sábado, 18 de maio de 2024

Solenidade de Pentecostes - texto de Dom Samuel

SOLENIDADE DE PENTECOSTES

 


Houve quem negasse no passado e ainda há quem hoje negue seja o Santo Espírito, cuja solenidade a Igreja hoje celebra com grande e justificada pompa, Deus com o Pai e o Filho na única e suprema divindade onipotente. Jesus, no entanto, para que ninguém pudesse ter a menor dúvida, disse: “Batizai todas as nações em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” Se somos batizados também em nome do Espírito, posto ao lado do Pai e do Filho, forçoso é que admitamos seja ele Deus como ambos, dos quais aliás, como ensina nossa mãe a Igreja, procede, como o eterno amor que une as outras duas pessoas numa comunhão de amor eterna e infinita.

Há, espalhados nos vários livros do Antigo Testamento, inúmeras passagens sobre o Espírito Santo, das quais uma das mais célebres é a que está no livro do Gênesis: “O Espírito de Deus pairava sobre as águas.” (Gn 1, 2) O Espírito ao qual o autor sagrado se refere outro não é nem poderia ser senão o que adoramos juntamente com o Pai e o Filho.

Em um primeiro momento, o Espírito veio sobre os profetas, através dos quais falou; João Batista, o maior dos nascidos de mulher, foi cheio dele desde o ventre materno; foi pela ação deste mesmo Espírito que a gloriosa Maria concebeu em seu puro seio o filho de Deus feito homem; o mesmo Espírito Santo esteve sobre o Senhor no dia do seu batismo em forma de pomba e na forma de línguas de fogo o Espírito pousou sobre os apóstolos reunidos no dia de Pentecostes, indo estes daí em diante pregar ao mundo inteiro a boa nova do Evangelho. Foi cheio do Espírito que Pedro pronunciou o seu primeiro discurso, ele que até então estivera encerrado no seu paralisante medo.

Que transformação imensa se operou nos apóstolos depois que eles receberam em profusão o Espírito do Pai e do Filho! O que Jesus lhes prometera antes de subir aos céus, foi-lhes dado, assim como a sua santa Igreja. Este mesmo Espírito recebido pelos doze por ocasião de Pentecostes, quando sobre eles foi abundantemente derramado, é o que tem acompanhado a Igreja ao longo dos séculos, nela infundindo força e vigor divino para o cumprimento eficaz de sua missão salvadora mundo afora.

Ele, que agiu poderosamente nos santos profetas do Antigo Testamento, que trouxe a vida ao seio de Maria santíssima, que esteve com Jesus e os apóstolos, que atuou na vida de todos os santos e que continua a agir através dos santos sacramentos é a força divina de que todos precisamos para que sejamos o que Deus quer que sejamos, isto é, santos.

Felizmente o Espírito está na Igreja,  e nela e por meio dela continua iluminando mentes escurecidas e movendo vontades endurecidas para o bem. Ó como temos necessidade deste divino hóspede em nós! Quão necessários não são os auxílios que unicamente desta divina fonte nos podem vir!.

Se quisermos mudar, se quisermos ser diferentes do que somos, se é nosso desejo viver sempre na graça e no amor de Deus, invoquemos o Espírito Santo, peçamos-lhe que seja o nosso guia nesta sofrida peregrinação e honremo-lo como a nosso Deus, a ele que com o Pai e o Filho, dos quais procede como eterno amor, vive e reina para sempre. Amém

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