sábado, 18 de dezembro de 2010

ENERGIA ELÉTRICA EM JUAZEIRO (I)...

ANTECEDENTES

Foi, provavelmente, no final do ano de 1925, entre outubro e novembro, que os lampiões de rua começaram a entrar em desuso. A cidade estava ganhando um serviço, privado, de iluminação, para residências, estabelecimentos comerciais e residências. Limitado, é verdade, ao período noturno, entre as 18 e 21 horas, inicialmente. Há poucas informações sobre esta operação, a não ser as que encontramos transcritas por Paulo Machado, em “Cartório como fonte de pesquisa” (1994), um dos seus mais preciosos livros. E é exatamente aí que vamos iniciando este relato, ao sabor desta lembrança de quase 85 anos que a cidade começou a experimentar este progresso. A primeira referência parece ser esta de 01.10.1925, quando o Dr. Audálio Costa e a dona Joana Tertulina de Jesus (beata Mocinha) registram em cartório o contrato da sociedade que visava a exploração desta Usina Elétrica, para fornecimento de luz e força, e que compreendia também os beneficiamentos de arroz e algodão. O equipamento gerador de energia estava instalado na rua São José, próximo à casa do Pe. Cícero, coincidentemente, onde funcionaria, muitos anos depois a CELCA – Companhia de Eletrificação do Cariri.

Em verdade, por ser a ecônoma da família, pode-se dizer sem medo de errar que este foi uma dos investimentos que o Pe. Cícero bancou com recursos próprios, mesmo ocupando o cargo de prefeito. Daí por diante, anoto uma sucessão de fatos: Sem data, a empresa A. Costa & Cia. É sucedida por Alencar & Cia, com a entrada do sócio Pedro Silvino de Alencar; 10.03.1928: Arrendamento da Empresa Elétrica para Alencar & Cia. para José Hermínio Amorim; Sem data, a empresa Alencar & Cia se desfaz e a beata se torna sua proprietária única; 03.09.1929: Joana Tertulina de Jesus firma contrato com a Pref. Municipal de Juazeiro, representada pelo prefeito Alfeu Ribeiro Aboim, para a iluminação pública. O contrato tem algumas clausulas bem interessantes, como a obrigação da Prefeitura consumir um mínimo de 6.700 “velas” (wats), a Usina funcionaria de 18 às 24 horas, e tinha o monopólio do serviço, etc, etc; 22.01.1931: Novo arrendamento da Empresa Elétrica para José Hermínio Amorim; 05.06.1933: Renovação do arrendamento da Empresa Elétrica para José Hermínio Amorim; 21.02.1935: Promessa de venda da Empresa Elétrica a Antonio Gonçalves Pita, por 60 contos reis; 07.06.1935: Joana Tertulina de Jesus reafirma a sua promessa de venda a Antonio Pita e lhe dá mais 120 dias de prazo; 25.07.1935: Ao que se deduz, Antonio Pita teria desistido da compra e Joana Tertulina de Jesus contrata José Hermínio Amorim para gerir sua Empresa por 3 anos; 21.12.1935: Prorrogação do contrato da Empresa com a Prefeitura, representada pelo prefeito Francisco Néri da Costa Morato; 24.05.1937: O governo estadual autoriza a prorrogação do contrato da Empresa com a Prefeitura, representada pelo prefeito José Geraldo da Cruz; 12.08.1938: Joana Tertulina de Jesus vende a Empresa Elétrica a Antonio Gonçalves Pita; Sem data, a Empresa Elétrica volta ao controle de Joana Tertulina de Jesus, e se instala na Rua do Cruzeiro, anteriormente denominada São Vicente (atualmente, trecho entre rua São José e Av. Leandro Bezerra); 25.01.1940: A Empresa Elétrica é arrendada pelo Dr. Expedito Pita; 11.11.1948: A Empresa Elétrica é adquirida pela Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte, na administração do prefeito Dr. Antonio Conserva Feitosa.

A partir desta data, o serviço agora municipal, passou por alguns investimentos para ampliar sua capacidade de atendimento e pelos anos 50 já está instalado nas proximidades do Mercado Público.

Somente em fins de 1961 nos chega a energia de Paulo Afonso.




Um comentário:

Anônimo disse...

Meu Deus!
Estou emocionada. José Hermínio Amorim era meu avô.
Um dia vou conhecer Juazeiro.
Carla