segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Fatos históricos sem marco de recordação

Aqui em Juazeiro impera um movimento antigo de destruição do patrimônio público e disso já falamos diversas vezes neste site. Muitos fatos históricos ocorreram nesta cidade e para registrar o evento foram construídos marcos que depois  o Poder Público Municipal, sem dar a mínima satisfação à comunidade, se encarregou de destruí-los.  Vejamos então dois casos pontuais. 
O local onde hoje funciona a Praça Padre Cícero era uma imensa extensão de terra devoluta chamada popularmente de Quadra Grande. Ela nascia onde hoje é o Bairro do Socorro, mais precisamente nas imediações onde  está o Memorial Padre Cícero. Depois, com o crescimento do povoado, algumas ruas  cortaram a Quadra Grande e casas foram construídas, ficando apenas o quadrante ladeado pelas Ruas São Francisco, Padre Cícero, Cruzeiro e São Pedro. Como nesse local foi dado publicamente (mas não oficialmente), em 30 de agosto de 1910,  o grito de independência de Juazeiro, a então Quadra Grande passou a ser denominada de Praça da Liberdade e também de Praça da Independência. Para comprovar isso vale uma consulta ao jornal O Rebate, em sua edição de 18 de junho de 1911, no qual está uma matéria dando conta da inauguração, em 3 de março de 1911, do Externato Padre Cícero, sob a direção de Raymundo Siebra, que fazia parte do corpo docente com o Padre Alencar Peixoto e o conde Adolpho van den Brule. Diz a matéria que este educandário funcionava no seguinte endereço: Praça da Independência, nº 56. Portanto, de fato, era assim que aquele local era conhecido. Pois bem, em 1925 o nome foi mudado para Praça Almirante Alexandrino, embora no dia da inauguração tenha sido inaugurado também a estátua do Padre Cícero  e não a do verdadeiro homenageado. Quando Juazeiro, completou 50 anos de independência política foi inaugurada pelo prefeito da época, 1961, Dr. Antônio Conserva Feitosa, a Praça do Cinquentenário, o marco que lembraria para sempre o grande evento. Mas na administração do prefeito Manuel Salviano aquela praça foi destruída e em seu lugar foi construído o Memorial Padre Cícero. No mesmo local existia um pequeno monumento construído para lembrar a inauguração da energia de Paulo Afonso em Juazeiro, também destruído. E agora a pergunta que não pode calar: será que vale a pena construir um marco para lembrar o Centenário de Juazeiro? Com essa cultura de destruição de monumentos que impera aqui, mais tarde surgirá um prefeito para destruí-lo, seguindo a tradição até hoje reinante. 
Só uma Câmara Municipal independente, como legítima representante do povo,  poderá impedir ações danosas desse tipo. 

Um comentário:

Maria de Jesus Belém disse...

Morei durante 10 anos em frente da praça do cinqüentenário, na vila de casa do ex prefeito Carlos Cruz, sinto muita saudade dos vizinhos e amigos, um deles foi o casal Zeca Marques e D. Maria Almeida.
Maria de Jesus belem
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