmã Dulce, que fica na cabeceira da minha cama, a coloquei nos meus olhos e pedi que ela aliviasse a minha dor”, descreve Moreira em relato publicado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

De acordo com o músico, após colocar o santinho impresso sobre os olhos, sentiu sono e adormeceu. “Quando eu acordei de manhã, a minha esposa me deu umas compressas de gelo e foi quando eu comecei a enxergar o gelo e a ver a minha mão, e aos poucos a visão foi voltando. O momento que começou o retorno da visão foi pouco tempo depois da oração. É um milagre”, afirma. Após o reconhecimento do milagre pela Igreja, o Papa Francisco anunciou a canonização de Irmã Dulce

Vocação social

A vocação religiosa de Irmã Dulce é revelada ainda na adolescência sob influência de uma tia paterna. Ela tornou-se freira no começo da década de 1930 pela Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em São Cristóvão (Sergipe).

Formada como professora, teve como primeira missão ensinar a crianças em colégio de sua congregação em Salvador. A vocação para as causas sociais teve início naquela década quando passou a prestar assistência à comunidade pobre de Alagados, e a participar da União Operária São Francisco.

Em 1937, funda o Círculo Operário da Bahia, juntamente com Frei Hildebrando Kruthaup. Em 1939, Irmã Dulce inaugura o Colégio Santo Antônio, escola comunitária voltada para operários e filhos de operários.

Dez anos depois, ocupa um galinheiro ao lado do Convento Santo Antônio de Salvador para acolher 70 doentes. Em 1959, é instalada oficialmente as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) e no ano seguinte é inaugurado o Albergue Santo Antônio.



Irmã Dulce, baiana com dois milagres reconhecidos, foi canonizada neste domingo (13) pelo papa Francisco, em cerimônia no Vaticano, e tornou-se a primeira santa brasileira. Com o reconhecimento, ela passa a se chamar Santa Dulce dos Pobres.

"Hoje agradecemos ao Senhor pelos novos santos, que caminharam na fé e a quem invocamos agora como intercessores. Três deles são freiras e nos mostram que a vida religiosa é um caminho de amor nas periferias existenciais do mundo", disse o Papa em sua homilia.

O Pontífice também canonizou o cardeal britânico John Henry Newman (1801-1890), fundador do Oratório de São Filipe Néri; a italiana Giuseppina Vannini (1859-1911), cofundadora da Congregação das Filhas de São Camilo; a indiana Maria Teresa Chiramel Mankidiyan (1876-1926), fundadora das Irmãs da Sagrada Família; e a suíça Margarita Bays (1815-1879), da Ordem Terceira de São Francisco de Assis.

A canonização ocorre nove anos após o colegiado de cardeais e bispos da Congregação para a Causa dos Santos, da Cúria Romana, atestar o primeiro milagre atribuído à Irmã Dulce descrito no processo de beatificação da religiosa iniciado pela Arquidiocese de São Salvador da Bahia. A decisão do colegiado é baseada em avaliação de peritos de saber científico (como médicos) e teólogos.

O milagre que levou à beatificação foi a intercessão da freira, a pedido de orações de um padre, para salvar a vida de uma mulher que deu à luz a um menino e estava desenganada por causa de uma hemorragia depois do parto, que os médicos não conseguiam conter. O caso ocorreu nove anos após a morte de Irmã Dulce (2001), em uma cidade do interior de Sergipe.

Segundo milagre

Para a canonização, a Constituição Apostólica exige a comprovação de um segundo milagre e semelhante ritual processual e comprobatório. A segunda graça, conforme publicado pela Arquidiocese de Salvador, foi a recuperação da visão do músico e maestro José Maurício Bragança Moreira, após 14 anos sem enxergar por causa do glaucoma.

“Eu fui paciente de glaucoma muito grave que me cegou durante 14 anos. No dia do milagre, 10 de dezembro de 2014, o meu coral ia cantar, mas a minha esposa nem me deixou sair de casa por causa do derrame que eu tive nos olhos devido a uma conjuntivite viral. Eu passei a noite sem conseguir dormir e por volta das 4h eu peguei a imagem de Irmã Dulce, que fica na cabeceira da minha cama, a coloquei nos meus olhos e pedi que ela aliviasse a minha dor”, descreve Moreira em relato publicado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

De acordo com o músico, após colocar o santinho impresso sobre os olhos, sentiu sono e adormeceu. “Quando eu acordei de manhã, a minha esposa me deu umas compressas de gelo e foi quando eu comecei a enxergar o gelo e a ver a minha mão, e aos poucos a visão foi voltando. O momento que começou o retorno da visão foi pouco tempo depois da oração. É um milagre”, afirma. Após o reconhecimento do milagre pela Igreja, o Papa Francisco anunciou a canonização de Irmã Dulce

Vocação social

A vocação religiosa de Irmã Dulce é revelada ainda na adolescência sob influência de uma tia paterna. Ela tornou-se freira no começo da década de 1930 pela Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em São Cristóvão (Sergipe).

Formada como professora, teve como primeira missão ensinar a crianças em colégio de sua congregação em Salvador. A vocação para as causas sociais teve início naquela década quando passou a prestar assistência à comunidade pobre de Alagados, e a participar da União Operária São Francisco.

Em 1937, funda o Círculo Operário da Bahia, juntamente com Frei Hildebrando Kruthaup. Em 1939, Irmã Dulce inaugura o Colégio Santo Antônio, escola comunitária voltada para operários e filhos de operários.

Dez anos depois, ocupa um galinheiro ao lado do Convento Santo Antônio de Salvador para acolher 70 doentes. Em 1959, é instalada oficialmente as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) e no ano seguinte é inaugurado o Albergue Santo Antônio.

Terá como dia litúrgico o dia 13 de agosto

Redação/RedeTV! com Agência Brasil e Ansa



Irmã Dulce: como se constrói a 'imagem oficial' de uma santa?


Como é decidida a representação oficial de uma santa? Como se compõe a imagem que será, desde a canonização, venerada pelos católicos do mundo?

A canonização de Irmã Dulce pelo papa Francisco, marcada para o domingo (13/10), marcará também a formalização da chamada "imagem canônica". E a criação dessa imagem leva em conta diversos fatores — a maioria ligada ao histórico de milagres e benfeitorias da santa ou santo em questão.

Com dois milagres oficialmente reconhecidos pelo Vaticano, a freira baiana Irmã Dulce ficou conhecida nas ruas de Salvador por uma atitude bem terrena: ao longo da vida, acolheu e cuidou de todas as pessoas que buscaram sua ajuda, especialmente aquelas mais miseráveis.



A trajetória de caridade da freira está agora representada na simbologia da Santa Dulce dos Pobres.

Em sua imagem canônica oficial, Irmã Dulce é vista com seu tradicional hábito azul e branco (vestes de quem integra a congregação de Nossa Senhora da Conceição), traz à mão um terço de Maria — de quem era devota — e carrega no colo uma criança negra, sem roupas, descalça e desnutrida que, de acordo com uma possível leitura iconográfica da peça, representa o menino Jesus.

"Para propor essa imagem, nossa equipe fez a hagiografia do santo, ou seja, estudamos toda a trajetória do indivíduo. Nada representa melhor a vida de Irmã Dulce do que o seu trabalho incansável junto às pessoas mais pobres. E, em Salvador, os mais pobres também são predominantemente negros. Ela mesma falava: 'esse é o meu povo. Em cada pessoa que eu ajudo, eu vejo Jesus'", lembra Osvaldo Gouveia, assessor de Memória e Cultura das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid).

"Mas, vale observar que, apesar de estar desnutrido, a expressão do menino na imagem é de serenidade, não de tristeza, porque quem encontrava Irmã Dulce encontrava a esperança", emenda.

Interpretações diversas


Museólogo e ex-professor de Arte Sacra, Gouveia explica que a leitura iconográfica de cada santo, ou seja, o significado por trás dos símbolos presentes nas imagens, carrega marcas do contexto histórico em que as obras são criadas e subjetividades ligadas àquele personagem.

Santo Antônio, por exemplo, leva o menino Jesus nos braços nas imagens porque teria sido visto conversando com o mesmo ao se abrigar num convento, no século 12.

Já São Cristóvão, que carrega o menino Jesus no ombro, é representado dessa maneira por ter sido um homem muito alto e forte que, tendo vivido no século 3, certa feita teria carregado Jesus na travessia de um rio.

"A leitura é particular, por isso há espaço para muitas interpretações. No caso da imagem da Santa Dulce, a gente vê entre os devotos. Popularmente, é muito forte essa associação da criança negra com o menino Jesus, especialmente na Bahia", completa Gouveia.

Afastando a associação direta, Dom Murilo Krieger, arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, opta somente pela leitura histórica. "Irmã Dulce acolheu muitas crianças pobres (o primeiro atendimento que ela deu foi a um menino de 15 anos). Ela morava em Salvador, onde 80% da população é afrodescendente. Então, ao se pensar em uma imagem dela, não poderia faltar uma criança afrodescendente. Ela via em cada criança (mas também em cada doente, pobre, abandonado, idoso) o próprio Jesus", afirmou em e-mail à BBC News Brasil.

Após o estudo hagiográfico, a equipe das Osid chegou a sugerir ao Vaticano uma imagem em que, além da criança, aparecia ao lado da santa uma idosa, igualmente negra e carente, unindo assim os extremos etários que receberam atenção da freira.

Ao final da análise, optou-se por uma imagem mais simplificada. Mas, segundo Dom Murilo, a peça com a criança e a idosa ainda virá a ser utilizada nas celebrações à Santa Dulce.

Anualmente, as Osid realizam cerca de 3,5 milhões de atendimentos ambulatoriais na Bahia, somando o complexo em Salvador e unidades públicas de saúde geridas pela organização no interior do Estado.

No local onde havia o antigo galinheiro, hoje fica uma praça de convivência do Hospital Santo Antônio, que realiza mais de 2 mil atendimentos por dia e 12 mil cirurgias anuais. Ali, as estruturas erguidas por Irmã Dulce seguem ativas ao lado de unidades recentes, como a de Alta Complexidade em Oncologia.

Neste mesmo complexo, trabalham 3 mil pessoas, incluindo 300 médicos, além de cerca de 300 voluntários.



Matéria realizada por Victor Uchôa De Salvador para a BBC News Brasil

·        11 outubro 2019

·         

Nós católicos,  apostólicos, romanos, romeiros e devotos do Padre Cicero acreditamos e também estamos na luta pela sua beatificação do Padre Cicero, após o processo de “reconciliação com a igreja”. Esperamos, pois como dizia o Padre Cicero “ "Não se preocupem, meus filhos, quando chegar a hora, a própria Igreja Católica me defenderá".
imagem da internet 

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