terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Finalmente a Igreja Católica abraça o “Meu Padim" - Por Antônio Luiz Macedo

Após decênios de humilhações, acusações infundadas, perseguições sem fim pela hierarquia Eclesial da Diocese de Fortaleza e do Crato, o Padre Cícero Romão Batista é suspenso de ordem e proibido pelo Vaticano de celebrar a Santa Missa.

Com a consciência tranquila submete-se a essa injustiça insuflada por inveja, e coloca em prática – sem revide e sem mágoa – os votos que fizera ao abraçar o chamado de Deus para exercer um sacerdócio puro e santo: a obediência integral; a pobreza evangélica e a castidade sem reservas.

A Igreja o degredara, mas o seu coração estava pleno da confiança no seu Senhor. A sua fidelidade foi sempre a sua marca registrada.

Continuou fazendo o seu apostolado entre os pobres, excluídos e necessitados. Acolhia a todos com o mesmo amor e atenção. Aos poucos, através de atitudes e gestos que revelavam a humildade e a fé dos quais o seu coração era possuidor, sua fama se espalha pelo sertão nordestino, fazendo do Juazeiro do Norte uma cidade cosmopolita.

Uma de suas frases mais conhecidas e que mais proferiu como Fundador daquela pequena vila: “Eu sou filho de Crato, mas Juazeiro é meu filho”.

Para nós, a demora foi grande; mas o tempo de Deus finalmente cumpriu-se no dia 13 de dezembro de 2015, durante a solenidade da Abertura das Portas da Catedral de Nossa Senhora da Penha, presidida por Dom Fernando Panico, dando início na Diocese ao Ano Jubilar Extraordinário da Misericórdia. Como primeiro fruto do Ano Santo, a Igreja abraça novamente “Meu Padim”, aquele que não deixou por um instante sequer de abraçar a Igreja.

Bendito Ano da Misericórdia promulgado pelo Papa Francisco. O Papa da misericórdia, dos pobres, dos excluídos, dos necessitados; o Papa da ternura, da bondade, do encontro e do amor: qualidades que marcaram a vida do “Padim Ciço”.

A justiça humano-divina foi realizada. A festa no céu e nos sertões nordestinos se perpetuará para sempre no coração e na alma de cada juazeirense, de cada romeiro, de cada romeira. “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo”.

Antonio Luiz Macêdo, farmacêutico bioquímico, escritor, juazeirense
Editor do blog: http://ecatol.blogspot.com.br/

Um comentário:

Fernanda disse...

Muito bem escrito! PArabéns!