segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

ENERGIA ELÉTRICA EM JUAZEIRO (III)...
A CELCA...
Estamos entrando no ano do Centenário da vila do Joazeiro e no Cinqüentenário da Eletrificação do Cariri. Antonio Martins Filho, de enorme e saudosa memória, costumava dizer que toda a marca de desenvolvimento do Ceará se assentava sobre duas coisas: a eletrificação e a sua universidade. E nisto ele tinha absoluta razão. Também no Cariri isto é real. Os fios de Paulo Afonso chegaram primeiro e hoje, 50 anos depois pode-se falar de um meio universitário pujante, fruto das atenções do poder público, e do grande esforço manifestado pela iniciativa do ensino privado, semeando cursos às dezenas em nossa terra.
No início desta história, com a determinação do governo federal para a eletrificação do Ceará, foi constituída a Soelca – Sociedade de Eletrificação do Cariri, uma iniciativa de curta duração que logo foi substituída pela criação da CELCA – Companhia de Eletricidade do Cariri. Infelizmente não disponho de uma cronologia mais adequada a este respeito. Posso informar que José Alcy Pinheiro, dos primeiros empregados da Companhia está escrevendo um livro a respeito e deverá dar com precisão os detalhes destes primeiros momentos. O prof. Espedito Cornélio que foi o segundo superintendente da CELCA, entre 09.12.1966 e 14.08.1968, mas tendo ingressado no serviço a partir de 1963, já publicou um livro sobre a Saga da Eletrificação. Infelizmente esta cronologia que me falta não foi possível encontrar em sua obra, mais poética que histórica.
Consta que a CELCA foi constituída em 28.10.1960. Ela foi fundada como sociedade anônima de economia mista formada por capitais da União (pela participação da CHESF – Companhia Hidroelétrica do São Francisco), do Governo do Estado do Ceará, das Prefeituras e do povo do Cariri. Sua criação foi determinada primordialmente para que houvesse um organismo responsável pela construção do sistema e a comercialização da energia gerada pela CHESF. Ela foi autorizada a funcionar bem próximo da inauguração da energia em Juazeiro do Norte. O Decreto federal, de número 212, foi assinado em 23.11.1961. Juridicamente, não sei indicar como isto foi contornado, pois nesta data, a construção do sistema (estação abaixadora, posteamento, rede de distribuição) de boa parte do Juazeiro de então já estava pronta. Tanto que a sede da Companhia, já funcionava a partir de 01.05.1960.
Em 28.10.1960, como mencionamos, foi realizada a Assembléia Geral de constituição e instalação da CELCA, em Juazeiro do Norte. Com a compreensão e o apoio da CHESF, em Recife, recentemente, foi-nos possível obter 12 fotos sobre este momento. Nelas, estão registrados flagrantes de quatro eventos desta data: l) Recepção de autoridades no Aeroporto de Juazeiro do Norte; 2) Assembléia Geral da CELCA – na sede da Companhia; 3) Almoço de Confraternização – no Treze Atlético Juazeirense, e 4) Visita às obras da subestação de Juazeiro do Norte.






Como observação válida convém informar que a primeira diretoria da CELCA, após a autorização de 23.11.1961, era a mesma da CHESF, que a controlava como sócia majoritária. Eram diretores: Eng. Antonio José Alves de Souza (Diretor Presidente), General Carlos Berenhauser Júnior (Diretor Comercial e eventual substituto do superintendente da CELCA), Eng. Celso Claro Horta Murta (Diretor Técnico) e Dr. Afrânio de Castro (Diretor Administrativo). O comando local (Cariri) da CELCA era submetido a uma estrutura de superintendência com três chefes de divisões: Nicodemus Lopes Pereira (Superintendente), Walter Gomes de Matos (Chefe da Divisão Técnica), Gileno Ferreira Gomes (Chefe da Divisão Administrativa) e José Izidro Gomes (Chefe da Divisão Comercial). A primeira sede da Companhia funcionou na Praça Almirante Alexandrino de Alencar, 252 (lado da Rua São Francisco, em imóvel pertencente a Odílio Figueiredo).

Um comentário:

José Alcy Pinheiro disse...

Prezados, parabéns pelo blog, especialmente pela abordagem sobre a CELCA! Estou em fase de conclusão do Livro sobre a eletrificação do Cariri. Aguardo seu contato com as informações sobre este assunto apuradas pelo amigo Renato Casimiro.
Grande abraço, de JOSÉ ALCY PINHEIRO. Email: zealcy.pinheiro@gmail.com